Blog do Chico Maia

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O avanço da tecnologia impressiona e se mostra na Copa do Catar. Adeus equipamentos pesados e muita gente para operá-los

Repórter de rádio e TV agora é solitário para fazer seus boletins ao vivo ou gravado. Ele carrega o próprio equipamento, instala o tripé, monta o celular/câmera, filma, fotografa e fala. Antes, no mínimo mais duas pessoas estariam ajudando-o.

Se a tecnologia acabou com fios, equipamentos pesados e eliminou operadores, na Copa do México em 1986 era totalmente diferente.

         

Em Guanajuato/Guadalajara. Afonso Alberto (direita), na época na Rádio Inconfidência, e o hoje saudoso José Marcelo, da Educadora, de Ipatinga, dividindo o peso da mala com os equipamentos de transmissão, antes de um treino da seleção do Telê Santana, Zico e cia., que seria eliminada na disputa por pênaltis, pela França de Michel Platini, nas quartas de final.


E a Argentina, hein!? Estava invicta há 37 jogos!

A estação Lusail, do Metrô, fica a 300 metros das entradas do estádio. Torcedores de incontáveis nacionalidades chegam aos montes, descendo pelas escadas rolantes, passando pelas esteiras móveis, cantando e se divertindo. Cadeirantes, muitos, tratados com todo o respeito e com acessos fáceis, rápidos, além de ter muita gente para dar algum apoio, caso necessário. Dentro deste e qualquer estádio da Copa, excelentes posições são reservadas para que todos possam assistir confortavelmente, com um visual privilegiado.

A bola rolou, Messi, de pênalti, aos oito minutos, abriu o placar. Todos na tribuna de imprensa começamos a “confirmar” o que se “previa”: vai ser uma goleada ao estilo Inglaterra 6 x 2 Iran.

Ledo e grosso engano!

Muita gente riu quando o técnico da Arábia Saudita, o francês Hervé Renard, disse ao chegar aqui: “Não viemos aqui apenas para participar”. E parece que ele e seu grupo farão história. Time muito aplicado, determinado e consciente do que fazer em campo. Se utilizou muito bem da linha de impedimento e escapou de três gols argentinos, cujos autores foram flagrados após empurrarem a bola para dentro.

No início do segundo tempo, aos três minutos, Saleh Al  Shehri, empatou para os sauditas, surpreendendo Messi e cia.

O time argentino passou a se comportar como s tivesse tomado uma pancada na cabeça. Aos sete, nova pancada, com gol da virada marcado por Salem Al- Dawsari.

Na tribuna de imprensa, todo mundo se olhando e buscando respostas. Várias encontradas: competência do técnico francês, de 54 anos de idade, ex-zagueiro do Cannes, que trabalhou apenas em dois clubes na Franca, quando se aposentou, em 1998. Foi rodar por clubes e seleções da África, trabalhando como técnico das seleções de Zâmbia, Angola, Costa do Marfim e Marrocos, com quem disputou a Copa da Rússia em 2018. Foi eliminado na primeira fase, porém, seu trabalho chamou a atenção dos sauditas, que o contrataram para ficar até 2027.

Outros motivos dessa virada: a determinação dos jogadores sauditas. Primeira Copa disputada no Oriente Médio, terceira maior torcida a comprar ingressos para a Copa do Catar (atrás somente dos catares e dos norte-americanos), questão de orgulho próprio, de fazer história.

E ganhou de uma argentina que estava invicta há 37 jogos!

Viva o futebol!

No Centro de Imprensa do Estádio Lusail, o goleiro da Argentina na Copa de 1990 (Itália), Goycochea, está aqui como comentarista, atividade que abraçou depois que parou. Também já atuou como ator de novelas na Argentina. Está com 59 anos de idade.

Prazer encontrar o filho do grande Gaia, em mais uma Copa: Thiago Reis, “Seu Nome Seu Bairro”, profissional e gente da prateleira de cima.

Outro grande companheiro, de longa data, sucesso no rádio esportivo brasileiro, Eraldo Leite, da Rádio Globo, Rio.  Cobrir Copa do Mundo nos dá a oportunidade de reencontrar gente especial como estes aí, e muitos outros, que vamos registrando aqui.


A Copa começou bem, com muitos gols, futebol razoável e protestos

Tudo funcionando muito bem até agora, dentro do que estava previsto pelo país anfitrião, que não abriu mão de suas tradições, como bebida alcóolica, por exemplo. Não relaxou, como queriam os patrocinadores e a FIFA. Fazer o quê? O que é combinando não sai caro.

Caro mesmo é pra quem está aqui ou que está vindo. Nos restaurantes, no comércio, nos centros de imprensa, nada é barato para brasileiro. Qualquer coisa em “rial” (o dinheiro deles), a gente multiplica por 1.5. Aí você faz conta de um pacotinho de batata chips, que custa 10 deles. Sai a R$ 15 ou treco que no Brasil não passa de R$ 3,00.

Na sequência das minhas colunas e postagens no blog vamos falando a respeito de tudo. A propósito, estou diariamente no twitter/chicomaiablog , instagram/chicomaiablog e facebook/chicomaiablog. Postando vários vídeos todos os dias.

Também no twitter/HojeemDia e na BandNews FM 89,5 às 10h10, batendo papo descontraído com os ótimos Lucas Catta Preta, Luciana Viana e Murilo Rocha.

Equivoca-se que diz que política e futebol não se misturam. Aqui, por exemplo, jogadores da Inglaterra e do Iran foram corajosos e fizeram seus protestos, em grupo, antes de a bola rolar nos 6 x 2 dos ingleses. Os do Iran não cantaram o hino do país, em solidariedade às vítimas da violenta repressão que está ocorrendo no país, pela morte

da jovem sob custódia da polícia do costumes e moralidade iraniana. Corajosos demais estes jogadores, que certamente sofrerão pesadas retaliações (e possivelmente suas famílias), quando retornarem ao Iran.

Os jogadores ingleses se ajoelharam no gramado, em protesto contra a violação de direitos humanos no Catar, tema delicado aqui e reprimido de forma dura pelo governo. Outras seleções prometem protestar no decorrer da Copa e este assunto vai continuar rendendo.

Enquanto isso vou retornando a perguntas e observações de companheiros do blog que se manifestaram aqui, como o Alysson Sol:

“Chico,

Você esteve no primeiro jogo? Estou curioso em saber como está a temperatura nos estádios. O jogo foi realmente de baixo nível técnico. Mas foi notório também que os jogadores do Equador e do Qatar estavam suando demais. Jogadores do Equador chegaram a ser substituídos com distensões musculares e sinais de exaustão. E tanto Qatar quanto Equador são países bem quentes. Acredito que ao menos parte da fraqueza técnica da partida se deva ao calor. Se isto for confirmado, podem haver problemas com os jogadores dos países menos acostumados ao calor. Vamos aguardar.”

Sim caro Alysson, estive e a temperatura não será motivo para jogador nem ninguém reclamar aqui. Além dos termômetros ficarem na faixa dos 25 graus nessa época, há ar condicionado em todos lugares, estádios inclusive.

Um professor da Universidade do Catar colocou em prática um projeto no qual trabalhou por 13 anos e foi aperfeiçoado para entrar em ação na Copa. Estádios climatizados, no gramado e cadeiras. Recomendo três sites com entrevistas e muitos detalhes.

www.fifa.com/tournaments

https://www.fifa.com/tournaments/mens/worldcup/qatar2022/news/dr-cool-the-mastermind-behind-qatar-2022-s-air-cooled-stadiums

https://engenharia360.com/ar-condicionado-estadios-copa-do-mundo/

Na tribuna de imprensa, na abertura, fiquei ao lado de companheiros de muitas outras coberturas: Cosme Rímoli, do R7 e Jaeci Carvalho, do Uai/Estado de Minas

***

O Felix Batista reclamou do VAR, que teria metido a mão no Equador:

“Neste momento o Equador é garfado pelo VAR. Triste sina equatoriana, enfrentar os anfitriões na estreia. O mundo não muda, o erro tem símbolo e cor!

Novamente garfado, o goleiro do Qatar teria que ter sido expulso.”

 

Em princípio todo mundo pensou a mesma coisa no caso do primeiro gol, anulado. Mas depois apareceu uma imagem da perna de um jogador do Equador à frente, dando razão ao VAR.

O Juca da Floresta falou dos preços salgados da cerveja por aqui:

“… Cerveja a 74 reais….minha aposentadoria duraria uma semana nesse país. Eduardo Coudet para 2023……era melhor chamar um brasileiro qualquer.”

 

Pois é, com álcool, a Budweiser custa isso aqui nas Fan Fest, e só lá. Nos estádios, é a Bud também, porém sem álcool e custando 30 rial, o que equivale a R$ 44,00. Refrigerante também é “salgado”: 22 reais nos estádios. Um pacotinho, dos pequenos de batata chips, que no Brasil custa, no máximo R$ 3, aqui, nos estádios: R$ 15,00.

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Stefano Venuto Barbosa

“Esqueceu de mim, que te sugeriu beber uma cerveja na frente de uma mesquita…”

 

Esqueci não, caro conterrâneo Stefano, mas não sou doido, né? Além de não ter cerveja fácil, mexer com religião aqui é mais complicado que no Brasil, onde não dá nem pra pensar em brincar. Né não?

Teve dromedário da abertura. O Fábio Anselmo, irmão do saudoso comentarista Flávio, que mora lá em Brasília, alertou que a imprensa toda errou ao dizer que tinha camelo na cerimônia de abertura, pois no Catar tem é dromedário.

– – –

Mauro Lopes

“Independente das delicadas questões de raça, gênero, religião e exploração trabalhista, tudo que vi desse lugar até agora é de um artificialismo que me causa mal estar. Sou daqueles que não suporta ficar muito tempo dentro de um shopping. E essa Copa parece estar sendo realizada dentro de um.

 

Realmente tudo está muito arrumado por aqui. O Catar se preparou, não economizou para fazer tudo o que tinha que ser feito e o objetivo deles é passar uma boa imagem para o mundo. Certamente vão conseguir, assim como a África do Sul passou em 2010, o Brasil em 2014 e a Rússia em 2018. Pena que o senhor Vladmir Putin, quatro anos depois, aprontou o que está aprontando com a Ucrânia e com o mundo. Jogou toda a bela imagem construída da Rússia fora.

Teve o legítimo cavalo árabe na abertura também!

– – –

Pedro Vitor Canela

Acabei de voltar, de uma viagem á serviço, que fiz, a cidade do norte de Minas, Mato Verde, uma cidade pequena, 14 mil habitantes apenas, de lindas serras e cachoeiras, acabei dando ate sorte, pois choveu muito, aliviando o calorão que por ali é intenso…

bom, só pra comparativo, uma Heineken, geladíssima, no Bar do Maciel, tradicional por lá, 12 reais, e o churrasquinho, 6 reais, vai ser bom trem.

 

Deu vontade de conhecer Mato Verde e o Bar do Maciel. Quem sabe, na volta?

Vamos ver para quem a taça vai no final


Horas antes de começar a Copa no Catar, o que ficou faltando dizer sobre a parada em Paris I

Durante e após a Copa, mandarei aqui curiosidades da rápida, mas sempre útil, passagem pela capital francesa.

Depois de seis tentativas, finalmente os franceses conseguiram, em 2017, vencer a disputa para sediar os Jogos Olímpicos. Seria a última entrada na disputa (o que seria uma pena), como mostra reportagem da ESPN do dia 24 de janeiro daquele ano:

* “Candidatura para 2024 pode ser a última tentativa de Paris para sediar os Jogos

Se Paris não conseguir sediar os Jogos Olímpicos de 2024, terá sido a última tentativa”, afirmou o copresidente da candidatura parisiense, Tony Estanguet, em entrevista à Agência Efe, na qual também considerou que a capital francesa está “mais preparada que nunca” para ganhar…”

E eles estão se esmerando para realizar a melhor das últimas décadas. Se depender do visual, especialmente das competições ao ar livre, já conseguiram. A Torre Eiffel será moldura para o vôlei de praia. A maratona aquática no Rio Sena, ciclismo na Avenida Champs-Élysées, basquete na Place de la Concorde, tiro com arco em Les Invalides e hipismo no Palácio de Versailles.

Caminhei nessa região durante o dia em que aguardava o voo de 21h20 para Doha. Um canteiro de obras, principalmente perto da Torre. Daqui alguns dias vão anunciar que a cidade está pronta para 2024.

Vai ser um espetáculo!

Na caminhada, vi essa loja de artigos de luxo, numa rua quase esquina com a Champs-Élysées.

Pensei: será uma diversificação de negócios do excelente jornalista Breno Beretta?

Aliás, vale a pena segui-lo: twitter.com/BrennoBeretta

Sempre ótimas informações e opiniões.


Na cobertura da Copa do Catar as melhores pautas são sugeridas por leitores e ouvintes

Valorizo e muito a opinião de quem me prestigia aqui no blog e demais meios. Especialmente numa cobertura como essa, Copa do Mundo, país muito diferente, costumes estranhos aos nossos, é ótimo saber a expectativa de quem não está aqui e o que se espera da cobertura da imprensa, especialmente sobre problemas relacionados a direitos humanos.

Estou a apenas dois dias por aqui, sendo o primeiro, praticamente todo do Centro de Imprensa, finalizando a burocracia do credenciamento e finalmente pendurando a credencial no pescoço. A partir deste momento ficamos à vontade para circular pelo país e mais seguros para o trabalho. Hora de circular. Saio conversando com as pessoas, ando à pé, de ônibus, metrô, táxi, uber, enfim… Entro em todos os ambientes possíveis. Vejo, fotografo, gravo vídeos, anoto, enfim… Além de zapear canais de TV, ouvir rádios e folhear jornais e revistas deles. Começo formar minhas opiniões sobre tudo e no decorrer da cobertura vou elogiando ou criticando.

Chego “em casa”, pego tudo e começo a escrever, como agora, 2h49 aqui, 20h49 em Belo Horizonte.          Depois da final, faço um balanço geral e dou o meu “veredicto”.

Cheguei da Fan Fest agora há pouco. Uma beleza, e tomei o copo de cerveja mais trabalhoso de se conseguir e o mais caro da minha vida: R$ 74. Mesmo se fosse uma Falke Bier (mineira, das melhores do mundo), o preço estaria salgado, ainda mais sendo a Budweiser. Mas, é assunto que fica para depois.

Vou destacar hoje uma mensagem muito gentil que recebi, de um amigo com quem eu não me encontro há tempos, que é o José Luiz Machado Gontijo, o “Gontijo”, companheiro da bancada do Minas Esporte, da Band, destemido comentarista que marcou época no rádio e na TV, também de Goiás.

Acompanhando você aqui no Blog. Com certeza mais um trabalho internacional brilhante. Um grande abraço, José Luiz Gontijo”.

 

Waltencir Nascimento

Prezado Chico entendo o seu momento profissional e o parabenizo por mais uma cobertura de copa. Mas senti falta do repórter combativo e questionador de coisas que “estão fora do lugar” e essa copa tem várias.

Sucesso e paz!

 

Mauro Lopes

Independente das delicadas questões de raça, gênero, religião e exploração trabalhista, tudo que vi desse lugar até agora é de um artificialismo que me causa mal estar. Sou daqueles que não suporta ficar muito tempo dentro de um shopping. E essa copa parece estar sendo realizada dentro de um.

 

Marcelo Satch

A Copa no Qatar (ou Catar ?… ahhh va catar coquinho rsrs) vai nos dar a oportunidade – além de ver bons jogos, imagino, de exercitar nossa hipocrisia e um pouco de arrogância tb….. Criticamos o modo de vida deles, mas, duvido que qualquer empresa que participou da construção daquele novo universo tenha perdido um segundo de sono pensando na condição vivida pela força de trabalho alocada pras obras. Da mesma forma, aqueles países ali são objeto de desejo turístico de muita gente ao redor do mundo….. mesmo os “sem din din” se encantam com a paisagem artificial daquelas terras de muito sol, pouco vento e aguas clarinhas (um amigo, profissional da Ed.Fis trabalhou lá nos anos 90 e contava que os carros ficavam ligados no estacionamento dos mercados para não desligarem o ar condicionado e que seu filho não aprendia a soltar pipa porque lá não venta srsr).
Muitos que criticam seus costumes, e se sentem confortáveis em não respeitar as regras da casa do anfitrião, se incomodam em ver uma mulher de hijab passeando pelo shopping da sua cidade – é fácil ouvir de europeus que o visitante é que deve se adaptar a regra do país….. ou alguém que já foi a Paris, por exemplo, viu algum atendente lhe abrir um largo sorriso se perguntado qualquer coisa em inglês….. Enfim. é do jogo……. E, ainda que o futebol seja algo meio universal, os costumes não são e tendemos a ver as coisas apenas pelo nossos olhos e pelo que nos interessa naquele momento….. E, uma máxima, se algo ali te afronta, não vá…. simples assim….. vale pra muita coisa na vida e seria mais honesto com você mesmo

 

Alysson Sol

Acho que é preciso separar as coisas. Ninguém jamais duvidou que a infra-estrutura para os visitantes seria ótima. Quando alguém gasta quase 300 bilhões de dólares numa festa que a Alemanha fez com 5 bilhões e o Brasil com 15 bilhões, seria inútil discutir se ia ficar bom.

O problema são os meios pelos quais se construiu a infra-estrutura do Catar, com trabalho semi-escravo na cara do mundo inteiro, com grande parte da imprensa mundial ignorando, por bem ou por força de anunciantes e pressão da FIFA. E o problema segue com o fato de que todo mundo adora visitar países lindos onde a infra-estrutura foi construída e é mantida por trabalho semi-escravo, e a imprensa não é livre para divulgar.

O atendente de um bar na Suiça, brasileiro de nascimento, uma vez me disse que morria de vontade de voltar para o Brasil. Mas não iria fazer isto pensando nas filhas que tem toda uma condição de vida estabelecida na Suiça. Já o atendente de qualquer bar no Catar provavelmente não pode levar a família e está com seu passaporte apreendido. Este é o grande problema que a FIFA não quer que ninguém discuta.

Raul Pereira

Ah Chico, para.

Copa praticamente sem cerveja? Nāo existe.

O lugar pode ser lindo, mas é tudo fachada. Isso aí é uma bosta, isso sim.


Se a primeira impressão permanecer, a Copa do Catar entrará para a história como uma das melhores

Chegando em Doha, que por cima e por baixo parece um presépio. Iluminadíssima e muito bonita.

Amigos e amigas que nos acompanham, desde a África do Sul, quando a FIFA resolveu acabar com a exclusividade da realização da Copa pela Europa e América do Sul, grande parte da imprensa, especialmente a Europeia, sempre detona os países alternativos anfitriões, focando no lado negativo de cada um e fazendo previsões das mais catastróficas. Para os europeus, o Mundial de futebol só deveria ser disputado lá, dentro de suas fronteiras. A imprensa inglesa dizia meses antes da Copa da África que quem fosse lá correria o risco de retornar às suas famílias dentro de um caixão. Mesmo sendo o Brasil, um país da América do Sul, não escapou da pancadaria. O mínimo que se dizia é que não entregaríamos os estádios a tempo e à altura e fracassaríamos na realização do mundial de 2014.

A Rússia foi acusada de “comprar” os delegados da FIFA que votaram nela para sediar 2018. Também que o país estava desperdiçando dinheiro ao construir estádios e que o presidente Vladimir Putin se beneficiava da popularidade gerada pela Copa para se perpetuar no poder.

Desde a indicação, em 2010, o Catar só tomou porrada. Acusado de corromper delegados da FIFA a explorar trabalho escravo e não se preocupar com os direitos humanos.

Exageros e verdades à parte, a África do Sul, o Brasil e a Rússia, fizeram copas muito, mas muito acima do esperado pelos mais críticos.

De tudo que vi do Catar e seu povo até agora, eles serão mais um anfitrião a calar de forma solene, a boca dos que lhe desceram e ainda descem a lenha.

Da chegada ao aeroporto, passando pela cidade e em todos os cantos do gigante centro de imprensa na cidade de Doha, tudo funcionando com perfeição e tudo feito em alto nível de qualidade e beleza. Sem falar na simpatia e prestatividade de todos. O Centro de Imprensa é frequentado por cerca de 10 mil seres humanos, de todas as partes do planeta, listados entre os mais chatos do mundo, que são os jornalistas e radialistas. Turma que cobra muito, exige perfeição e só dá porrada, na primeira oportunidade.

Até agora, só elogios pelo que estão vendo no Catar. Se o país mantiver este nível de organização e excelência fora das quatro linhas, ganhará nota máxima dos críticos por 2022, já que, com a bola rolando, as previsões são de que teremos um grande espetáculo, com nível técnico elevadíssimo e muitos jogadores surgindo para substituir os craques que começam descer a ladeira nesta realização do Catar.

A única reclamação até agora, e grande, é que o governo ao invés de amaciar nas rígidas normas contra a venda de cerveja, como se esperava, está é aumentado as dificuldades e proibiu a venda da gelada no entorno dos estádios onde estiver havendo partidas.

Tenho postado vídeos e fotos, o dia todo, no twitter/chicomaiablog, no Instagram/chicomaiablog. E estarei com a minha coluna todos os dias no jornal Hoje em Dia. Confira lá.

Também poderei ser ouvido de segunda a sexta-feira na Band News FM 89,5, num bate-papo descontraído com o Lucas Catta Preta, Murilo Rocha e Luciana Vianna. Ontem, inclusive, fizemos um treino, ao vivo, muito legal.

Estou feliz demais em conviver novamente no ambiente profissional com os amigos do Grupo Bandeirantes, ainda que seja só no mês da Copa do Catar. Uma casa onde só fiz e deixei amigos nos mais de 16 anos em que lá trabalhei.


A caminho do Catar, lamentando a morte da Isabel e ouvindo as últimas dos nossos times

Escrevo neste momento em sua sala do aeroporto de Guarulhos, a caminho do Catar, para a cobertura de mais uma Copa do Mundo. A minha 11ª. Dez tradicionais, masculinas, mais a feminina, em 2019, na França.

Para a BandNews FM 89,5 Mhz, jornal Hoje em Dia e o nosso jornal Sete Dias, além daqui, no blog, Twitter e Instagram.

O futebol brasileiro dá um tempo para os gramados e passa a viver das especulações de contratações e dispensas de jogadores, preparadores, treinadores, diretores e etecetera e tal. Enquanto curte também a Copa do Mundo, realizada pela primeira vez no Oriente Médio e fora do período tradicional, junho/julho, por causa do calor dessa época no Catar. Agora é outono/inverno por lá, com temperaturas médias na faixa dos 25 a 30 graus, segundo os companheiros que já estão no palco do Mundial.

A Netflix pôs no ar, há 15 dias, um ótimo documentário: “Esquemas da FIFA”, que vale demais a pena ver. Um mergulho no submundo do futebol, que conta inclusive de como foram as indicações da Rússia em 2018 e Catar 2022 para sediarem  a Copa.

No voo de Belo Horizonte para São Paulo lamentei a morte precoce da Isabel, 62 anos, uma das grandes personalidades da história do voleibol brasileiro. Li também as notícias mais recentes envolvendo os nossos três maiores clubes. O América, como tem sido nos últimos três anos, é o mais calmo, tocando sua vida estabilizada, sem dívidas e com ótimas perspectivas de futuro. Vai para o terceiro ano consecutivo na Série A do Brasileiro.

O Cruzeiro trabalha para montar um time competitivo em seu retorno à Série A, depois de três anos purgando seus pecados na B. Acredito que conseguirá, por causa da força da marca, que tem números animadores em termos de torcedores/consumidores de ingressos, pacotes de tv, material esportivo e tantos outros produtos que vendem adoidado quando agregados ao nome Cruzeiro. Que se junta a outra marca que continua fenomenal, mesmo depois de tantos anos que parou de jogar. Ronaldo tem prestígio e amizades no mundo inteiro e está sabendo usar isso para reerguer o clube. Além de conhecer os bastidores do mundo da bola. Se na B, foi muito bem como “dono” do time do Cruzeiro, imaginem na A. Qualquer dirigente, treinador ou empresário, por maior que seja, no mundo, atende uma chamada dele, rindo. Uns pensando em negócios milionários, outros, pensando até em um autógrafo de um dos maiores astros do futebol mundial.

A dúvida é até quando Ronaldo vai gostar de ser dono de clubes de futebol. Já tem o Cruzeiro, o Valladolid, fala em adquirir outros, mas também já fala em vender 20% dos 90 que tem do clube mineiro, conforme as últimas notícias. Negócio é negócio. Amor pelo time é só para os torcedores.

O Cruzeiro foi o primeiro grande brasileiro a entrar nessa de Sociedade Anônima do Futebol e abriu as porteiras. Outros já se tornaram SAF e a maioria está a caminho. O Atlético deve estar nessa também nos próximos meses e corre o risco de começar a viver novamente aquele inferno que era até meados dos anos 2000, quando o pau cantava solto na sua política interna. Era comum a gente dizer nas rádios, TVs e jornais que os bastidores do Galo eram a “faixa de Gaza”, em referência aos permanentes conflitos no Oriente Médio.

Quanto ao time, Cuca foi embora como nunca ninguém imaginou que fosse, assim, meio que pelas portas de lado e dos fundos. Por culpa dele mesmo, que não deveria ter largado o barco quando acabara de ser campeão brasileiro e da Copa do Brasil. Pensava em substituir Tite na seleção e deu tudo errado.

Ainda não se sabe quem será seu sucessor. Se for o argentino Vojvoda, acredito que será ótimo negócio. Se não for, que não seja um novo Turco Mohamed, equívoco da diretoria na substituição de Cuca. Elenco o Galo tem. O que não tinha era ambiente, coisa que é responsabilidade do treinador e a da diretoria, juntos. Sem isso, nada feito!

Muito bem, agora, vamos aos bastidores da Copa e o cotidiano do Catar, até a final, em Doha. Que vença a melhor seleção!

Homenagem a grandes e alguns já saudosos companheiros da minha primeira Copa, em 1986, no México. Aqui, chegando para a abertura, no estádio Azteca, o ex-árbitro José Alberto Teixeira, Alair Rodrigues, uma voluntária mexicana e Vilibaldo Alves. Éramos da equipe da Rádio Inconfidência.

Nós da Inconfidência e os companheiros da Itatiaia, na porta do Centro de Imprensa da Cidade do México: Silva Neto (esquerda), eu, Maurílio Costa, o operador Rangel, João Carlos de Oliveira, Luiz Carlos Alves e Alair Rodrigues.


Maior mal do Atlético é o jogo do faz de conta

Quando Cuca voltou para comandar o Galo, no lugar do Turco Mohamed, os ufanistas da nossa imprensa das Gerais disseram que três craques do time ligaram para ele, pedindo que voltasse, que o “amavam” e etecetera e tal. Muito bem! Num grupo de 33, três ligaram! Hummmm!

Na sequência, deu no que deu. Fracasso retumbante. Queimou o filme dele e fez com que todo atleticano recordasse que ele pisou feio na bola em 2013, quando contou aos jogadores que estaria fora depois do Mundial do Marrocos, pois iria para a China. Também veio a lembrança a pipocada dele ao largar o “projeto” depois dos títulos de 2021 e sair dizendo que já não conseguia “tirar mais nada” desse grupo.

No jogo de hoje, pensei: os caras vão comer a bola para ganhar e classificar o Atlético para a Libertadores, sob um argumento simples: o cara vai embora mesmo, então, vamos nos garantir na principal disputa do ano que vem, comandados por outro treinador.

E assim foi!

Na coletiva após o 1 a 0, Cuca na mesma toada que está em desuso no futebol atual, disse que estava avaliando se ficaria ou não, bla, bla, bla…

Na saída do vestiário, os jogadores deram entrevistas confirmando o que os repórteres vêm falando desde quarta-feira, que ele vai embora mesmo.

Por outro lado, o diretor de futebol, Rodrigo Caetano, ainda não se pronunciou sobre a fala do presidente eleito do Grêmio, que afirmou que o atual dirigente atleticano já o tem ajudado a montar o elenco do tricolor gaúcho para 2023.

Como dizia o saudoso companheiro jornalista Rogério Perez: “Cruz credo!”. Que zona!

Para o lugar dele, fosse eu o dono da caneta, já estaria acertado com o argentino Vojvoda (Fortaleza), há meses.

Agora, está valorizadíssimo e pretendido pelo Corinthians, Santos, Bahia e Vasco.


Vibrei demais quando o Ênio Lima gritou o gol da virada do América

Pela narração emocionada desse grande filho de Montes Claros, locutor brilhante da Itatiaia, e pelo prazer de ver o Coelho carimbando seu passaporte para a Libertadores da América 2023. Na hora pensei: será que não vai ter um VAR pra complicar? Mas, como o Ênio tocou o barco, comemorei e me lembrei da luta de tantos americanos para que o clube chegasse a esse patamar.

Daí a pouco, o Ênio interrompe o Caixa, na transmissão do jogo do Galo e diz: “anulou”. PQP! Que sacanagem!

Mas, valeu!

Parabéns ao América pela ótima campanha, permanência inconteste na Série A e classificação para a Sul-Americana, na qual entra como candidato ao título.

Após o apito final do senhor Leandro Pedro Vuaden (RS) (auxiliado por Michael Stanislau (RS) e Márcia Bezerra Lopes Caetano (RO), o Coelho mandou bem em suas redes sociais:

@AmericaMG

Fotos: Mourão Panda / América

“Fim de jogo! Encerramos mais uma temporada, Nação Americana! Permanecemos mais um ano na Série A e com mais uma competição internacional!!”


Atlético vence sem problemas o Cuiabá e fica a um ponto da classificação para a Libertadores

Foto: @Atletico – Keno, duas vezes, e Vargas marcaram para o Galo

Domingo, na última rodada,o Galo enfrenta o Corinthians no Itaquerão, precisando de um empate para garantir a vaga. O time destes 3 a 0 desta noite: Everson, Mariano, Jemerson, Réver depois Nathan, aos 26 do seguno tempo, e Dodô, depois Rubens, também aos 26 da etapa final; Otávio, Jair depois Calebe, 38 do segundo tempo, Zaracho depois Pavón, aos 34 do segundo tempo e Nacho; Keno, depois Ademir, também aos 34 do segundo tempo e Vargas.