Blog do Chico Maia

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Fotos recentes do Independência

O Adilson Fernandes Campos,

escreveu:

“Chico,
Bom dia!
Pelo amor de Deus! divulga umas imagens atualizadas do Independencia.
Moro em Ribeirão Preto e não consigo ver nada sobre o andamento das obras.
Um abraço!
Adilson – Ribeirão Preto/SP”

————————————————————–

Recorri ao site http://www.novomineirao.mg.gov.br/independencia.html que mantém fotos sempre atualizadas, e copiei essas, do Sylvio Coutinho:

INDEPEDINTERNO

O terreno pronto para receber o gramado…

INDEPEDRENO

depois de receber toda a estrutura do dreno…

INDEPEDINTERNO2

outra imagem interna, onde o Independência faz lembrar (só faz lembra, viu gente!) o San Siro, de Milão…

INDEPENFACAHDA

e a parte aberta da ferradura, que vai continuar aberta.

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Os nossos times e as semelhanças com os prédios do Bairro Buritis

Os jogos do fim de semana são imprevisíveis, como sempre.

Quem sabe o América dessa vez jogue bem, e vença?

Quem sabe o Galo mantém a sua sequência de vitórias sobre adversários da prateleira de cima e passe bem pelo Grêmio, na Arena cheia, amanhã?

Quem sabe o Cruzeiro não mantém a escrita de não perder para o Flamengo, no Rio, desde 2007 e quebre o tabu de não vencer no Engenhão?

Tudo pode acontecer!

A diretoria do América não merece tanta porrada como tenho ouvido de alguns setores, entre torcida e imprensa.

Depois de tantos anos no fundo do poço, o clube voltou à elite do futebol brasileiro, mas financeiramente não tinha a mínima chance de competir com os seus concorrentes da Série A.

Ao levar o jogo contra o Corinthians para Uberlândia, diminui o buraco nos cofres e melhora a sua média de público pagante, na luta para não ficar também na lanterna dessa área do Campeonato.

Não tenho dúvida que o Coelho está recuperando a sua condição de clube grande e possivelmente voltará à Série A na disputa da B em 2012.

Dói nos americanos, mas não há como fugir da realidade. O América está sendo reconstruído e isso leva tempo.

Atlético e Cruzeiro têm situação diferente. Erraram nas aquisições e dispensas; e colheram o que plantaram.

Espero e acredito que escapem do pior!

DUKE

Esta charge do Duke, de ontem, no Super Notícia, expressa bem a nossa situação, no futebol e no cotidiano de Belo Horizonte.

Já andei escrevendo aqui sobre essas “tragédias” ou “quase tragédias” urbanas. Enchentes, desabamentos, engarrafamentos, enfim…

Menos mal quando não há vítimas fatais, mas a tendência é só piorar.

Vivemos numa cidade “planejada” para 300 mil habitantes.

Hoje somos quantos milhões?

O que seria a Avenida do Contorno é hoje parte do centro da Capital mineira.

Todo dia nasce gente, todo dia tem gente de outros lugares se mudando para cá e tome construção de prédios, prédios e mais prédios.

E o pior: nas ladeiras, morros e montanhas, porque não há mais áreas planas disponíveis, há muitos anos.

Empresários e empresas da construção conseguem autorização para construir em tudo quanto é canto e pedaço de terra.

Movidos por interesses que bem sabemos, porém inconfessáveis, vereadores, prefeitos, deputados e governadores aprovam projetos, liberam as obras, concedem licenças e os problemas se avolumam.

A cada dia mais carros nas mesmas vias de sempre, mais esgoto nas mesmas redes; a necessidade de água potável para cada dia mais pessoas e vamos que vamos!

Sem falar na criminalidade impune que aumenta a insegurança dia a dia e faz das casas e prédios se parecerem com penitenciárias, com tantas cercas elétricas e de arame farpado, câmeras, cães, gente armada…

A força da grana não permite a contenção do inchaço das cidades.

E inchaço é sintoma de doença!

Não demora, eu vou plantar quiabo lá nas Três Barras, em Conceição do Mato Dentro.

Enquanto as mineradoras que estão tomando conta de lá deixarem!

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“Malditos Comunistas!” Ótimo artigo do José Roberto Torero

Dia desses sugeri um “Ministro cubano” para o esporte brasileiro.

O jornalista Eugênio Sávio indicou esta ótima crônica, do José Roberto Torero, na revista Carta Capital, e repasso aos senhores:

* Malditos comunistas!

José Roberto Torero (Carta Maior)

Acabaram os jogos Pan-Americanos e mais uma vez ficamos atrás de Cuba.

Mais uma vez!

Isso não está certo. Este paiseco tem apenas 11 milhões de habitantes e o nosso tem 192 milhões. Só a Grande São Paulo já tem mais gente que aquela ilhota.

Quanto à renda per capita, também ganhamos fácil. A deles foi de reles 4,1 mil dólares em 2006. A nossa: 10,2 mil dólares.

Pô, se possuímos 17 vezes mais gente do que eles e nossa renda per capita é quase 2,5 vezes maior, temos que ganhar 40 vezes mais medalhas que aqueles comunas.

Mas neste Pan eles ganharam 58 ouros e nós, apenas 48.

Alguma coisa está errada. Como eles podem ganhar do Brasil, o gigante da América do Sul, a sétima maior economia do mundo?

Já sei! É tudo para fazer propaganda comunista.

A prova é que, em 1959, ano da revolução, Cuba ficou apenas em oitavo lugar no Pan de Chicago. Doze anos depois, no Pan de Cáli, já estava em segundo lugar. Daí em diante, nunca caiu para terceiro. Nos jogos de Havana, em 1991, conseguiu até ficar em primeiro lugar, ganhando dos EUA por 140 a 130 medalhas de ouro.

Sim, é para fazer propaganda do comunismo que os cubanos se esforçam tanto no esporte. E também na saúde (eles têm um médico para cada 169 habitantes, enquanto o Brasil tem um para cada 600) e na educação (a taxa de alfabetização deles é de 99,8%). Além disso, o Índice de Desenvolvimento Humano de Cuba é 0,863, enquanto o nosso é 0,813.

Tudo para fazer propaganda comunista!

Aliás, eles têm nada menos do que trinta mil propagandistas vermelhos na cultura esportiva. Ou professores de educação física, se você preferir. Isso significa um professor para cada 348 habitantes. E logo haverá mais ainda, porque eles têm oito escolas de Educação Física de nível médio, uma faculdade de cultura física em cada província, um instituto de cultura física a nível nacional e uma Escola Internacional de Educação Física e Desportiva.

Há tantos e tão bons técnicos em Cuba que o país chega a exportar alguns. Nas Olimpíadas de Sydney, por um exemplo, havia 36 treinadores cubanos em equipes estrangeiras.

E existem tantos professores porque a Educação Física é matéria obrigatória dentro do sistema nacional de educação.

Até aí, tudo bem. No Brasil a Educação Física também é obrigatória.

A questão é que, se um cubano mostrar certo gosto pelo esporte, pode, gratuitamente, ir para uma das 87 Academias Desportivas Estaduais, para uma das 17 Escolas de Iniciação Desportiva Escolar (EIDE), para uma das 14 Escolas Superiores de Aperfeiçoamento Atlético (ESPA), e, finalmente, para um dos três Centros de Alto Rendimento.

Ou seja, se você tiver aptidão para o esporte, vai poder se desenvolver com total apoio do estado.

Pô, assim não vale!

Do jeito que eles fazem, com escolas para todos, professores especializados e centros de excelência gratuitos, é moleza.

Quero ver é eles ganharem tantas medalhas sendo como nós, um país onde a Educação Física nas escolas é, muitas vezes, apenas o horário do futebol para os meninos e da queimada para as meninas. Quero ver é eles ganharem medalhas com apoio estatal pífio, sem massificar o esporte, sem um aperfeiçoamento crescente e planejado.

Quero ver é fazer que nem a gente, no improviso. Aí, duvido que eles ganhem de nós. Duvido!

Malditos comunistas…

* José Roberto Torero é formado em Letras e Jornalismo pela USP, publicou 24 livros, entre eles O Chalaça (Prêmio Jabuti e Livro do ano em 1995), Pequenos Amores (Prêmio Jabuti 2004) e, mais recentemente, O Evangelho de Barrabás. É colunista de futebol na Folha de S.Paulo desde 1998. Escreveu também para o Jornal da Tarde e para a revista Placar. Dirigiu alguns curtas-metragens e o longa Como fazer um filme de amor. É roteirista de cinema e tevê, onde por oito anos escreveu o Retrato Falado.

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E ainda sobre Cuba,

o conterrâneo Daniel Lanza, enviou uma colaboração muito interessante sobre o país e sobre o Alex, outro setelagoano:

“Chico,

Para retrarar o último texto publicado sobre o esporte em Cuba, segue a foto de um grande amigo, sete-lagoano, democratense, tirada naquele país.

Alex Denner, iniciou seu curso de medicina em Cuba e enquanto esteve lá ( 2 anos) sempre falou bem da medicina (dedicada à prevenção), da educação de qualidade e do esporte.

Lembrando que esporte = educação + saúde.

Abraços,
Daniel Lanza”

ALEX

Alex Denner com a camisa do Jacaré, em Havana

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Caravana grátis para Uberlândia​: América x Corinthian​s

Avacoelhada informa:

Jogo : América x Corinthians

Saída: sábado 05/11.

Hora : 23h30min

Local: Curitiba com Afonso Pena

Contatos: Saraiva 8857-5576

Ingresso incluído.

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Eleição no Galo

Esta é a minha coluna de hoje, no O tempo.

O que penso sobre o processo sucessório no Atlético que está rolando. Eleição dia 14 de dezembro:

O Cruzeiro tem tradição de ótimo nível em suas questões políticas internas. Passado o processo eleitoral, quem perde o pleito deixa os eleitos conduzirem os destinos do clube. Graças a isso, tornou-se uma das maiores forças do futebol Sul-Americano, enquanto seus maiores rivais paravam no tempo, se engalfinhando em brigas internas que só os jogaram para baixo.

Foi preciso o América cair para a segunda-divisão estadual e ir parar na terceira nacional, para que suas lideranças criassem juízo e se unissem para evitar o fim do clube, e retornar à Série A do Brasileiro.

O Atlético parece que também aprendeu a lição. Quando todos imaginavam que com Alexandre Kalil presidente, a turbulência política fosse tomar conta do clube, está ocorrendo exatamente o contrário. Se tem uma coisa que ele próprio não pode reclamar é da oposição alvinegra, que em nenhum momento do seu mandato criou qualquer problema ou fez qualquer onda.

Hoje, nem parece que teremos eleição presidencial no Galo dentro de 40 dias, apesar de três candidaturas postas: Desembargador Irmar Ferreira Campos; engenheiro Frederico Peçanha Couto e Kalil, à reeleição.

Força

Mesmo com o Atlético lutando contra o rebaixamento, nenhuma ofensa, nenhum golpe baixo ou cenas que eram tão comuns nas disputas eleitorais dentro do Atlético. Em fins dos anos 1970 o saudoso Marum Patrus teve que usar o seu poder de Delegado de Polícia Civil para serenar os ânimos e evitar uma tragédia, numa eleição como sempre explosiva na sede de Lourdes.

No grito

Dr. Marum acabara de assumir a presidência do Conselho Deliberativo no lugar do também saudoso médico Francisco Neves, que fora forçado a renunciar momentos antes, por uma das chapas. O bate-boca estava incontrolável, prestes a se tornar briga de braço, quando o Delegado socou a mesa e gritou que exigia respeito.

Silêncio

Ao ver o revólver do Delegado Marum sobre a mesa, os brigões se contiveram e fizeram silêncio. Os trabalhos prosseguiram normalmente, sem mais nenhum tumulto. Marum Patrus era um grande apaziguador de contendas no Atlético, nunca teve fama de violento nem na sua profissão, mas neste dia teve que apelar. Tornou-se um termômetro da política atleticana.

Apoio

Hoje, seu filho Marcelo Patrus, é um dos articuladores respeitados da política alvinegra e integra uma das alas que têm mais votos, a do ex-presidente Ricardo Guimarães. E anteontem, eles, junto com Dedé (Vila Olímpica), Geraldo Leite (Labareda) e outras lideranças de peso estiveram em Lourdes, manifestando apoio à reeleição de Alexandre Kalil, que continua com seu grupo unido.

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O câncer de Lula, Dilma, José Alencar e a saúde pública do Brasil

Faço minhas as palavras do Elio Gaspari, em sua coluna de ontem, na Folha de S. Paulo, sobre a situação do Lula:

“ELIO GASPARI”

Lula, o câncer, o SUS e o Sírio


O Brasil de Nosso Guia está a 33 quilômetros da “perfeição no tratamento de saúde”


AS PESSOAS que estão reclamando porque Lula não foi tratar seu câncer no SUS dividem-se em dois grupos: um foi atrás da piada fácil, e ruim; o outro, movido a ódio, quer que ele se ferre.

Na rede pública de saúde, em 1971, Lula perdeu a primeira mulher e um filho. Em 1998, o metalúrgico tornou-se candidato à Presidência da República e pegou pesado: “Eu não sei se o Fernando Henrique ou algum governador confiaria na saúde pública para se tratar”. Nessa época acusava o governo de desossar o SUS, estimulando a migração para os planos privados.

Quando Lula chegou ao Planalto, havia 31,2 milhões de brasileiros no mercado de planos particulares. Ao deixá-lo, essa clientela era de 45,6 milhões, e ele não tocava mais no assunto.
Em 2010, Lula inaugurou uma Unidade de Pronto Atendimento do SUS no Recife dizendo que “ela está tão bem localizada, tão bem estruturada, que dá até vontade de ficar doente para ser atendido”. Horas depois, teve uma crise de hipertensão e internou-se num hospital privado.

Lula percorreu todo o arco da malversação do debate da saúde pública. Foi de vítima a denunciante, passou da denúncia à marquetagem oficialista e acabou aninhado no Sírio-Libanês, um dos melhores e mais caros hospitais do país.

Melhor para ele. (No andar do SUS, uma pessoa que teve dor de ouvido e sentiu algo esquisito na garganta leva uns 30 dias para ser examinada corretamente, outros 76, na média, para começar um tratamento quimioterápico, 113 dias se precisar de radioterapia. No andar de Lula, é possível chegar-se ao diagnóstico numa sexta e à químio, na segunda. A conta fica em algo como R$ 50 mil.)

Lula, Dilma Rousseff e José Alencar trataram seus tumores no Sírio. Lá, Dilma recebeu uma droga que não era oferecida à patuleia do SUS. Deve-se a ela a inclusão do rituximab na lista de medicamentos da saúde pública.
Os companheiros descobriram as virtudes da medicina privada, mas, em nove anos de poder, pouco fizeram pelos pacientes da rede pública. Melhoraram o acesso aos diagnósticos, mas os tratamentos continuam arruinados.

Fora isso, alteraram o nome do Instituto Nacional do Câncer, acrescentando-lhe uma homenagem a José Alencar, que lá nunca pôs os pés. Depois de oito anos: 1 em cada 5 pacientes de câncer dos planos de saúde era mandado para a rede pública. Já o tucanato, tendo criado em São Paulo um centro de excelência, o Instituto do Câncer Octavio Frias de Oliveira, por pouco não entregou 25% dos seus leitos à privataria. (A iniciativa, do governador Geraldo Alckmin, foi derrubada pelo Judiciário paulista.)
A luta de José Alencar contra “o insidioso mal” serviu para retirar o estigma da doença. Se o câncer de Lula servir para responsabilizar burocratas que compram mamógrafos e não os desencaixotam (as comissões vêm por fora) e médicos que não comparecem ao local de trabalho, as filas do SUS poderão diminuir. Poderá servir também para acabar com a política de duplas portas, pelas quais os clientes de planos privados têm atendimento expedito nos hospitais públicos.

Lula soube cuidar de si. Delirou ao tratar da saúde dos outros quando, em 2006, disse que “o Brasil não está longe de atingir a perfeição no tratamento de saúde”. Está precisamente a 33 quilômetros, a distância entre seu apartamento de São Bernardo e o Sírio.

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Fila para compra de ingressos dobra quarteirões

É de assustar a fila para a compra de ingressos para Atlético e Grêmio, sábado, na Arena do Jacaré.

FILA2

Passando o feriado em Sete Lagoas, parei o carro para fotografar e mostrar aos senhores como estava a 30 minutos o movimento nas imediações das Avenidas Antônio Olinto, Lassance Cunha e Rua Randolfo Simões, perto do posto de venda do Posto Santa Helena.

FILA3

Sem tumulto e com muita paciência, as pessoas vã0 chegando e se juntando

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Mesmo de muletas, o atleticano enfrenta a fila.

FILA5

Crianças, adultos e muita gente uniformizada. Parece que o jogo é hoje.

FILA6

E imaginar que o time briga é para não ser rebaixado e que essa fila é apenas de setelagoanos e pessoas da região.

FILA1

O jogo é sábado à noite.

FILA

Imagine se essa torcida tivesse um time confiável!

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José Trajano está deixando o comando do ESPN

Depois de leituras de ontem e hoje, dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo, edições impressas, separei algumas reportagens que achei mais interessantes e repasso aos senhores.

As porradas do Globo no América por ter levado o jogo contra o Corinthians para Uberlândia e ter cedido 75% dos ingressos ao clube paulista, deixei pra lá.

Lamento a saída do José Trajano do comando do ESPN:

Folha:

“televisão” – Outro Canal
KEILA JIMENE

Osso Foi em clima de emoção que os funcionários da ESPN Brasil receberam na sexta-feira, em um almoço, a notícia de que José Trajano deixará suas funções executivas no canal, que serão ocupadas por João Palomino.

Osso 2 À coluna, Trajano ironizou a choradeira dizendo que “ninguém morreu e que continuará tudo igual”.

Osso 3 Trajano disse que não vai para a Fox Sports, que está chegando ao Brasil, e que deixou o comando da ESPN porque “perdeu o foco do que gosta de fazer para cuidar de coisas burocráticas”.

* O império continua andando apertado com a concorrência.

Folha:

Globo deve repetir pior audiência de sua história

A Globo deve repetir em outubro a pior audiência de sua história. Na soma dos 30 dias do mês (sem incluir dia 31), a emissora registrou média/dia (das 7h à meia-noite) de 15,5 pontos, a mesma registrada em abril, o mês mais difícil para a rede até hoje.
Em setembro, a Globo marcou média de 16,6 pontos, perdendo quase 7% de sua audiência em outubro. Cada ponto equivale a 58 mil domicílios na Grande São Paulo.
A faixa em que a rede mais perdeu público foi a nobre: uma queda de 10%.
O canal marcou em setembro, das 18h à meia-noite, média de 28 pontos. Em outubro, marcou 25,3 pontos na faixa. Boa parte dessa queda tem a ver com o Pan de Guadalajara. Exclusividade da Record, a competição teve a transmissão de muitas provas na faixa nobre.
A Globo também perdeu público no horário com as novas novelas “A Vida da Gente” e “Aquele Beijo”, que ainda não engrenaram.
A Record, que incomodou a líder em alguns momentos, esperava crescer mais com 140 horas de Pan no ar. Marcou em outubro 7,3 pontos, ante 7,1 pontos de setembro.
Quem mais cresceu no mês foi o SBT, que passou de 5,8 pontos (setembro) para 6,2 pontos. Um aumento de 7%. O total de televisores ligados em outubro permaneceu o mesmo de setembro: 42%.

* Folha sobre os caras de pau do COB:

Com R$ 1 bilhão em 4 anos, COB diz que ainda falta recurso

PAN Entidade, beneficiada pelas leis Piva e de incentivo, solicita mais apoio das prefeituras

MARCEL MERGUIZO
MARIANA LAJOLO
ENVIADOS ESPECIAIS A GUADALAJARA

O Comitê Olímpico Brasileiro quer mais apoio das prefeituras para o esporte. A entidade ainda não conseguiu espalhar o projeto do Time Rio para outras cidades.
“Esperamos que apareçam outras prefeituras que queiram investir em projetos como esse”, afirmou Marcus Vinícius Freire, superintendente-executivo do COB.
Ele disse que a Lei Piva ainda é o principal financiador do esporte olímpico e que a lei de incentivo precisa ser mais bem aproveitada.
De 2007 até o Pan do México, foi injetado cerca de R$ 1 bilhão no esporte brasileiro por meio das duas leis que usam verba pública para o fomento do COB, das confederações e de outros projetos.
“Há também muitas estatais e apoio de empresas privadas. É um conjunto que se complementa. Espero que as prefeituras se somem a nós nesse orçamento total. É preciso mais recurso para dar mais estrutura”, completou.
Anteontem, no balanço do desempenho do Brasil no Pan, o superintendente-executivo da entidade ressaltou o resultado dos atletas do Time Rio, tocado em parceria com a prefeitura carioca.
Dos nove competidores que integram o projeto, oito ganharam medalhas no Pan.
Kaio Márcio foi bronze nos 200 m borboleta, Rosângela Santos ganhou os 100 m rasos e o 4 x 100 m, Júlio Almeida levou dois bronzes no tiro, e Diego Hypólito, três ouros (dois individuais).
Na vela, Ricardo Winicki, o Bimba, foi o primeiro na RS:X, Cesar Castro, bronze nos saltos ornamentais, Rafaela Silva levou a prata no judô, e Nivalter Santos foi prata na canoagem e garantiu a vaga para Londres-12.
Natália Falavigna, do taekwondo, não medalhou.
O projeto do comitê foi lançado em fevereiro do ano passado. E, desde o lançamento, o COB já falava em levá-lo para outras cidades do país.
Até o fim de 2012, a Prefeitura do Rio repassará R$ 12 milhões para até 13 atletas de sete modalidades olímpicas.
Os valores dos patrocínios individuais não foram divulgados, mas o valor varia de acordo com as conquistas. Um medalhista olímpico receberá uma quantia diferente da de um campeão pan-americano, por exemplo.

* Uma ótima notícia, também na Folha:

Paraplégico que recebeu injeção de células-tronco caminha 100 m

Oficial da PM da Bahia também tem melhor controle intestinal

O major Maurício Borges Ribeiro se exercita com andador

GRACILIANO ROCHA
DE SÃO PAULO

Nove anos depois do acidente que o deixou paraplégico, o major da Polícia Militar da Bahia Maurício Borges Ribeiro, 47, voltou a andar graças a uma injeção experimental de células-tronco na região da medula.
Amparado por um andador, o policial tem conseguido caminhar até 100 metros por dia. O tratamento pioneiro está sendo desenvolvido por cientistas do Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael, em Salvador, e da Fiocruz.
Em março, médicos retiraram células da bacia do paciente e, um mês depois, reinjetaram-nas na região lombar da coluna do policial.
Os movimentos estão retornando gradualmente. O formigamento nas pernas foi o primeiro sintoma da melhora. Depois, houve aumento do controle da bexiga e do esfíncter. O tratamento é complementado pela fisioterapia.
Ribeiro deu os primeiros passos em julho, cerca de 90 dias após a cirurgia.
“Estou reaprendendo a olhar para a frente quando ando. Não sei se vou andar de muleta ou arrastando uma perna, mas um dia vou conseguir sair da cadeira de rodas, que é uma prisão”, disse o paciente.
“No começo não podia nem ficar sentado que eu caía. Melhoro um pouco a cada dia, mas tenho de seguir à risca o tratamento e fortalecer a musculatura porque, se eu cair ou fraturar alguma coisa, o tratamento para.”

MAJORBAIANO
O diretor de pesquisa do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, Luiz Fernando Lima Reis, afirma que é preciso cautela na expectativa. “É muito promissor, mas ainda precisamos entender muito bem a biologia dessas células”, disse.

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Um Ministro cubano para o Esporte brasileiro

Essa disputa entre as Redes Globo e Record pelos direitos das transmissões esportivas é excelente para todo mundo: o público que passa a ter mais opções; o mercado de trabalho que gera mais oportunidades e para instituições e atletas que passam a negociar melhor os seus contratos.

Mas poderia ser melhor ainda para o Brasil se o comportamento editorial das TVs fosse diferente. Pelo que vi a Record só quis jogar para cima, como faz a Globo em suas transmissões exclusivas. Não critica nem cobra dos dirigentes e muito menos das autoridades públicas, induzido ao telespectador e outros veículos de comunicação a pensar que estamos muito bem, que tudo são flores.

No balanço final do Pan, estão tentando nos fazer acreditar que evoluimos muito, porque nos “consolidamos”  como terceira força das Américas!

Que palhaçada é essa? Tivemos performance inferior à do Rio, quatro anos atrás, com menos medalhas de ouro, 48, e menos medalhas no quadro geral, 141; contra 52 e 157 do Rio’2007.

Nesse escândalo do Ministério do Esporte foi divulgado que o governo distribuiu de 2005 para cá, R$ 20 bilhões para as tais ONGs, que deveriam ter sido investidos na formação de atletas.

Ora, aonde foi parar este dinheiro? Quantos atletas foram beneficiados e qual a evolução de cada modalidade esportiva proporcionada por essa fortuna?

O maratonista medalha de ouro, Salonei Silva, 28 anos, foi lixeiro até 2009, e só conseguiu se tornar atleta pelo seu esforço pessoal e coincidência do destino. Se dependesse de verba do Ministério do Esporte estaria catando seu lixo em Penápolis-SP até hoje.

Além do atletismo, os outros esportes que deram medalhas de ouro ao Brasil foram os de quase sempre, acrescentado a ginástica agora: vôlei, natação e judô, patrocinados pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios, Petrobras, outras estatais e empresas privadas.

Cadê os bilhões do Ministério do Esporte?

SALONEIWashington Alves/Inovafoto/COB

E como explicar Cuba, que permanece firme no segundo lugar e a cada ano com menos dinheiro para investir no esporte?

O ideal seria a presidente Dilma importar um Ministro do Esporte de Cuba.

Custaria muito mais barato e o resultado prático seria infinitamente maior.

Mas não vi a Record questionando essas coisas; muito pelo contrário. Vi foi um ufanismo danado, falando em “amor à pátria”, “suor pelo Brasil” e outras lorotices.

Até Romário, que não tem papas na língua, disse coisas semelhantes na decisão do futebol feminino.

Mas, assim como a Globo e demais grandes veículos de comunicação, fica difícil criticar, já que os patrocinadores principais, normalmente são as estatais e outras instâncias do governo.

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Para entender a briga pela audiência e os novos rumos da TV no Brasil

Muita gente está estranhando o novo jeito de apresentação dos porgramas jornalísticos da Globo, do esporte principalmente.

Palavreado mais pobre, piadas de gosto duvidoso, superficialidade, enfim, mais popular, totalmente diferente do “Padrão Global” que prevaleceu até o primeiro semestre deste ano.

Nos tempos atuais, Dadá Maravilha faria o maior sucesso lá, e não duvidem se já já ele não for contratado novamente, já que não é fácil ser engraçado sem ser vulgar; e mudar de estilo não é fácil.

Tem gente lá que não está conseguindo cativar o público antigo da emissora e nem ao povão, que é o novo alvo principal da emissora dos Marinho.

Veja essas reportagens dos meses de julho e maio deste ano, publicadas pela Folha de São Paulo.

No dia 12 de julho, ela publicou números de audiência que explicam essas mudanças.

E, mais embaixo, uma aula de mídia contemporânea, do diretor-geral da Globo, no dia 9 de maio, onde ele antecipava o que iria acontecer e detalhava os motivos:

* “televisão”

OUTRO CANAL

KEILA JIMENEZ –


Audiência da Globo cai 24% em todo o país

Apesar da boa fase no horário nobre, a Globo encerrou o primeiro semestre do ano perdendo público no país.
Segundo PNT (Painel Nacional de Televisão) do Ibope, a Globo marcou, de janeiro a junho de 2006, média/ dia de 23,3 pontos. No primeiro semestre deste ano, registrou 17,6 pontos: queda de 24%. Cada ponto equivale a 185 mil domicílios no Brasil.
O SBT, que marcou no primeiro semestre de 2006 média de 7,4 pontos, caiu para 5,6 pontos em 2011. Também perdeu 24% de seu público. A Record passou de 5 pontos (2006) para 7,2 (2011). Cresceu 44%. Band e Rede TV! seguem com a mesma média.

———————————–

* Octávio Florisbal: Globo recolhe a bolinha de papel?

09/05/2011

“Globo muda programação para atender a nova classe C”

No embalo do crescimento econômico recente do País e das projeções

otimistas para os próximos anos, a Rede Globo aprofundou um processo

de modificações em sua programação para atender a uma nova clientela:

a emergente classe C.

As mudanças afetam as áreas de novelas, os programas de humor e o

jornalismo. E objetivam deixar a programação mais popular. A nova

classe C, na visão da emissora, quer se ver retratada nas telas.

Diferentes pesquisas têm sido encomendadas pela emissora para tentar

entender as mudanças ocorridas no perfil socioeconômico da população.

“São pesquisas para nossa reflexão interna, para orientar a área de

criação e de jornalismo”, conta Octavio Floribal, diretor-geral da

Globo.

O executivo observa que as classes C, D e E continuam formando 80% do

total da população, mas a mobilidade social ocorrida em função do

crescimento da renda e do emprego alterou as características deste

universo. “Estes 80% das classes C, D e E têm uma vida própria, com

características próprias. Nós precisamos atendê-los”, diz Florisbal.

OCTAVIO

Na Globo desde 1982, o executivo foi diretor de marketing e

superintendente comercial até assumir, em 2002, a direção-geral da

emissora em substituição a Marluce Dias. Paulistano, 71 anos, mora há

décadas no Rio de Janeiro, mas mantém um escritório na sede da

emissora em São Paulo, onde recebeu o UOL na última sexta-feira (06).

Abaixo, trechos da entrevista:

MUDANÇA DE COMPORTAMENTO

No passado, a classe C seguia muito os padrões das classes A e B. Ela

morava na periferia de São Paulo e do Rio e tinha a aspiração de vir

para um bairro de classe média, queria ter mais ou menos as mesmas

coisas que uma família de classe média. Eram seguidores.

O camarada mora no Tatuapé, mas não quer vir morar nos Jardins. Quer

morar lá, quer ser reconhecido pela comunidade dele, ele tem os

valores e hábitos dele.

Houve uma mudança de comportamento e de valores para estas pessoas.

Acabamos de fazer uma pesquisa muito interessante de classe C que

mostra isso. Há aquelas pessoas que migraram da classe D para a classe

C e estão vivenciando um novo momento. Estão muito felizes, mas têm

muito receio de voltar, de perder o que conquistaram. Estão investindo

nos filhos, para que eles dêem um novo salto.

Há outros, a maioria, que estão muito felizes com a posição que

ascenderam, mas não querem mudar. O camarada mora no Tatuapé, mas não

quer vir morar nos Jardins. Quer morar lá, quer ser reconhecido pela

comunidade dele, ele tem os valores e hábitos dele. Ele não quer se

vestir como se veste o pessoal daqui.

NOVO FOCO

Isso também muda os hábitos de consumo de mídia. No passado, você não

tinha que se preocupar tanto. “Estou fazendo uma televisão para todos,

mas com foco em classe média”. Hoje, não. Atenção. Eu tenho que fazer

para todos. Aquela divisão de que 80% do público é das classes C, D e

E continua, mas eles têm mais presença, mais opinião. Eles ascenderam.

Têm um jeito próprio de ser.

Você tem que atendê-los melhor. Eles têm que estar mais bem

representados e identificados na dramaturgia, no jornalismo. Antes,

você fazia uma coisa mais geral. Hoje, não. A gente tem que ir,

principalmente nos telejornais locais, ao encontro deles. Eles têm que

ver a sua realidade retratada nos telejornais. Eles querem ter uma

linguagem mais simples, para entender melhor.

NOVELAS NOVAS

Em dramaturgia, se você voltar 20 anos, você tinha alguns

estereótipos. A novela estava centrada nos Jardins, em São Paulo, ou

na zona sul do Rio e tinha um núcleo, aquele núcleo alegre, de classe

C, na periferia. Hoje, não. A gente começa a ver essas histórias

trafegando mais na periferia. A próxima novela, do Aguinaldo Silva,

“Fina Estampa”, vai se passar na periferia. A novela que virá depois,

do João Emanoel Carneiro, vai ser centrada na Baixada Fluminense.

Então, você vê este tipo de preocupação.

“Tapas e Beijos”, escrito pelo Claudio Paiva, é uma situação clara

para você atender classe média, classe média baixa. São duas

balconistas de uma loja de noivas, que você encontra aqui, na rua São

Caetano, ou na avenida Nossa Senhora de Copacabana, uma coisa popular.

É uma outra pegada. Por quê? Porque é isso que eles querem.

A Patrícia Kogut (“O Globo”) fez uma crônica sobre “Insensato Coração”

muito interessante sobre os personagens Raul (Antonio Fagundes) e

Heidi (Rosi Campos). É quase uma ação de responsabilidade social.

Ambas são pessoas simples, batalhadoras, mas que têm valores muito

fortes. E eles tentam passar isso para os filhos o tempo todo. Você

tende a ficar um pouco mais popular, sim, mas sem perder qualidade.

NOVOS PROJETOS NO JORNALISMO

No jornalismo é a mesma coisa. Tanto em São Paulo quanto no Rio

estamos procurando nos telejornais locais fazer uma coisa mais

coloquial, uma linguagem mais familiar, mais informal, no jeito de

colocar e de se vestir. Não é só um apresentador, são vários. Tem a

redação móvel, que vai nas periferias e faz de lá. Nos telejornais

nacionais você também tem que cuidar bem para não colocar em excesso

certos temas que não atendem tanto.

E agora nós instituímos “os parceiros do jornalismo”. Nas comunidades

que a gente elege, há um representante selecionado para ser nosso

repórter lá. Ela recebe uma camerazinha simples e retrata o dia a dia

lá. Um incêndio, um buraco na rua. Se a matéria é selecionada, entra

no telejornal local. No Rio, são oito duplas, em oito comunidades

diferentes. Em São Paulo, deve chegar no começo do segundo semestre.

AUDIÊNCIA EM QUEDA AOS SÁBADOS

Veja um dado interessante que retrata a ascensão desta classe popular.

Antes, como eles tinham menos renda, o único meio de entretenimento

deles era a televisão. Hoje, nos fins de semana, eles saem mais de

casa. De segunda a quinta, às 21hs, que é o pico, o total de TVs

ligadas está em 68%. No sábado, isso cai para 52%. É um monte de gente

que desligou. Por que desligou? Porque saiu de casa. Essa queda sempre

houve, mas está mais acentuada. Porque as pessoas estão com mais

dinheiro para sair de casa.

A gente tem que fazer televisão para todos. O “Jornal Nacional” é

bastante abrangente, mas se você vê o “Jornal da Globo”, ele está

atendendo mais classe AB e um pouco de C1. Você vai no “Bom Dia

Brasil”, idem. Por faixas horárias, você pode fazer mais isso. Você

tem que ter um balanceamento para não perder classe AB.

Esta discussão está presente na Rede Globo. E todos nós estamos, de

uma maneira geral, aprendendo. Todas as redes de TV, os outros meios.

TELEVISÃO VERSUS INTERNET

Temos na Globo um conjunto de grupos, por temas, que a gente considera

estratégicos. Essa semana, um dos grupos que se apresentou,

justamente, trata de TV digital. Novas oportunidades nesta área.

Há uma oferta crescente de oportunidades de você ver vídeo de

diferentes maneiras. No táxi, no ônibus, no metrô, no avião, no

celular, tablets. Estas experiências novas são, realmente, desafios.

Para tranquilidade da gente, para não ficarmos muito assustados, nos

Estados Unidos, a Nielsen tem um painel chamado de “Três Telas”, com

uma amostra de quem assiste televisão na TV, no computador e no

celular. Apesar de toda a oferta, consumo de televisão por família é

de 35 horas por semana “real time” mais três horas gravado. Vídeos na

internet dão menos de meia hora por semana. E vídeos no celular dão

seis minutos.

Apesar desta grande quantidade de opções, o grosso, 90% ou mais, ainda

está na televisão. Quanto tempo esta concentração vai durar, não sei.

Vai depender muito da nossa capacidade de ter conteúdos atraentes. No

Brasil esses números são muito parecidos. Aqui temos uma média de 39

horas por semana. E vídeos na internet dão vinte e poucos minutos. Não

medimos ainda celular.

AUDIÊNCIA EM QUEDA

A média histórica de aparelhos ligados no Brasil, das 7h à 0h, é de

40% a 45%. Isso é permanente, não muda. Em 2010, foi de 43%. Há 30

anos, esses 44% correspondiam praticamente só à TV aberta. Com a

introdução das novas mídias, isso mudou. Há 20 anos, havia 1 milhão de

domicílios com TV paga, que não era nada. Hoje são 10 milhões. No

passado, TV paga, que a gente chama de “outros canais”, representava

1% dos aparelhos ligados, hoje é 6%. O que a gente chama de “outros

aparelhos”, VHS, videogame, DVD, Blu-Ray, antigamente não existia,

hoje representa 3%.

Aqueles 44% continuam. Mas o que era só da TV aberta, hoje não é mais.

A TV aberta tem 35%, e tem 8% ou 9% que é uma composição de “outros

canais” e “outros aparelhos”. De fato, hoje tem uma disputa que não

havia. A TV aberta perdeu um pouco de participação para “outros

canais” e “outros aparelhos”. Isso é inquestionável.

Dentro das redes, na TV aberta, a Globo tinha 21% em 1997, hoje ela

tem 17%, 18%. Antes, SBT e Record, somados, davam 13%. Hoje, somados,

dão os mesmos 13%. Tivemos uma pequena perda. Mas o que nós perdemos

não foi para eles. Eles mantiveram, não conquistaram da gente, nós

perdemos alguma coisa para “outros canais” e “outros aparelhos”.

Excluindo China e Índia, o Brasil é o país de maior audiência de TV

aberta. No conjunto, no mundo, a audiência de TV aberta tem se

mantido. Ela tem uma tendência, pequena, de queda nos países

desenvolvidos, mas os BRICs (Brasil, Rússia, India e China) compensam.

Na soma global, a audiência de TV aberta está até subindo. Segundo um

estudo da Deloitte, em termos de verba publicitária, em 2008, o

investimento total em TV (aberta e fechada) representou 38% do total.

Este ano vai ser 41% e ano que vem 42%. Está crescendo. Internet daqui

a algum tempo será a segunda mídia. Hoje ainda é jornal e revista.

A CONCORRÊNCIA DA RECORD

No passado, nosso concorrente era o SBT. O Washington Olivetto, muito

criativo, criou aquele slogan: “Líder absoluto da vice-liderança”. Era

um tipo de postura. A Record tem uma postura mais agressiva: “A

caminho da liderança”. É interessante porque, ao mesmo tempo em que

pode incomodar, é um grande desafio. É uma maneira de ficar mais

atento, mais acordado.

É uma postura que te obriga a estar mais atento. Você é mais

desafiado. A disputa pelo telespectador é absolutamente democrática.

Com o controle remoto, a pessoa muda, não paga nada por isso, ela fica

mais aqui ou menos ali se a emissora atende melhor ou não. É uma luta

permanente, de minuto a minuto. Não é como em outros setores. Você

troca de automóvel a cada dois anos.

Hoje há mais disputa. A Record tem mais recursos financeiros para

brigar por audiência do que tinha o SBT.

Nunca nos acomodamos. É uma preocupação permanente. Batalhamos todos

os dias. Um ponto de audiência é muita coisa. Um ponto de audiência,

nacional, num total de 55 milhões de domicílios, são 550 mil

domicílios, 1 milhão de pessoas. Um por cento da verba publicitária de

TV, de um total de R$ 16 bilhões, é R$ 160 milhões. Um por cento é

muita coisa. Tem que batalhar muito.

O movimento da audiência nestes anos todos pode ter sido pequeno, mas

não em quantidade de pessoas. A população cresceu, o número de

aparelhos por lar cresceu. Hoje, 10% de audiência atinge muito mais

pessoas do que 10% há 30 anos. Quando você olha para o anunciante, ele

tem interesse pela audiência, é claro, mas também pelo total de

pessoas. Por isso, a TV aberta continua tendo essa preferência.

FUTURO FAVORÁVEL

A economia nos BRICs tem uma tendência de crescimento muito forte nos

próximos anos. Acho que o Brasil está numa posição muito favorável de

crescimento, consolidação. E isso certamente vai arrastar o mercado

publicitário brasileiro. Há alguns anos, ele não estava nem entre os

dez maiores. Este ano, já vai ser o sexto, ocupando o lugar da França.

Mais três ou quatro anos, vai ser o quinto, passando a Inglaterra.

Depois, a tarefa é mais inglória: passar Alemanha, Japão, China e

Estados Unidos.

Tem uma verba crescente de marketing, publicidade, comunicação que vai

irrigar muito todos os meios de comunicação. Vai ter para todo mundo.

Nós vamos viver um período muito bom. Temos um modelo brasileiro de

publicidade muito interessante, que todos apoiamos.

Entendo que a TV aberta num arco de tempo de dez anos vai continuar

como líder. A nossa aposta é que a internet será a segunda maior

mídia, em participação, daqui a dez anos. Ela vem crescendo de maneira

exponencial. Hoje ela representa 5%. Já passou cinema, outdoor, rádio.

Está se aproximando muito de revistas, que é 7%. Jornal aqui é 13%.

Com o plano brasileiro de banda larga, com mais renda para as pessoas,

a internet tem realmente uma expectativa de crescimento exponencial,

como tem tido.

Vai ser muito bom para todos. Quem é que vai prevalecer? Em cada meio,

vão prevalecer aqueles que oferecerem melhor conteúdo. No fundo, no

futuro, a distribuição vai ser um commodity, vai chegar para todo

mundo. O que vai fazer a diferença é o conteúdo, a qualidade do

conteúdo, a sua pertinência.”

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