Blog do Chico Maia

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Três suspensos, mas não existe mais a necessidade de se comprar árbitros

(Foto: Reprodução/Divulgação)

Minha coluna no BHAZ:

Um mineiro, um paulista e um carioca. A CBF afastou os três árbitros lambões (pra não dizer coisa pior) que cometeram absurdos nos jogos da primeira rodada do Brasileirão 2024: André Luiz Skettino (Atlético-GO 1 x 2 Flamengo), Flávio Rodrigues de Souza (Vasco 3 x 2 Grêmio), e Yuri Elino da Cruz (Corinthians 0 x 0 Atlético).


Vivo estivesse, meu conterrâneo João Guimarães Rosa diria sobre este assunto: “Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa”.

Mas, como ele se foi em 1967, aos 59 anos, fico com a hipótese levantada pelo Carlos Junqueira, que vez por outra nos honra com os seus comentários aqui no blog:
“… Chico e leitores do blog.
Há anos escrevi aqui o que vou escrever novamente. Não existe mais a necessidade de se comprar árbitros. Na minha modesta opinião o raciocínio é muito simples. Todos os juízes de série A (apesar de terem outra profissão) ganham provavelmente pelo menos 20 mil reais líquidos no somatório das partidas apitadas no mês.
Portanto, os mesmos sabem que se, na dúvida, prejudicarem os times do ”eixo” serão colocados na geladeira. A única coisa que estão fazendo é defender o ”leite” das suas crianças.
Os três juízes da rodada passada foram afastados desta vez, pois os erros foram absurdos (e em lances capitais) e a imprensa resolveu chiar, coisa pouco comum de acontecer. Vide o exemplo do juiz do jogo do Galo. O primeiro cartão aos 15 segundos de jogo para mim foi o mais emblemático. Até agora estou procurando a falta desclassificante do Bataglia que justificasse o mesmo. Apesar de o juiz poder dar cartão com um segundo, todos nós sabemos que nos primeiros minutos os juízes (pelo menos todos que eu tinha visto) são extremamente condescendentes com faltas passíveis de cartão. Além da lambança no lance do Fagner. Deu amarelo sem ter dado a falta (a bola sobrou para o jogador do Corinthians) e pelo que li, depois justificou que foi por causa do lance com o Arana (portanto tinha que ter dado o pênalti).
Na verdade os árbitros já vem com o pensamento repetitivo: não posso prejudicar em hipótese alguma os times queridos da CBF e da mídia.
Para ser campeão, não sendo time do Rio e São Paulo, tem que ser extraordinário ou despretensiosamente aparecer na reta final.”


E para quem já está me contestando sobre a cidade onde nasceu o fantástico Guimarães Rosa, direi que também está correta a contestação: foi em Cordisburgo, porém, em 1908, época em que o “Distrito da Vista Alegre” pertencia a Sete Lagoas.
Em 1911 passou a pertencer a Paraopeba e finalmente, em 1938, foi emancipada e continua sendo uma das mais belas e acolhedoras cidades de Minas.
Além de Guimarães Rosa, tem a Gruta do Maquiné e um povo extraordinário. Vale demais uma visita demorada a Cordisburgo.

(Foto: Reprodução/Divulgação)


Arbitragens foram os maiores destaques da primeira rodada do Brasileirão 2024

Diz o jargão que “arbitragem boa é a que não é notada durante a partida”. Verdade verdadeira! Sendo assim, começou mal a temporada nacional com erros escandalosos, principalmente em três partidas. Melhor dizer que foram erros involuntários, já que é impossível detectar delito só pelo que se vê durante um jogo de futebol.
Prefiro acreditar em erros, mas com tanto dinheiro envolvido no futebol e tantas histórias comprovadas, é bom sempre ficar com um pé atrás.


No Corinthians 0 x 0 Atlético, o carioca Yuri Elino Ferreira da Cruz foi rigoroso no tratamento ao Battaglia e mansinho na violência contumaz do Fagner, na cara dele, a um metro de distância, quando o corintiano quase arrebentou o joelho e a coxa do Zaracho.
Fagner é useiro e vezeiro desse tipo de violência. Como estamos no país da impunidade, num dos próximos jogos, repetirá. Na cara da arbitragem. E fica por isso mesmo!

Até a imprensa paulista desceu o cacete nesse carioca, como o ex-jogador Neto e equipe do programa dele na Band:

Impressionante também o paulista Flávio Rodrigues de Souza, que aprontou contra o Grêmio na derrota de 3 x 2 para o Vasco, em São Januário. O mesmo que apitou Atlético 3 x 1 Cruzeiro na final do Campeonato Mineiro. O mais estranho é que ele deu pênalti a favor do Atlético numa bola na mão quase imperceptível do Lucas Silva e não agiu da mesma forma com o Lucas Piton, do Vasco, quase que segurando a bola dentro da área, contra o Grêmio. Em ambos os lances ele foi alertado pelo VAR, mas Minas, deu pênalti, no Rio, não.
Que critério é esse? E a imagem está rodando nas redes mundo afora:

https://twitter.com/i/status/1779682793678573573

Pra completar as lambanças de árbitros dos três estados mais fortes do futebol brasileiro, o mineiro André Luiz Skettino Policarpo Bento, ferrou o Atlético-GO, derrotado pelo Flamengo no estádio Serra Dourada por 2 a 1. O presidente Adson Batista, do time goiano disse depois do jogo: “Sobre a arbitragem, uma boa parte é uma vergonha, é uma máfia. Eles entram em campo para fabricar resultados. Eu vivo o futebol 24 horas por dia e ganho tudo no suor, no trabalho. Tenho um time que não tem dívidas, que é equilibrado. Fazer futebol sério é muito difícil. O Flamengo não precisa disso, é um grande clube e tem muita qualidade. O Atlético-GO jogou de igual para igual”.

@chicomaiablog

Lembrando deste livro autobiográfico do Walter Clark, ex-vice do Flamengo, anos 1980, um dos criadores da Globo. Lá ele diz: “…se pensam que não se compra mais árbitros de futebol, os senhores estão redondamente enganados…” A 1a edição foi em 1991, a 2a em 2015. Atualíssimo!


Bom começo do Fernando Seabra no Cruzeiro. E poupado do constrangimento de deixar o Rafael Cabral no banco

Foto: twitter.com/Mineirao

O adeus sem despedida do Rafael Cabral e a virada do Cruzeiro sobre o Botafogo

Daqui uns dias pode ser que o mala endinheirado, dono do Botafogo, dê entrevistas diretor dos Estados Unidos dizendo que tem esquema de arbitragem contra o time dele. Só falta isso!
Ótima estreia do Fernando Seabra no comando técnico do Cruzeiro. Foi poupado do constrangimento de mandar o Rafael Cabral para o banco, já que o próprio goleiro jogou a toalha. Que seja feliz em outra freguesia. Foi muito útil à Raposa, mas o momento era muito ruim, sem clima com a torcida. A ida dele foi boa para todos.


Seu substituto, Anderson, foi aplaudido pela torcida e fez uma boa partida. Mesma torcida que vaiou o zagueiro Neris, mas que foi mantido como titular e jogou o tempo todo. Personalidade do novo treinador do Cruzeiro, que mostrou com isso que não vai se submeter a pressões para escalar o time.
Uma bela virada: começou perdendo: Tiquinho Soares (4 minutos do primeiro tempo), Lucas Silva 1 x 1 aos 19, Rafa Silva aos 19 do segundo, Danilo Barbosa 2 x 2 (37) e Rafael Elias, 3 x 2 aos 47, no “apagar das luzes”, com 20.701 presentes no Mineirão.


Com um a menos durante a maior parte do jogo, uma boa estreia do Atlético contra o Corinthians

Otávio fez mais uma boa partida pelo Galo. Foto: twitter.com/Atletico

Minha coluna no BHAZ:

Muito boa, individual e coletivamente, a estreia do Atlético contra o Corinthians

Jogo bom de se assistir no Itaquerão. Os dois times querendo a vitória, jogando duro, mas se respeitando. O Galo não se intimidou, do princípio ao fim, e mesmo depois da expulsão do Battaglia, aos 48 do primeiro tempo não recuou. O meio campista atleticano já tinha tomado cartão amarelo aos 40 segundos de jogo por uma entrada mais dura.

No segundo tempo, o técnico Milito voltou com Igor Rabello no lugar de Igor Gomes. Recompôs aa defesa e manteve o time encarando os donos da casa. Aos 37 ele tirou Paulinho para a entrada de Scarpa, Aos 44 saiu Hulk para a entrada de Vargas. Aos 46, Scarpa bateu uma falta perto da área, nas mãos do Cássio. Aos 51, bateu outra e obrigou Cássio a fazer a melhor defesa da partida, espalmando pra fora uma bola que ia entrar na gaveta direita.

A lamentar a vista grossa feita pela arbitragem à entrada criminosa do Fagner no Zaracho. E o jogador do Corinthians não tomou cartão, mesmo sendo jogada mais violenta que as que motivaram a expulsão do Battaglia.

No twitter o @TBOesportes fez ótima observação a respeitto: “O lance do Fagner era para CARTÃO VERMELHO. O VAR na Neo Química Arena deve estar curtindo o programa da Eliana ou do Rodrigo Faro para não ver o lance crimonoso do Fagner”

Arbitragem do Rio de Janeiro: Yuri Elino Ferreira da Cruz, auxiliado por Rodrigo Figueiredo Correa e Thiago Henrique Neto Correa Farinha. O VAR com Daniel Nobre Bins.

 (Foto: twitter.com/Brasileirao)


Brasileirão começa hoje: quem briga na cabeça e quem briga pra não cair

Paulinho, artilheiro do Brasileiro 2023 com 20 gols. (Foto: twitter/Atlético)

Grandes jogos sábado e domingo e com mudança de patrocinador da CBF na disputa do nome: sai Assaí entra Betano, que aliás soltou um guia virtual muito legal esta semana: @Brasileirao “Ela chegou! A primeira agenda do #BrasileirãoBetano! A bola vai rolar no Mais Equilibrado! #ÉoBrasileiro!”

O tempo passa e tudo muda. Me lembrei dos tempos dos jornais e revistas impressos. Os tão aguardados guias que eles soltavam na véspera da primeira rodada de todo campeonato. O melhor, disparado, era da Revista Placar. Até hoje tenho alguns exemplares guardados. Eram inspirados nos da Revista El Gráfico da Argentina, que por sua vez se inspirou nos da Guerin Sportivo, de Turim, que está lá firme até hoje. A mais antiga revista esportiva do mundo, fundada em 1912.

A origem da Editora Abril, criadora da Placar, é na Argentina. Foi lá que os irmãos Civita iniciaram o “Império Abril”, que infelizmente se desmoronou. Está no livro “O dono da banca”, excelente obra do jornalista Carlos Maranhão, de 2016.

Muita gente da imprensa arriscando palpites quanto a quem vai brigar pelo quê este ano. A maioria põe o Atlético entre os três candidatos ao título, junto com Palmeiras e Flamengo, assim como essa mesma maioria acha que o Cruzeiro vai brigar para não cair, junto com Atlético-GO, Criciúma, Juventude, Vasco e Vitória.

Não arrisco palpitar. Como dizia o saudoso comentarista Flávio Geraldo Anselmo, prefiro “guardar a minha boca pra comer minha farinha”.

 O futebol brasileiro é de previsões difíceis demais. Já vi surpresas demais nos dois extremos. No nosso caso, de Minas, o Atlético era apontado como o maior favorito em 1984, comandado pelo Rubens Minelli, e foi um retumbante fracasso. Em 1994, de novo, era um dos favoritos, com a “Selegalo”, do Valdir Espinosa, que fracassou. Porém, o regulamento previa a tal “repescagem” e o Galo parar lá. Aí comandado por Levir Culpi, contratado para o lugar do Espinosa. Ninguém dava nada pelo time nem pelo Levir, até então conhecido como treinador apenas no futebol paranaense. Pois, ele arrumou a casa, revelou-se excelente treinador e só não chegou à final do Brasileiro porque o goleiro Humberto falhou feio numa cobrança de falta do Branco (lateral esquerdo campeão do mundo nos EUA em 1994).

E o Cruzeiro de 2013? Estava igual o atual, sendo apontado como candidato ao rebaixamento. Sob comando do Marcelo Oliveira, foi campeão, depois de liderar durante quase todo o campeonato.

Um dos jornalistas que mais admiro,

Cláudio Arreguy, mineiro radicado em São Paulo, dos mais experientes do país, opinou via twitter:

@c_arreguy “Brasileiro em pré-resumo

Favoritos: Fla, Palmeiras e Galo

Olho neles: Athletico, Flu e Inter Podem surpreender: Cuiabá, Fortaleza e Grêmio

A ver: Bahia, Botafogo, Bragantino, Corinthians e São Paulo

Preocupam: Atlético-GO, Criciúma, Cruzeiro, Juventude, Vasco e Vitória”

Aguardemos!


O Cruzeiro conseguiu enganar a todo mundo ontem. Menos ao vice-lanterna colombiano

(Foto: https://twitter.com/SudamericanaBR)

O Cruzeiro na mesma: sem jogadores à altura e com falhas individuais, nenhum técnico resolve
Quando fez 3 a 0 no Alianza, penúltimo colocado no campeonato colombiano, pensei que seria uma goleada de cinco ou seis. Mudei de canal, para assistir o Palmeiras, que passava aperto contra o Liverpool do Uruguai.
Daí a pouco, 3 a 3.
Uai?


Fui conferir os gols do visitante e só me restou twittar o óbvio:
@chicomaiablog “Com jogadores fracos e tantas falhas individuais, não só do goleiro, nenhum treinador consegue montar um time competitivo!”

E com público até bom para quem vinha da decepção de perder o campeonato mineiro quatro dias antes, no mesmo Mineirão: 18.818 para renda de R$ 470.170,00.

Antes e durante a partida a impressão dos companheiros jornalistas era a mesma minha. Thiago Reis, da Itatiaia, twittou:
@thiagoreisbh “Que bom para o Cruzeiro retomar a confiança e pegar um time que vai tomar uma baitaaaa goleada!!! Agora, o tal de Alianza da Colômbia num guenta nem meu time do Campo do Alface. Que timinnnn ruimmm viu”

Vinícius Grissi, da 98FM:
@ViniciusGrissi “Cruzeiro encontrando no Mineirão o adversário perfeito para uma semana de perda de título e troca de técnico. Impressão que vai fazer quantos gols quiser. Diferença gigantesca.”

Luciano Dias, da Band, acha que não dá mais para o Rafael Cabral:
@jornlucianodias “Surreal o que aconteceu no Mineirão. Foi surreal o Cruzeiro fazer três gols no primeiro, foi surreal sofrer os três gols no segundo. Sobre o Rafael Cabral: a continuidade dele é insustentável.”

Fernando Rocha, ex-Globo, deu um desconto: @fernandoroch “Vou falar algo impopular: é ÓBVIO que mexe com a cabeça de qualquer jogador ser vaiado durante 90 minutos. Tenho MUITAS críticas ao Rafael Cabral, mas vaiar durante o jogo só prejudica o CRUZEIRO.”


Há treinadores que conseguem extrair algo mais de determinados jogadores

Foto: twitter.com/Libertadores

Consegue, por por meio de posicionamento tático, pela psicologia ou usando ambos os fatores.
Ainda é cedo para conclusões, mas parece ser o caso de Gabriel Milito. Com ele, Saravia está jogando mais do que jogava; Jemerson, idem; Alan Franco foi redescoberto, Vargas voltou a ser útil e Gustavo Scarpa finalmente está mostrando sua bola e fazendo belos gols.


Quase todo o time jogou bem nessa vitória sobre o bom time do Rosário Central. A defesa é que continua batendo cabeça. Arana e Jemerson se enrolaram e o time tomou o empate, que poderia ter complicado uma partida até então muito tranquila. Os dois jogaram muito bem, mas não podem vacilar como vacilaram no gol do Malcorra, aos 28 minutos do segundo tempo.


Hulk fez grande jogo e aos o técnico Milito o tirou aos 23 do segundo tempo, para não correr risco de perdê-lo por uma contusão. Entrou Igor Gomes no lugar dele.
Paulinho perdeu gol incrível, na cara do goleiro novamente, mas se redimiu ao marcar o gol da vitória, aos 31, num grau de dificuldade infinitamente maior daquele perdido. Também fez grande partida.


Depois do jogo o técnico do Rosário, Miguel Ángel Russo, reclamou, dizendo o resultado foi injusto. Não foi. Injusto é quando a arbitragem influencia no placar, o que não foi o caso esta noite. O senhor Kevin Ortega, peruano, apitou muito bem.

Foto twitter.com/Libertadores


Maior problema do Cruzeiro não é treinador: é a diretoria do futebol

Sucesso ao Fernando Seabra, que pelo passado na base, pode se dar bem como técnico profissional. (Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro/divulgação

Porém, sem o suporte de uma diretoria de futebol competente, nenhum treinador dá conta de montar um time vencedor. A entrevista coletiva do diretor Pedro Martins tentando explicar a demissão do Larcamón foi ridícula. Não falou coisa com coisa.

Até Procópio Cardozo, profundo conhecedor do futebol e do Cruzeiro, que sempre apoiou o Ronaldo, ficou espantado e comentou:

@procopiocardozo “Bom dia estou impressionado com o amadorismo do pessoal que o @Ronaldo trouxe para cuidar do futebol profissional do @Cruzeiro. Não salva um.”

Josias Pereira, um dos melhores jornalistas da nova safra mineira:

@josiaspereira “Não existe proposta técnica na SAF do Cruzeiro. Lembremos que o Seabra estava aqui e foi embora. Dentre todas as avaliações que foram feitas, por que o nome dele foi descartado? E por que ele volta agora como solução para uma sequência de temporada?”

O Adroaldo Leal, da 98 FM mandou um trecho do que falou o diretor de futebol:
@AdroaldoLeal “
O diretor de futebol do Cruzeiro Pedro Martins disse que existia uma distância importante entre o método da comissão técnica de Nico Larcamón, e o método e prática do clube, por isso foi tomada a decisão do desligamento do treinador.”

Ronaldo Nazário foi um fenômeno como jogador e agora se diverte como dono de clubes de futebol. Foi mal na primeira experiência nos Estados Unidos, saiu fora. Continua patinando na segunda experiência, mal no Valladolid/Espanha, batendo cabeça.

Na sua aventura mais ousada, que é o Cruzeiro, troca de técnico de quatro em quatro meses: Paulo Pezzolano, Pepa, Zé Ricardo e Nicolás Larcamón.

Fez um “negócio da China”, e virou dono do clube. Despachou para Belo Horizonte amigos boleiros e burocratas para trabalhar para ele. No futebol, até agora, só frustração para a torcida que sonhou que, com ele, a Raposa voltaria a ser o que já foi imediatamente. Comandar futebol, escolher comissão técnica e montar time competitivo não é simples. Não basta ter sido um grande jogador.

Baseado nessa reportagem do portal Terra, de 14 de janeiro de 2022, veja o critério (ou a falta) do “Fenômeno” para montar o comando do futebol  do Cruzeiro: “… O novo dono do CruzeiroRonaldo Fenômeno, está tentando montar uma equipe de colaboradores com ex-parceiros de Corinthians. Depois de Paulo André, Elias, ex-volante do Timão, foi convidado pela direção da Raposa para compor o departamento de futebol. Elias está fora dos campos desde 2020 quando defendeu o Bahia. As conversas entre Elias e a Raposa já aconteceram. Ele e Ronaldo se encontraram em um hotel de Belo Horizonte, além de uma visita na Toca da Raposa II. Elias vem realizando cursos desde que deixou o Bahia. Ronaldo e o ex-volante jogaram juntos no Corinthians de 2009 a 2010.

Elias também foi companheiro de Paulo André, ex-zagueiro e principal responsável do futebol no Cruzeiro, desde que foi comprado por Ronaldo, no fim de 2021…”

Que coisa! Mais parece uma “ação entre amigos”. Ano passado apareceu o ex-meio campista argentino D’Alessandro, ex-Internacional. Durou pouco.

Interessante é que o Paulo Autuori está lá, mas suas opiniões não devem ser acatadas, no sistema “moderno” de decisões colegiadas implantadas pelo manda chuva maior do clube, Gabriel Lima, formado em Administração pela Universidade Federal Fluminense.

No comando da diretoria de futebol, aparece Pedro Martins, também de curriculum muito legal, segundo o www.linkedin.com/in/pgsmartins/overlay/contact-info/

Pedro Martins

Diretor de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube

Administrador com MBA na Universidade de Liverpool-ING e atualmente é Diretor Executivo de Futebol do Cruzeiro Esporte Clube. Durante os últimos anos foi Vice Presidente de Competições da Federação Paulista de Futebol e contribuiu ativamente com o desenvolvimento dos projetos de futebol da Ferroviária de Araraquara e Club Athletico Paranaense. Além disso, acumula experiência profissional em clubes como Olé Brasil e Queen Park Rangers-ING.”

Mas, quem sabe ainda dá certo?

Como diria o Adilson Batista, “vamos aguardarrr”!

Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro/divulgação


Demissão de treinador: fórmula usada com Pepa não deu certo e Cruzeiro repete com Larcamón, que teve quase 60% de aproveitamento

Foto: Twitter/Gustavo Aleixo/Cruzeiro

O Campeonato Mineiro serve para isso: provocar crise em quem perde o titulo, especialmente quando se trata de final entre Atlético e Cruzeiro. Dessa vez, caíram dois: na iminência de perder o Campeonato, depois de passar aperto para se classificar, o Galo mandou o Felipão embora.

Agora, Nicolás Larcamón, com 14 jogos, 7 vitórias, 4 empates e apenas três derrotas, foi demitido pelo Cruzeiro. Não aguentou os 3 a 1 tomados do Atlético, ontem. Certamente a eliminação precoce da Copa do Brasil, pelo inexpressivo Sousa/PB, também pesou. Mas é importante lembrar que ele teve um elenco altamente limitado para trabalhar. A rigor, apenas um jogador de nível mais elevado: Matheus Pereira. Os demais, voluntariosos e olhe lá.

Vamos ver como será o desempenho do sucessor, ainda não anunciado pela diretoria, na semana de estreia no Campeonato Brasileiro. Ano passado, o português Pepa fazia uma campanha boa, brigando no meio da tabela de classificação para cima. De forma surpreendente foi substituído pelo Zé Ricardo, depois pelo Paulo Autuori e lutou bravamente contra o rebaixamento.

Esses amigos que o Ronaldo pôs no comando do futebol do Cruzeiro estão precisando se explicar.        

A nota distribuída hoje pelo clube informando a demissão de Larcmón e cia:

“O Cruzeiro comunica que decidiu pela descontinuidade de Nicolás Larcamón no comando técnico da equipe. Além do treinador, deixam o clube os auxiliares técnicos Javier Berges e Damian Ayude, o analista de desempenho Miguelangel Leopardi e o preparador físico Juan Cruz Monaco. Agradecemos por todo o comprometimento no dia a dia do Cruzeiro e desejamos sucesso na sequência da trajetória dos profissionais”.


Cruzeiro teve excesso de certeza de que o título já era dele. E agora põe culpa no treinador

Foto: twitter.com/Atletico

Rescaldo dos 3 x 1: de todo tipo de gozação à possível queda de treinador

É voz corrente que o campeonato estadual não vale muita coisa, mas quem perde sofre demais. Principalmente quando se trata de final entre Atlético x Cruzeiro, uma disputa à parte!

Mas que loucura foi a reação de tantos torcedores da Raposa, jornalistas inclusive, a essa derrota. Era tanta certeza na conquista do título que me fez lembrar a frase: “quanto mais alto o coqueiro, maior o tombo”. A maioria pôs a culpa total no técnico Larcamón, até outro dia decantado em prosa e verso como uma “descoberta” fantástica do Ronaldo e cia.

Foto: twitter.com/Atletico

Bastou uma perda de título para o Atlético, nada de anormal, por todas as circunstâncias, para transformá-lo na “Geni”   (música do Chico Buarque, viu gente?).

Querer justificar a virada do Galo na substituição feita pelo jovem treinador, do zagueiro João Marcelo no lugar do Vital, aos 16 do segundo tempo, é uma das coisas mais ridículas que já vi no futebol. Parece que foi a substituição do Pelé pelo Macalé!

Como diria o Mestre jornalista Rogério Perez: “menos gente, muito menos!”.

Foto: twitter.com/Atletico

A conquista do Atlético se deve a um único fator: a superioridade individual do Galo, que só fez essa campanha ruim em quase todo o campeonato porque tinha um técnico completamente fora de compasso com a atualidade do futebol.

Em poucos dias de trabalho, Gabriel Milito se informou do que estava se passando, escalou os jogadores certos nos lugares certos, deu uma “injeção” de raça na turma e pronto; missão cumprida.

Também, é preciso ter cuidado com este Atlético. A imprensa nacional o coloca como um dos favoritos aos títulos brasileiro e da Libertadores. Mantenho um pé atrás. As derrotas sofridas no Mineiro precisam servir como alerta permanente.

A defesa continua frágil, sem lateral direito e sem um zagueirão confiável. Não sei se o Milito dá conta só com este grupo que foi montado por Felipão.