Blog do Chico Maia

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Pelas estradas argentinas

Hoje é para enfrentar estrada durante todo o dia, nos 800 Km que ligam Buenos Aires, capital, à Córdoba, também capital, e segunda cidade em população e importância econômica da Argentina, na província (estado) do mesmo nome.

Terra do Belgrano, que entrou para a história do futebol Sul-americano não só por mandar o poderoso River Plate para a segunda divisão, mas por ser a cidade do famoso Talleres.

Também, por ter sido uma das únicas cidades a aceitar a miscigenação entre os colonizadores brancos europeus, índios nativos e negros africanos, no período da colonização espanhola.

A história da independência e unificação da Argentina passa por essa região com importância especial.

Uma ilha genealógica no Cone Sul, terra do grande Mário Alberto Kempes, artilheiro argentino campeão do mundo em 1978, que desde o ano passado, cede o nome ao antigo Estádio Córdoba.

Não se trata de um estádio qualquer. Nele, foram disputados nada menos que oito jogos da Copa do Mundo, fato impossível de se repetir nos dias atuais, com mais seleções e mais sedes que naqueles tempos.

Brasil e Paraguai farão nele um jogo decisivo, de levantar ou manchar reputações, neste sábado. Vindas de empates frustrantes, precisam da vitória, nesse penúltimo jogo de ambos na primeira fase.

 

Trata-se de uma região bem diferente de Buenos Aires, estado e Capital Federal, onde tudo é globalizado e se parece cada vez mais com nossas Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e demais grandes cidade. Em Buenos Aires rádios e TVs tocam músicas brasileiras, os canais mostram as novelas da Globo e os programas da ESPN, TyC Sports e Fox são semelhantes aos nossos da ESPN, Sportv e Band Sports. Novidade aqui é a Fox, norte-americana, que está prestes a ser aportar em território brasileiro.

 

Na ânsia de se diferenciar e sair do anonimato, até o jeito de pegar no pé dos filhos mais ilustres da terra se assemelha entre nós e os argentinos. Lionel Messi é a bola a vez, a “Geni” preferencial da mídia portenha, apesar da criançada não estar nem aí e reverenciar de paixão ao ídolo do Barcelona.

Dizia Tom Jobim que, “o Brasil tem o grave defeito de perseguir as pessoas de bem!”.

Argentinos, idem! Messi é um exemplo.

 

No dia a dia, brasileiro se dá muito bem em qualquer cidade argentina, onde R$ 1 vale P$ 2,53; uma Coca-Cola de 600 ml custa P$ 3 ou R$ 1,8, o mesmo preço de um litro de gasolina comum. A aditivada vale P$ 5,6 que é R$ 2,2.

Nas rádios, jornais e Tvs o governo exalta o crescimento do turismo, e essa campanha surte efeito, já que todo visitante é tratado da melhor forma possível.

Táxi é em abundância, por ótimo preço. Anda-se em média, 6 Km por P$ 20 ou R$ 7.

 

A campanha política está em todas as ruas e praças e nenhum argentino foge do assunto. Todos se posicionam, numa terra onde o índice de alfabetização e leitura são semelhantes aos da Europa.

Maurício Macri, ex-presidente do Boa Juniors, atual governador do Distrito Federal, é candidato a reeleição neste domingo. Seu principal adversário é Daniel Filmus, apoiado pela presidente Cristina Kirchner, que tem uma cara estranha, de picareta.

 

De modo geral os argentinos têm uma ótima visão de Lula e Dilma Roussef. Principalmente as mulheres, acham que Dilma é mais séria, durona; contra a corrupção; que não tem medo de demitir auxiliares suspeitos. A degola do Palocci repercutiu muito bem aqui.

Também pensam que trata-se da mesma linhagem política de FHC e se assustam quando dizemos que são adversários ferrenhos, porém, “farinha do mesmo saco!”.

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Os argentinos exportaram para o Brasil essa arte que hoje toma conta também de nossas principais vias em todo o país. Na esquina da Afonso Pena com Augusto de Lima temos um portenho autêntico, como este, fotografado numa das esquinas mais movimentadas do Bairro da Recoleta.

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Quando a responsabilidade bate à porta

Neymar e Ganso são conhecidos no Brasil, mas a imprensa estrangeira ainda aguarda uma grande atuação de ambos pela seleção, para reconhecê-los como “diferenciados”.

Neymar é apontado como um protegido da imprensa brasileira. Consideram-no um ator da novela “Insensato Coração”, sucesso de momento na teledramaturgia verde e amarela.

Alexandre Pato é citado como o “genro del capo”, numa referência ao sogro Silvio Berlusconi.

Aliás, a presença brasileira é cada vez maior na Argentina, motivada pela influência econômica. Nas rádios e TVs, ouve-se e vê Roberto Carlos, Bossa Nova, Sertanejos, Funk e Skank e Ivete Sangalo, nessa ordem, por mais incrível que pareça. A tal ponto que a música “Chora me liga” da dupla João Bosco e Vinícius, tornar-se um ícone entre a juventude portenha. Acredite se quiser, mas na estreia da Argentina contra a Bolívia, era entoada pela torcida numa versão criada por eles.

É impressionante como os argentinos estendem o tapete vermelho para os brasileiros. Há serviços especiais para a nossa língua em todas as áreas imagináveis.

Foi a segunda vez na vida que vi que o nosso dinheiro está forte no exterior. A primeira foi durante a Copa da Franca, em 1998, quando um real equivalia a um dólar, que valia seis francos. Que festa!

Um real vale hoje 2,53 pesos, e um peso, vale muita coisa aqui.

 Os noticiários de ontem diziam que Buenos Aires corria o risco de falta de combustível, e que o interior do país já estava racionando. Também, que a Petrobras e a Shell, justificavam isso e aquilo pela ausência do produto, com foco na greve dos caminhoneiros e movimento dos “piqueteiros”, que impediam a saída dos caminhões das distribuidoras. Ou seja: uma cia.  brasileira controla um setor fundamental deles.

Um taxista paraguaio falou barbaridades dos argentinos, quando eu disse que era brasileiro: “son uns hijos del … non les gustan nadie…” “Só tratam bem aos brasileiros, hoje, porque vocês é que sustentam a economia deles”, disse.

Ele mora aqui há 22 anos e só espera o filho mais velho, que faz medicina, completar, 22 anos, para voltar a morar em Assunção.

Vale registrar que foi o único estrangeiro que ouvi falar mal da Argentina e argentinos até agora. 

Um veterano jornalista argentino, Carlos Cavagnano, que cobre Copas, desde a de 1970, elogia a todos os sul-americanos que frequentam a Argentina, à exceção dos peruanos: “são uns folgados; preguiçosos”.

Tudo faz parte! Pessoalmente, garanto que estou muito satisfeito em estar aqui, pela terceira vez. E sempre bem recebido, com a cordialidade e atenção de sempre.

Nada a reclamar; muito pelo contrário.

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Numas das principais redes de televisão da Argentina, uma gozação para cima do estrelismo do atacante Neymar, e o seu cabelo “moicano”. Um ator anão contracenou com o ex-goleiro Sérgio Javier Goychochea, vice-campeão mundial em 1990, na Itália, no palco.

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Uma grande sacanagem!

Em 2009 o Cruzeiro precisou e não teve essa regalia que a CBF deu e continua dando ao Santos.

Mas a CBF tem dono e ele faz o que quer, dependendo do humor do dia.

Juca Kfouri escreveu hoje no blog dele:

O protegido Santos 

A CBF está, de fato, protegendo o Santos.

E não faz nada mais que sua obrigação.

Não só porque tem o dever de dar condições para que um filiado seu possa disputar as finais de uma Libertadores com totais possibilidades de vencê-la, como aconteceu.

Mas, também, porque quem tem tantos jogadores convocados para servir os times da CBF não pode ser prejudicado por isso.

Se já foi antes, um erro não justifica outro.

Já que a CBF não adapta nosso calendário ao calendário mundial, é o mínimo que ela pode fazer.

http://blogdojuca.uol.com.br/2011/07/o-protegido-santos/?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter


A vergonha da falta de um metrô à altura de Belo Horizonte

Ótima reportagem do Ricardo Corrêa, companheiro de cobertura aqui na Argentina.

No portal do O Tempo:

 

“Metrô de Buenos Aires custa quatro vezes menos do que o BH e transporta sete vezes mais passageiros”

RICARDO CORRÊA

ENVIADO ESPECIAL

Buenos Aires, Argentina – O metrô da capital federal argentina não é nada moderno e está perdendo passageiros anualmente. Fica devendo muito em relação ao sistema das principais capitais mundiais e perde, inclusive, para o de São Paulo, que foi inaugurado 61 anos depois, como mostrou um levantamento feito pelo jornal argentino “La Nacion” durante esta semana. Mesmo assim, os números ainda são bastante expressivos se comparados ao metrô de Belo Horizonte.

Inaugurado em 1913, o sistema de trens subterrâneos de Buenos Aires foi o primeiro do hemisfério sul. Sua operação se deu apenas nove anos depois do metrô de Nova York e seis anos antes do de Madri, por exemplo, dois dos maiores do planeta.

METROO sistema de trens subterrâneos de Buenos Aires foi o primeiro do hemisfério sul/ Foto: Ricardo Corrêa

De lá para cá, no entanto, com as crises econômicas e a perda de investimento, o metrô de Buenos Aires começou a andar devagar. Hoje, são 52,4 km de linhas (5,91 km estão em construção), em seis trajetos e 77 estações. A título de comparação, Belo Horizonte tem 28,2 km em uma linha apenas e 19 estações.

As diferenças entre os sistemas de Buenos Aires e Belo Horizonte ficam maiores quando comparados os custos e o número de passageiros transportados. Na capital argentina, o custo de uma viagem é de US$ 0,30. Quase quatro vezes menos do que o preço na capital mineira, onde o custo é de US$ 1,15 (R$ 1,80) para o bilhete unitário. Com mais linhas, mais estações e um preço mais baixo, o metrô de Buenos Aires consegue transportar 1,2 milhão de passageiros por dia, enquanto, em Belo Horizonte, a média não chega a 160 mil, segundo a Companhia Brasileita de Trens Urbanos (CBTU). Considerando o tamanho da população na região metropolitana, aproximadamente 10%, dos 12,8 milhões habitantes, usam o metrô de Buenos Aires como meio de transporte. Na região metropolitana de BH o índice é de pouco mais de 3%.

Comparativo dos metrôs pelo mundo:

BELO HORIZONTE
Extensão: 28,2 km
Linhas: 1
Estações: 19
Valor da passagem: US$ 1,15
Passageiros transportados: 160 mil

BUENOS AIRES
Extensão: 52,4 km
Linhas: 6
Estações: 77
Valor da passagem: US$ 0,30
Passageiros transportados: 1,2 milhão
 
SÃO PAULO
Extensão: 66 km
Linhas: 3
Estações: 58
Valor da passagem: US$ 1,7
Passageiros transportados: 3,7 milhões
 
PARIS
Extensão: 214 km
Linhas: 16
Estações: 300
Valor da passagem: US$ 2,4
Passageiros transportados: 4,7 milhões
 
MADRI
Extensão: 293 km
Linhas: 13
Estações: 300
Valor da passagem: US$ 2,9
Passageiros transportados: 1,7 milhão
 
NOVA YORK
Extensão: 337 km
Linhas: 24
Estações: 468
Valor da passagem: US$ 2,25
Passageiros transportados: 4,3 milhões
 
LONDRES
Extensão: 402 km
Linhas: 11
Estações: 260
Valor da passagem: US$ 3
Passageiros transportados: 2,9 milhões

Fontes: CBTU e levantamento do La Nacion

http://www.otempo.com.br/esportes/ultimas/?IdNoticia=44759,ESP&utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter


Buenos Aires faz lembrar a nova BH que protesta e se manifesta

Na imprensa argentina uma vitória, seja como for, tem o mesmo efeito do que ocorre entre nós, da brasileira, de modo geral.

O Chile venceu, de virada, a duras penas ao México, cuja média de idade é 22 anos, e já é apontado como destaque da primeira rodada da Copa América.

Outro assunto em debate entre os colegas portenhos é se acabou ou não o “poder hipnótico”, ou a magia da seleção brasileira, por causa do empate sem gols com a Venezuela.

Não tenho dúvidas que o equilíbrio mundial do futebol é uma realidade, mas o Chile ainda não fez nada que mereça ser destacado e nem o Brasil está decadente.

 

O time do Mano Menezes vai passar por teste duro sábado, contra o Paraguai, que, entretanto, também começou empatando, 0 x 0, com o Equador.

Com apenas uma rodada é impossível fazer qualquer diagnóstico, ainda mais em um competição com essa, onde quase todas as seleções são verdadeiros ajuntamentos de atletas, que vão se entrosando durante a disputa.

O mesmo pode ser dito sobre a Argentina, que empatou com a Bolívia, e o Uruguai, que suou mais que todas para conseguir um empate com o Peru.

A Colômbia, que tenta recuperar o prestígio perdido desde a Copa da França em 1998, também venceu na estreia, à Costa Rica; tão jovem quanto aos mexicanos.

 

Numa passada pelo noticiário de Minas, vi que Belo Horizonte está cada vez mais parecida com Buenos Aires no que se refere a manifestações e greves ruidosas. Avenidas, Praças e BRs, fechadas ou com tráfego interrompido por estudantes, operários da construção civil, funcionários públicos municipais e estaduais de várias áreas, sem teto e ocupantes de terrenos sob ameaça de despejo. Isso tudo, apenas ontem.

 

Em manifestações, Buenos Aires é comparada a Paris, onde os protestos e paralizações também são constantes. Alguns se tornaram permanentes, como das “Mães da Praça de Mayo”, dos “Olvidados de las Malvinas”, onde mães de desaparecidos pela ditadura militar e veteranos da Guerra das Malvinas, tomaram conta da Praça de 25 de Maio, em frente à Casa Rosada, sede do governo federal. E não arredam pé, com barracas e alto falantes.

 

Há até movimentos considerados exagerados, que surgem e desaparecem da noite para o dia, como é o caso dos “Padres del Obelisco”, onde pais e avós reclamam de ações da Justiça que os impedem de ver filhos e netos. Começou sem grandes pretensões, mas está se tornando forte.

No futebol, os protestos são até violentos, como no rebaixamento do River Plate, mas durou só uma noite e agora está apenas nas rodas de conversa e na imprensa.

A vantagem dos argentinos é essa! São apaixonados por futebol, mas se enquadram na teoria do Nelson Rodrigues de que “o futebol é a coisa mais importante, das coisas menos importantes”. Tanto que os torcedores do Boca não comemoraram a queda do River, porque o futebol do país perdeu, e a economia também. Os quatro clássicos anuais entre eles, eram um dos itens mais vendidos nos pacotes turísticos portenhos.

Por falar em Boca Juniors, o Museu do clube, dentro do mítico estádio La Bombonera é uma visita obrigatória, para todas as idades. É um passeio pela história da humanidade, traçando paralelos entre a data de nascimento do clube e acontecimentos políticos e sociais na Argentina e no mundo. Em fotos, vídeos e registros da imprensa em vários formatos, em seis idiomas. Até quem não gosta de futebol sai emocionado.

 

Aqui como aí: obra parada do novo estádio do Estudiantes, dentro do “Bosque”, área verde, no centro de La Plata.

ESTUDIANDOISOs políticos permitiram, mas a população recorreu à Justiça para impedir a ocupação indevida de uma das principais áreas de lazer da cidade.

ESTUDIANQUATRO

Aqui, a obra vista pelo lado do Bosque.


Piadas hoje; poderão representar muita grana amanhã

Pouca gente se lembra do futebol do mexicano Jorge Campos. Nem quem era Jorge Campos!

Porém, se falarmos num goleiro que usava camisas coloridas, extravagantes, totalmente diferentes das usuais, dificilmente alguém não vai se lembrar.

Os ingleses são bons de marketing e certamente não relaxariam seu alardeado “conservadorismo” sem pesquisas e sem certeza que o sucesso virá´; obviamente depois de uma boa polêmica, que divulgue bem os produtos.

A notícia está no Globoesporte. com

* Novas camisas de goleiro viram motivo de piada na Inglaterra

Uniformes da seleção da Inglaterra e do Everton têm design inovador, mas não caíram no gosto popularNOVASCAMISAS

 Por GLOBOESPORTE.COM Londres  

A Seleção da Inglaterra e o Everton divulgaram imagens das novas camisas de goleiro e as cores chamativas foram ridicularizadas pelos tablóides ingleses. Torcedores também se manifestaram, desaprovando as novidades.

De acordo com o “Daily Mail”, o Everton sempre realiza campanhas medíocres no Campeonato Inglês. Todavia, pelo menos na próxima temporada, o goleiro americano Tim Howard não poderá ser culpado, por já estar sendo “punido” com a obrigação de vestir a camisa.

O jornal comparou a camisa da seleção com os extravagantes uniformes que o ex-goleiro mexicano Jorge Campos costumava usar. Campos era o responsável pela escolha dos desenhos e das cores. O site do diário também fez uma enquete entre os internautas e 72% garantem que não gastarão dinheiro com o uniforme do English Team.

http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/futebol-ingles/noticia/2011/07/novas-camisas-de-goleiro-viram-motivo-de-piada-na-inglaterra.html?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=globoesportecom


É preciso repensar a Copa América

A Copa América começou deixando a desejar dentro das quatro linhas, com poucos gols e futebol fraco. É importante lembrar que muitas seleções começam mal e terminam bem a disputa. Se acertam no decorrer dos jogos. Na Venezuela o Brasil começou perdendo para o México; fez jogos sofríveis com direito a vaias. Na final, goleou a Argentina, que fazia uma campanha impecável, e foi campeã.

 

Fora de campo também há reclamações contra a organização do torneio, que cabe à local, no caso, a Associação de Futebol da Argentina – AFA. Na verdade, a fórmula da competição é que precisa ser revista, para motivar mais aos torcedores.

Por enquanto, torcidas que deram as caras em grande número foram as do Uruguai e Chile. Além da proximidade territorial com a Argentina, os uruguaios estão motivados pela boa campanha na Copa da África.

 

A próxima está prevista para o Brasil, em 2015, um ano depois da Copa do Mundo. Imaginem se a seleção brasileira não for campeã mundial em 2014! Que torcedor vai se animar a pagar ingresso em qualquer jogo da Copa América?

Só se for toda realizada numa região do país que continue apaixonada por futebol e de poucos atrativos do mundo da bola, como em alguns estados do Nordeste, por exemplo.

 

A delegação do Peru foi roubada dentro do hotel em San Juan. Jogadores tiveram subtraídos dólares, relógios e material esportivo. No início da Copa do ano passado também houve casos semelhantes na primeira semana, por a polícia da África do Sul agiu rápido e com eficiência, prendendo, julgando e condenando os marginais com rigor, além de ter devolvido os pertences à maioria das vítimas.

Vamos ver como será com os argentinos.

 

A Argentina está superando bem a crise econômica pela qual passou, mas, muitos dos problemas de segurança permanecem. Acostumado a índices historicamente baixos de criminalidade, os argentinos relatam fatos que para eles são estranhos, porém, corriqueiros para nós. Um taxista estava indignado porque estão furtando “sete carros” por dia em Buenos Aires. E imaginar que a média na nossa Belo Horizonte é de 20 por dia.

 

Além de muito bem policiadas as cidades argentinas não passam sensação de insegurança. Em Buenos Aires com seus 12 milhões de habitantes, as próprias autoridades recomendam, atualmente, cuidados que não eram necessários até cinco anos atrás. Mas ainda se pode caminhar com tranquilidade pelas ruas, altas horas da noite. Claro, que, sem abusar, principalmente em regiões fora do circuito de circulação geral.

 

Com razão, o leitor Flávio Souza, a quem agradeço, escreveu: “Em sua coluna existe uma informação equivocada. O River passará um ano na segunda divisão, pois o acesso é apenas ao fim do clausura, no meio do ano que vem. E podem subir até quatro times: os dois primeiros sobem direto, o terceiro e o quarto disputam um mata-mata com dois times da primeira divisão (foi o caso do confronto entre o River e o Belgrano).

 

Também merece reparo uma informação publicada na coluna de ontem sobre as eleições deste ano na Argentina. Para prefeito, serão sim esta semana: domingo, dia 10. Para presidente e governadores é que serão em outubro.

O ex-presidente do Boca Juniors, Maurício Macri, é candidato à reeleição em Buenos Aires. Ele lidera, sem folga, as pequisas contra o senador Daniel Filmus, candidato da presidente Cristina Kirchner.

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Os argentinos respiram política: em frente ao Estádio Único, em La Plata, Mariano Mamine (direita), fatura um extra, com um bar nos dias de jogos e shows. Dá entrevista a Ricardo Corrêa, do O TEMPO, com imagem do eterno presidente e mito Juan Perón, ao fundo.

Há vários bares como este em torno do estádio, porém o do Mariano é o mais frequentado e animado. Resultado do “estágio” que ele fez no Brasil, em Arraial D’Ajuda-BA e no Rio de Janeiro. Cheio de ginga, bom de papo e marqueteiro. Atendimento à baiana e à carioca!

Tem um agência de automóveis e ganha uma grana com o bar temporão. Disse que os shows dão mais dinheiro. Faturou muito com o U2 e aguarda ansioso a vinda da Madona e Aerosmith.

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Dia de datas especiais e lamentos pelo início fraco da Copa América

A imprensa argentina destaca hoje que o grande Alfredo di Stéfano, ex-craque de futebol, presidente de honra do Real Madri e argentino de nascimento, faz 85 anos nesta data.

Também dá grande destaque aos 19 anos da morte do grande músico Astor Piazzola.

E pega pesado com o assassinato de cinco religiosos palotinos, no dia 4 de julho de 1975, pela ditadura militar, que ficou conhecido como o “Massacre de San Patrício”, transformado inclusive em filme, e premiado em vários festivais internacionais.

 

Sobre a Copa América, frustração com o início fraco até agora, com poucos gols, futebol sofrível e decepção nas estreias das seleções mais aguardadas e favoritas, Brasil e Argentina.

 

Expectativa positiva hoje para a estreias de Uruguai x Peru; Chile x México, às 19h15 e 21h45.


Na falta de futebol dos dois lados, uma polêmica boba!

Do portal Uol:

* Técnico que brigou com Neymar é polêmico e já ganhou do Brasil para ‘vingar’ filho

Carlos Padeiro
Em La Plata (Argentina)

O técnico César Farías foi o principal responsável por um desentendimento entre jogadores brasileiros e venezuelanos, na tarde do último domingo, durante o empate por 0 a 0 pela primeira rodada da Copa América. E não é a primeira vez que o treinador protagoniza uma cena inusitada diante da equipe pentacampeã mundial.

Em 2008, depois de a Venezuela ganhar do Brasil por 2 a 0 em um amistoso nos Estados Unidos, um feito histórico, Farías chorou e desabafou. Disse que tinha prometido o resultado ao filho, porque no ano anterior o garoto visitara o hotel da seleção, na Copa América de 2007, e teria ouvido um “não” em relação a pedidos de autógrafos. Ou seja, ganhar do time de Dunga foi uma espécie de revanche pessoal.

Já no último domingo, na estreia do torneio continental, Farías colou ao lado de Neymar, na saída para o intervalo, para questionar a postura do atacante de 19 anos de não ter jogado a bola para fora quando um atleta da Venezuela estava machucado. O lance prosseguiu e o camisa 11 quase abriu o placar.

Mano Menezes observou o fato e saiu correndo para defender seu atacante. Outros jogadores entraram na confusão e começou um empurra-empurra.

“Ele se sentiu no direito de dar uma dura no Neymar, e a gente vai aprendendo até nisso. Tive de fazer força para tirar o Neymar do bolo. A gente pode chamar a atenção do Neymar. O técnico da Venezuela, não”, observou Mano.

Farías chegou a falar em agressão, porém negou que tenha partido de Neymar. “Os que me agrediram vieram de trás, então não pude ver. Quem viu pode falar, eu estava de costas”, contou, após o empate sem gols.

“Eu só fui fazer uma reclamação. Não me parecia justo o Brasil tentar fazer um gol daquela maneira, quando um jogador nosso estava caído no chão. A seleção brasileira tem categoria para marcar de outra maneira. Existem códigos que devem ser seguidos”, justificou.

Neymar tratou com bom humor a atitude raivosa do técnico venezuelano, dizendo não ter traduzido as broncas. “Eu estava de costas. Aí ele veio falar um monte de coisa, mas não entendo o que ele fala. O Mano entende. Aí houve a discussão”, revelou o santista.

Dentro da imprensa venezuelana o trabalho de Farías é questionado. Jornalistas afirmam que o treinador de 38 anos está em guerra com a cidade de San Cristóbal, onde o futebol é mais popular. Não leva a seleção para jogar lá e não convocou nenhum atleta do Deportivo Táchira. Em compensação, chamou vários jogadores de um time menor, que é dirigido por seu irmão.

TECNICO

* http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/copa-america/2011/ultimas-noticias/2011/07/04/tecnico-que-brigou-com-neymar-tem-historico-de-polemicas-e-ja-bateu-o-brasil-para-vingar-filho.htm


A Venezuela não é mais aquela; e o Brasil também, não!

A já surrada frase “não existe mais time bobo no futebol” voltou a ser lembrada na estreia do Brasil na Copa América, contra a Venezuela. Há muito o time da terra do Hugo Chávez deixou de ser aquele grande saco de pancadas que entrava em campo pensando apenas em perder de pouco.

A Bolívia deu o mesmo trabalho à Argentina na abertura da competição. A globalização não ficou só na economia e o futebol hoje está totalmente inserido neste contexto. Os principais clubes europeus têm jogadores de todas as partes do mundo, inclusive de países sem tradição no futebol.

 

A Venezuela tinha em campo oito jogadores titulares que atuam na Bélgica, Alemanha, Espanha e Holanda. Quando falta inspiração aos craques, seleções top como Brasil e Argentina sempre vão passar aperto. A maioria do time boliviano também atua no exterior.

 

Novidade mesmo na estreia brasileira foi a “carona” dada pela CBF, no ônibus da seleção, ao presidente do Barcelona,

Sandro Rosell. Ex-diretor da Nike, patrocinadora da entidade, é amigo do cacique maior do futebol verde e amarelo, Ricardo Teixeira.

 

A torcida estava praticamente meio a meio no Estádio Único, com muitos venezuelanos presentes, e argentinos divididos, torcendo para a “Vino Tinto”, mas também para a “canarinho”.

 

Ciudad de La Plata é a terra da presidente argentina, Cristina Kirchner, que conheceu seu falecido marido, e ex-presidente, Nestor, aqui, na Faculdade de Direito.

Assim como em todo o país, a cidade respira política e o futebol é um prato e tanto para a campanha que está nas ruas.

As eleições serão em outubro, mas parece que já serão na próxima semana, tamanha a intensidade de propaganda e candidatos nas ruas.

 

O cachorro que deu a volta olímpica e invadiu o gramado no fim do primeiro tempo no Estádio Único, deve ter sido enviado pelos colegas dele como representante dos milhares que são vistos nas ruas das grandes e pequenas cidades da grande Buenos Aires.

Perto do Hotel Los Cardales, em Campana, a quantidade deles impressiona. São cães abandonados, porém, sempre nutridos e fortes, já que são bem tratados por donos de restaurantes e moradores.

 

Parei o carro, sábado às 15 horas, em Buenos Aires, para ouvir a Rádio 97,9 FM, quando uma senhora argentina, cujo nome ainda não descobri, recomendava Belo Horizonte como um ótimo destino turístico no Brasil, com destaque especial para o Centro de Arte Contemporânea Inhontim, em Brumadinho. Foram 20 minutos, num programa de variedades, e dicas de turismo locais e internacionais.

Sugeriu pelo menos, três dias a BH, para uma ida também a Ouro Preto.

 

Nas enormes filas de acesso ao Estádio Único, cabos eleitorais distribuíam “santinhos” de candidatos a prefeito, governador e presidente. Dentro do estádio, o nome do governador Daniel Scioli aparece em todos os lugares possíveis. Como no Brasil até nos anos 1980, aqui é permitido nome do titular do cargo nas obras públicas, paralelamente à campanha eleitoral. Na abertura da Copa América, sexta-feira, o principal opositor conseguiu estampar uma bandeira gigante com o seu nome sobre toda a arquibancada. 

A organização da Copa América continua pecando. O equipamento de som pifou e os hinos de Brasil e Venezuela não foram executados. Ao contrário de todas as competições internacionais desse porte, nos estádios e centros de imprensa não há detectores de metal, nem conferência de bagagens de torcedores ou jornalistas que entram.

Funcionários da AFA, do estádio e voluntários batem cabeça na hora de informar portões de entrada, estacionamento e situações básicas do gênero.

POLICIA

Centenas de policiais protegem a área externa dos estádios da Copa América, mas a segurança falha no acesso do público, imprensa e autoridades, já que não há detectores de metal, nem revista nos portões de entrada.