Acabei de receber a coluna do Juliano Paiva, editor do portal Dom Total.
Repasso aos senhores:
* “Ronaldinho Gaúcho, o atleticano”
Ronaldinho Gaúcho fez de tudo um pouco na goleada diante do Figueirense. Contudo, o que mais chamou atenção foi sua reação após o primeiro gol. Ele se ajoelhou no gramado e chorou. O time inteiro correu até ele para abraçá-lo! Todos estavam visivelmente emocionados. Ninguém entendeu nada.
Somente no intervalo, torcida e imprensa ficaram sabendo que o padrasto do meia atacante havia falecido.
O fato de ter entrado em campo, mesmo após sofrer uma grande perda pessoal, nada tem a ver com profissionalismo. Ronaldinho, e nenhuma outra pessoa, seja um advogado, um engenheiro ou um servente, não deixaria de ser profissional por “faltar” ao trabalho após um membro da família falecer.
O que Ronaldinho Gaúcho fez foi demonstrar um grande carinho pelo Atlético, em especial sua torcida. Ele sabia da importância do jogo. Sabia que um tropeço neste momento significaria o adeus definitivo ao sonho do bicampeonato atleticano.
E é ele, Ronaldinho Gaúcho, quem pode desequilibrar, mas do que qualquer outro, neste Atlético 2012.
Foi bacana também não ter sido feito um estardalhaço com o episódio. A morte poderia ter sido anunciada antes. Ficaria então a dúvida. Ronaldinho joga ou não? Tanto ele quanto o Atlético foram discretos.
Se decidisse não jogar, o anúncio provavelmente seria feito na hora do jogo. Não haveria “novela”. Isso também foi um sinal de respeito ao padrasto. O fato, triste, não foi usado de maneira inadequada. Isso, sim, pode-se dizer que é profissionalismo.
“O Fluminense vai perder, mas o Galo não vai ganhar”
A frase acima bem que poderia ser de um cruzeirense, que atualmente está torcendo mais contra o Atlético do que pelo Cruzeiro. Mas não! A profecia foi anunciada por um atleticano fanático, daqueles que se emocionam ao lembrar momentos marcantes da história do Galo.
O autor da frase é José Maria de Carvalho, 68 anos. Eu o conheci na academia que frequento, perto da minha residência, onde vou duas, três vezes por semana.
É um torcedor comum entre tantos milhões que há “muito tempo não era tão feliz como neste ano”. Palavras dele. Quando perguntado se viu o Atlético ser campeão em 1971, responde orgulhoso: “Se eu vi? Eu estava no Maracanã no jogo do título”.
Tive essa conversa com José Maria na semana passada, antes da goleada sobre o Figueirense. Na opinião dele, o Fluminense vai perder pontos em alguns jogos. É certo! Mas o título Alvinegro não virá devido ao próprio Atlético que não fará sua parte.
Perguntei em quais jogos isso deve acontecer. A rodada desta quarta é um bom exemplo. O Fluminense tem boas chances de “não vencer” o Bahia, em Salvador. Mas o Galo também não derrubará o Internacional, em Porto Alegre. “Infelizmente, isso é o mais provável”, profetiza.
A desconfiança de José Maria é a mesma de grande parte da torcida. E procede. Basta lembrar o que aconteceu na 25ª rodada. O Flu perdeu para o lanterna Atlético-GO, em casa, mas o Galo foi derrotado pelo Náutico, nos Aflitos, em Recife. Uma simples vitória devolveria a liderança ao Atlético.
Desde então, o Fluminense não só se manteve na liderança como aumentou a diferença para o segundo colocado para seis pontos.
Cruzeiro
O Cruzeiro fez o que era possível no jogo contra o Grêmio, no estádio Olímpico. Perdeu de pouco. Se não fosse o goleiro Fábio, a Raposa teria sofrido uma goleada histórica. Agora é juntar os cacos e mirar a Portuguesa que está na cola justamente do time azul.
O time mineiro não vai lutar contra o rebaixamento, mas também deu o seu adeus à Copa Libertadores 2013. São 14 pontos de diferença para o Vasco.
Libertadores
Vasco e São Paulo fazem um dos jogos mais aguardados da 29ª rodada. O clássico, que já foi final de Campeonato Brasileiro, em 1989, pode colocar o time carioca a sete pontos do 5º colocado, que não por acaso é o Tricolor paulista.
O Vasco, então, se preocuparia em alcançar o Grêmio, uma vez que a possibilidade de o G4 virar G3 é muito boa. Por outro lado, o São Paulo pode diminuir para apenas um ponto a distancia para a zona de classificação da Copa Libertadores e esquentar um campeonato que corre sério risco de esfriar muito antes do seu final.
Os quase rebaixados
Os quatro últimos colocados do Campeonato Brasileiro foram derrotados na 28ª rodada. Pior para Atlético-GO e Figueirense, praticamente rebaixados. Palmeiras e Sport ainda suspiram, sonham com a possibilidade matemática de permanecer na elite.
O Verdão, porém, terá a chance de segurar um adversário direto na luta contra a Série B nesta quarta. Palmeiras e Coritiba duelam em São Paulo. Será certamente o jogo mais importante do ano para ambos. Mais inclusive do que a final da Copa do Brasil protagonizada por eles.
Se perder, o Alviverde paulista pode ficar a nove pontos de deixar o Z4. Ou seja, se juntaria a Dragão e Figueira no grupo dos “moribundos”. Caso vença, diminui para três a distancia do primeiro time fora da zona de rebaixamento, justamente o Coxa. É outra decisão!
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*Juliano Paiva é jornalista formado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente editor do Dom Total, Paiva trabalhou nos jornais O Tempo, Hoje em Dia e no extinto Diário da Tarde, tradicional periódico de Belo horizonte fechado pelos Associados Minas em julho de 2007. No DT, começou como repórter da editoria Cidades, mas, na época do fechamento do jornal, fazia cobertura esportiva. Também foi responsável pela cobertura de jogos do Campeonato Brasileiro para a Folha de São Paulo no segundo semestre de 2007