Blog do Chico Maia

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Quem são os candidatos a incomodar Flamengo e Palmeiras em 2023?

Daqui uns dias a bola volta a rolar e acabam os fins de semana sem futebol. O Milton Neves escreveu na coluna dele no Uol:  “… só vejo dois times com capacidade e elenco para bater de frente com os atuais poderosíssimos clubes da Gávea e do Allianz Parque: Fluminense e Atlético. Sim, e escrevi o nome do Tricolor carioca primeiro por achar que ele será a grande pedra no sapato de Fla e Palmeiras em 2023…”

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Pode até ser, mas não me arrisco nesse palpite. O futebol brasileiro é sempre imprevisível. Todo mundo achava que o Galo repetiria a grande temporada de 2021 em 2022 e deu no que deu.

Ninguém acreditava que o Fluminense fizesse uma grande campanha com aquele “catadão” que ele montou e foi um sucesso.

Gostei da contratação do técnico Eduardo Coudet, que terá um bom elenco nas mãos. O Jair vai para o Vasco. Nacho e Kenon já foram embora. Jogadores, que farão falta. Guga já foi tarde. Fará falta nenhuma, porém, Mariano já não aguenta 90 minutos em alto rendimento. Pelo visto, na base não há nenhum lateral ou outro jogador para ser aproveitado por Coudet.

O Cruzeiro está de volta e vem se mexendo para dar a Paulo Pezzolano jogadores à altura da Série A. Uma incógnita.

O Grêmio fez a contratação mais arrojada até agora ao buscar o uruguaio Luiz Suárez. Mesmo com 35 anos ainda tem muita lenha pra queimar. Artilheiro e muita raça. Vai depender do elenco que está montado. Diferentemente do Cruzeiro, o tricolor gaúcho teve dificuldades para subir ano passado. Incógnita maior ainda.

Antes, teremos os estaduais. Este ano, particularmente especial para mim e para todos que gostam do Democrata de Sete Lagoas, que está de volta, depois de 14 anos.

Força, Jacaré!

A coluna completa do Milton Neves no Uol:

“O time (Fluminense) já estava muito bem encaixado com Fernando Diniz no ano passado, como bem vimos na surpreendente campanha do time das Laranjeiras no Brasileiro. E agora, com os reforços de Keno e Guga, vindos do Galo, a equipe do Rio de Janeiro ficará ainda mais forte.

E o Galo? Bem, o Atlético-MG tem um elenco fortíssimo, como todos sabem. E Eduardo Coudet, que chegou para a vaga de Cuca, é um excelente treinador. Só me preocupa um pouco o fato de o clube não estar bem financeiramente, como nos provam as notícias que temos acompanhado por aí.

Até direito de imagem, 13º e férias o Maior de Minas está devendo. Isso pode complicar a temporada atleticana, é verdade….”

https://www.uol.com.br/esporte/colunas/milton-neves/2023/01/07/flu-e-galo-sao-os-unicos-que-podem-ameacar-os-poderosos-fla-e-verdao-em-23.htm?utm_source=twitter&utm_medium=social-media&utm_campaign=esporte&utm_content=geral


Descanse em paz, Roberto Dinamite!

Mais um grande ex-jogador que se vai. E uma grande figura humana também. Aos 68 anos, depois de um ano lutando contra o câncer no intestino.

Muito triste!


O direito e o dever de ir ou não a qualquer velório

A jornalista Dorrit Harazim publicou no twitter dela, essa foto com essa informação: @dorritharazim

“David Beckham na fila de 12 horas no velório de sua rainha. Nossos bifeiros de 24 quilates acharam incômodo ir até Santos para se despedir do rei.”

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Tem gente que adora um velório, principalmente daqueles em que há muitos “comes e bebes” e o evento se torna um momento de confraternização e reencontro de pessoas que há muito tempo não se vêm. Eu não gosto. Só vou quando não tem jeito de não ir, pela proximidade familiar ou importância profissional.

É muito pessoal e respeito demais quem também não gosta. Mas, há situações em que aquele velório se torna um dever institucional para alguns, que precisam cumprir com o papel, em nome de uma categoria ou da história.

Caso do Pelé, por exemplo. O futebol profissional brasileiro deve demais a ele, principalmente os grandes clubes e os poucos jogadores que tiveram o privilégio de vestir a camisa da seleção e que foram campeões do mundo.

Ainda que não fossem todos, porém, que se organizassem e nomeassem um para representa-los. Os capitães, por exemplo. Dunga, capitão do Tetra, está por aí. Foi até técnico da seleção. Cafú, o capitão do Penta, não perde nada. Fui moderador de um evento em que ele era a principal atração, promocional da Copa de 2014, em Uberlândia. Claro, que tinha um bom cachê, para os debatedores e para o moderador, né?

Eles estão sempre em contato. Sempre vão a eventos da CBF, Conmebol e principalmente FIFA. No Catar, tinha um punhado lá.

Recentemente, Kaká, o “bom mocinho”, reclamou que os ex-jogadores brasileiros não são devidamente valorizados. Concordo. Então, ele deveria ter dado o exemplo, aproveitado o velório do Pelé para dar mais eco a essa reclamação. Os mais de mil repórteres que estavam ansiosos por entrevistas no velório do Pelé, repercutiriam o protesto dele para o mundo inteiro.


Quando Pelé foi chamado de Rei pela 1ª vez, em 1958

Obrigado ao Petrônio  Souza, grande escritor e poeta, parceiro do fantástico Toninho Horta em incríveis saraus de música e poesia “Nos Caminhos da Estrada Real”. Ele nos enviou um artigo sensacional do Nélson Rodrigues, que é uma aula de história, de futebol e de jornalismo, quando Pelé tinha apenas 17 anos e já dava grandes sinais de que o mundo estava prestes a ver um fenômeno dentro nos gramados do futebol.

Nélson tinha uma concorridíssima coluna semanal na revista Manchete, em que destacava um personagem da semana. Nessa, em 1958, batizou Pelé como “Rei”.

Confira:

* “Depois do jogo América x Santos, seria um crime não fazer de Pelé o meu personagem da semana. Grande figura, que o meu confrade [Albert] Laurence chama de “o Domingos da Guia do ataque”. Examino a ficha de Pelé e tomo um susto: — dezessete anos! Há certas idades que são aberrantes, inverossímeis. Uma delas é a de Pelé. Eu, com mais de quarenta, custo a crer que alguém possa ter dezessete anos, jamais. Pois bem: — verdadeiro garoto, o meu personagem anda em campo com uma dessas autoridades irresistíveis e fatais. Dir-se-ia um rei, não sei se Lear, se imperador Jones, se etíope. Racialmente perfeito, do seu peito parecem pender mantos invisíveis. Em suma: — ponham-no em qualquer rancho e a sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor.
O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: — a de se sentir rei, da cabeça aos pés. Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento. E o meu personagem tem uma tal sensação de superioridade que não faz cerimônias. Já lhe perguntaram: — “Quem é o maior meia do mundo?” Ele respondeu, com a ênfase das certezas eternas: — “Eu.” Insistiram: — ”Qual é o maior ponta do mundo?” E Pelé: — “Eu.” Em outro qualquer, esse desplante faria rir ou sorrir. Mas o fabuloso craque põe no que diz uma tal carga de convicção que ninguém reage, e todos passam a admitir que ele seja, realmente, o maior de todas as posições. Nas pontas, nas meias e no centro, há de ser o mesmo, isto é, o incomparável Pelé.

Vejam o que ele fez, outro dia, no já referido América x Santos. Enfiou, e quase sempre pelo esforço pessoal, quatro gols em Pompeia. Sozinho, liquidou a partida, liquidou o América, monopolizou o placar. Ao meu lado, um americano doente estrebuchava: — “Vá jogar bem assim no diabo que o carregue!” De certa feita, foi até desmoralizante. Ainda no primeiro tempo, ele recebe o couro no meio do campo. Outro qualquer teria despachado. Pelé, não. Olha para a frente, e o caminho até o gol está entupido de adversários. Mas o homem resolve fazer tudo sozinho. Dribla o primeiro e o segundo. Vem-lhe, ao encalço ferozmente, o terceiro, que Pelé corta sensacionalmente. Numa palavra: — sem passar a ninguém e sem ajuda de ninguém, ele promoveu a destruição minuciosa e sádica da defesa rubra. Até que chegou um momento em que não havia mais ninguém para driblar. Não existia uma defesa. Ou por outra: — a defesa estava indefesa. E, então, livre na área inimiga, Pelé achou que era demais driblar Pompeia e encaçapou de maneira genial e inapelável.

Ora, para fazer um gol assim não basta apenas o simples e puro futebol. É preciso algo mais, ou seja, essa plenitude de confiança, de certeza, de otimismo que faz de Pelé o craque imbatível. Quero crer que a sua maior virtude é, justamente, a imodéstia absoluta. Põe-se por cima de tudo e de todos. E acaba intimidando a própria bola, que vem aos seus pés com uma lambida docilidade de cadelinha. Hoje, até uma cambaxirra sabe que Pelé é imprescindível na formação de qualquer escrete. Na Suécia, ele não tremerá de ninguém. Há de olhar os húngaros, os ingleses, os russos de alto a baixo. Não se inferiorizará diante de ninguém. E é dessa atitude viril e, mesmo, insolente, que precisamos. Sim, amigos: — aposto minha cabeça como Pelé vai achar todos os nossos adversários uns pernas de pau.

Por que perdemos, na Suíça, para a Hungria? Examinem a fotografia de um e outro time entrando em campo. Enquanto os húngaros erguem o rosto, olham duro, empinam o peito, nós baixamos a cabeça e quase babamos de humildade. Esse flagrante, por si só, antecipa e elucida a derrota. Com Pelé no time, e outros como ele, ninguém irá para a Suécia com a alma dos vira-latas. Os outros é que tremerão diante de nós.”

* Texto de Nélson Rodrigues publicado na Manchete Esportiva de 8 de março de 1958:


Parabéns Cruzeiro Esporte Clube, 102 anos, hoje!

É muita história e muita gente a ser lembrada na construção desse gigante. Mas a história conta que este foi o time da grande arrancada.
O do início da década de 1960, que destronou o Santos, com Pelé e tudo.
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Com essas ótimas imagens e lembranças postadas pelo twitter Cruzeiro em fotos/@fotos_Cruzeiro , a nossa homenagem a um dos maiores e  mais importantes do futebol brasileiro e por consequência, do mundo.
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“Tudo começou no dia 2 de janeiro de 1921, por desportistas da colônia italiana de Belo Horizonte, com o nome de Società Sportiva Palestra Itália que anos depois se tornaria Cruzeiro Esporte Clube. Raça, força, glórias, títulos e superação, tudo isso define o que é ser Cruzeiro”
“Nos anos de 1976 e 1997 o Cruzeiro conquistava a glória eterna . . .
 
. . . se tornando bicampeão da Libertadores da América
. . . 2003 Foi um ano mágico! 0 melhor ano da história do clube.
2003 Foi um ano mágico! 0 melhor ano da história do clube. Naquele ano o Cruzeiro conquistava a Tríplice Coroa, aquele time de 2003 vc já assistia o jogo com a certeza da vitória. O time de Vanderlei Luxemburgo, Alex, Aristizábal e entre outros era sinônimo de raça.”
“Em 2019 o Cruzeiro foi rebaixado pela primeira vez na sua história e enfrentou o calvário da série B por três anos seguidos. Isso não manchou sua história, apenas fortaleceu para que o gigante voltasse ainda mais forte.”
“Em 2022 com um time modesto mas que demonstrou muita raça em campo, o Cruzeiro conquistou o acesso a elite do futebol e retornou para onde nunca deveria ter saído.”

Parabéns Rivelino, 77 anos, hoje. Maior ídolo do Maradona no futebol

Durante a Copa de 2014, Maradona e Rivellino no programa ”De Zurda”, da TV argentina. Foto/Divulgação

Roberto Rivelino faz aniversário hoje. Jogou demais, no Corinthians, Fluminense e  na seleção, principalmente na conquista do tricampeonato no México em 1970.

Diego Maradona disse em várias entrevistas que se inspirou muito nele, canhoto que também era: ‘Foi um dos maiores de todos os tempos, e quando eu digo isso as pessoas ficam surpresas. Não sei o porquê. Era a elegância e a rebeldia em pessoa para entrar em um campo de futebol. Ele também se rebelava contra os poderosos. Me apaixonei pelo jogador e me seduzi pela pessoa quando o conheci.”

Como pessoa, Rivelino é educadíssimo e sempre solícito. Tive o prazer de entrevistá-lo depois que parou. Como no dia dessa foto (acima), durante a Copa de 1986, no México, no estádio Azteca. O fotógrafo foi o saudoso comentarista Alair Rodrigues, na  época, companheiro de Rádio Inconfidência. Como podem notar ele não era muito bom de “mira”. Até acertou o foco da câmera, mas cortou a cabeça do Riva. Naqueles tempos a gente só ficava sabendo se as fotos ficaram boas depois de revelar o filme e  copiar o negativo, dias, semanas ou até meses depois.

Alair Rodrigues é o primeiro à esquerda, ao meu lado. Infelizmente se foi em maio de 2012. À minha direita, os também saudosos José Alberto Teixeira (que foi muito bom árbitro e comentarista) e o Vilibaldo Alves, grande locutor esportivo de Minas, nos anos 1960/70/80. Estávamos chegando ao Azteca, estádio da Cidade do México, palco da abertura e encerramento das Copas de 1970 e 1986.

No Youtube, vale a pena ver uma ótima entrevista do Maradona falando sobre o Rivelino:

https://www.youtube.com/watch?v=6t5VKxHtBZ8


Tudo está no seu lugar! Obrigado por 2022 e que 2023 seja melhor ainda para todos nós!

Termino 2022 muito satisfeito. Copa do Mundo é a realização de quem trabalha com futebol, seja jogador, treinador, dirigente ou comunicador. Este foi o ano da minha 10ª presencial, masculina, mais a feminina de 2019, na França. São 11 coberturas de mundiais de futebol, portanto.

Obrigado ao mestre Eugênio Sávio, que me presenteou com essas fotos, na orla de Doha e no Centro de Imprensa, o maior e mais eficiente de todas as Copas da história.

Nestas últimas horas do ano, agradeço mais uma vez a vocês que me prestigiaram com a companhia no blog, no Instagram/chicomaiablog, twitter, facebook e por onde mais escrevi e falei. Conto com todo mundo novamente no ano que chega e desejo tudo de melhor a vocês e famílias em 2023 e sempre.

De 2022 só lamento a perda de amigos e amigas queridos, além de grandes personalidades do país e do mundo nas mais diversas áreas. No mais, com saúde tudo se resolve.

Força e otimismo para todos e todas no ano novo!

Encerro todos os anos em Conceição do Mato Dentro, representada aqui por essas fotos da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e do Bom Jesus de Matosinhos (acima) e da nossa turma de uma pelada que está na faixa de quatro décadas de existência.

A confraternização desse ano foi na Band Arena, do Pico e Claudinha.

Não poderia faltar homenagem a Pelé, lembrado pelo multi artista Paulo Virgílio – Grilo . .

. . . que escreveu na camisa

Em Conceição, o encontro de várias gerações

Oportunidade de rever amigos que estão espalhados pelo Brasil e pelo mundo

Quase todo mundo em forma (de barril)

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No Clube Social, o ex-prefeito Reinaldinho Guimarães e o cunhado João Bosco

Na casa do Joaquim Costa (esq.), amigo a quem devo a honra de ter me tornado Cidadão Honorário Concecionense em 1986. De boné, o Dr. Dênio Pires Silva, companheiro de primeira hora na cidade, e o Dr. Matheus, gente boníssima, grande médico e empresário. genro do Joaquim.

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E que esta música do Benito di Paula, de 1976, norteie a vida de todos nós em 2023:

“Tudo está no seu lugar”

Tudo está no seu lugar
Graças a Deus, graças a Deus

Não devemos esquecer de dizer
Graças a Deus, graças a Deus

Tudo está no seu lugar
Graças a Deus, graças a Deus
Não devemos esquecer de dizer
Graças a Deus, graças a Deus

Quero ver o sorriso estampado
bem na cara dessa gente
Quero ver quem vai, quem fica
Ou quem chega de repente

Quando chego do trabalho
Digo a Deus, muito obrigado
Canto samba a noite inteira
No domingo e feriado (mais…)


Pelé era muito mais acessível do que incontáveis sub-celebridades arrogantes. Merece todas as homenagens que o mundo faz a ele

Quase tudo já foi falado sobre o maior jogador de futebol da história, que nos deixou ontem. Falo aqui das experiências pessoais que tive com ele, pedindo entrevistas. Fui atendido com muita simpatia nas quatro vezes que gravei com ele.

A primeira em 1990, logo após a eliminação do Brasil pela Argentina, nas oitavas de final da Copa da Itália. Foi na porta do elevador do estádio Delli Alpi, em Turim, como mostra esta foto, do alto dessa postagem.

Depois, em 1994, na fila da imigração do aeroporto de Nova Iorque, chegando para a cobertura da Copa do Estados Unidos. Coincidentemente, o humorista Jô Soares, que estava na minha frente na fila, tinha acabado de se negar a dar entrevista para mim. Figura antipática, que nada tinha a ver com aquela imagem que passava nos programas de humor dele.

Em 1996 foi na área de embarque do aeroporto do Galeão, indo para os Jogos Olímpicos de Atlanta.

A última foi em 2009, numa coincidência sensacional, que relatei no aqui no blog em 2015. Confira:

“Um erro que me valeu entrevista exclusiva com Pelé, a quem homenageio pelos 75 anos

Em 30 de setembro de 2009, na chegada ao Centro de Convenções Bella Center, em Copenhague.

* * *

Pelé chegou aos 75 anos na sexta-feira, 23. Desde quinta a imprensa mundial vem falando da história dele, com as devidas e justas homenagens. O Sportv apresentou um documentário excelente, contando desde o nascimento dele em Três Corações, passando pelas maiores façanhas, chegando à atualidade, em que o “Rei” enfrenta problemas de saúde, mas nada grave para a idade. Como sempre foi uma máquina de vender todo tipo de comercial, os marqueteiros o jogavam em tudo e ele tirava quase tudo de letra. Só derrapava quando se metia a ator e principalmente cantor; ruim demais. Nem uma dobradinha dele com Roberto Carlos escapa.

Mas isso não tem a menor importância porque o que importava mesmo era a bola que ele jogava. Não tive o privilégio de vê-lo jogar pessoalmente, mas as imagens dos documentários e os números mostram tudo.

Tive o prazer de entrevista-lo algumas vezes, em Belo Horizonte e mundo afora. Sempre gentil, apesar do assédio maluco que ele sofre em qualquer lugar do planeta. A última vez foi em 2009, em Copenhagen, na Dinamarca, onde ele fazia parte da delegação brasileira que foi acompanhar a decisão do Comitê Olímpico Internacional quanto a cidade que seria sede dos Jogos de 2016. Errei o portão de entrada do Centro de Convenções, mas nunca um erro foi tão feliz em minha vida. Era o portão por onde Pelé e um assessor dele estavam entrando “secretamente”, para sair fora da imprensa. Como eu era o único jornalista ali, falou tranquilamente, sem pressa. E ainda fez uma média com os conterrâneos mineiros ao dizer que achava que o Mineirão tinha que ser o estádio da abertura da Copa de 2014.

Está no blog:

https://blog.chicomaia.com.br/2009/09/30/pele-acha-que-mineirao-sera-palco-da-abertura-da-copa/

https://blog.chicomaia.com.br/2015/10/25/um-erro-que-me-valeu-entrevista-exclusiva-com-pele-a-quem-homenageio-pelos-75-anos/


Pelé fez o Brasil ser respeitado mundialmente

Durante a Copa no Catar saiu a notícia de que Pelé estava à morte, já que seu organismo não estava mais reagindo à quimioterapia.

Por coincidência, no dia, li esteve artigo sobre ele, de autoria de Ana Paula Lemos. Falou tudo. Vale a pena ler:

 

“Pelé até hoje faz com que portas sejam abertas aos brasileiros por todo mundo.

Pelé colocou o Brasil em evidência e destaque positivos, quando a única notícia era sobre sermos um país mergulhado numa ditadura militar, torturadora, corrupta e assassina.

Política? Ele fez muita.

Mas fez concretamente, não em discursos diletantes, falas vazias ou apenas distribuindo dinheiro para terceirizar causas.

E a política que Pelé fez, foi, fundamentalmente pelos negros.

Não, não foi por engajamento em movimentos civis organizados. Não foi por discursos sobre racismo. Não, não foi assim.

Estou me referindo a ser reconhecido e respeitado pela elite branca, do mundo todo.

Isso não tem nada a ver com futebol. É política.

O reconhecimento pelo que fazia, pelo talento que tem, pela contribuição que deu.

Tudo isso sempre foi, e ainda é, até hoje, negado aos negros.

Miles Davis, no auge da carreira, não podia entrar pela porta principal e nem se hospedar em hotéis que o contratavam para se apresentar como atração principal, com ingressos a preços exorbitantes.

Pelé rompeu com tabus racistas antes do Panteras Negras ser fundado.

Pelé deu a crianças negras e pobres o direito de sonhar com futuro antes de Martin Luther King.

Nada disso é futebol. É política. Homens comuns exigindo de Edson um comportamento e atitude que a imensa maioria das pessoas, especialmente os homens, não tem.

Pais ausentes, devedores de pensão, paqueradores de Messenger, punheteiros virtuais e outras coisitas más exigem dele fidelidade em seguir o Manual do Bom Moço, cartilha essa que nunca chegaram nem na metade da página 1 e que se fosse comum à média dos homens, nosso mundo seria outro.

E pq?

Racismo.

Para alguns, aquilo que representa o que Pelé ROMPEU com preconceitos, para outros tudo o que fez significa que ele OUSOU.

Um negro entrar na Casa Branca pela porta da frente, ser recebido pessoalmente e cumprimentado pelo presidente dos EUA?

Um negro convidado pela Rainha da Inglaterra para ser homenageado com pompas no Palácio?  Um negro ser convidado pelo Papa para uma visita e ser recebido no salão oficial dedicado aos chefes de estado?

Isso é demais pra burguesia branca. Ela não tolera. Ela não suporta. Ela não admite.

Então exigem desse negro abusado uma correção, coerência absoluta, perfeição e infalibilidade que ela própria não tem e nem chega perto. É a forma de fazer esse negro, “voltar ao lugar dele”. Nojento.

* Ana Paula Lemos


Troféu Guará 2022: os melhores do ano no futebol de Minas divulgados esta semana

Foto: www.itatiaia.com.br

Terça-feira saiu o resultado da votação do Troféu Guará, em sua 59ª edição, a tradicional promoção  da Rádio Itatiaia, que tem o voto de 29 veículos de comunicação do estado, dentre eles, o nosso Sete Dias, de Sete Lagoas.

Como em toda eleição, para qualquer coisa, sempre há contestações, e viva a democracia e o direito de reclamar publicamente. Como fez o americano Daniel Carvalho, via twitter, “P” da vida, porque alguns nomes do América ficaram de fora. A Avacoelhada, curtiu a twitada dele: AVACOELHADA curtiu Daniel Carvalho @dc_canalha

Cavichiolli preterido no troféu guará por Rafael Cabral! Éder fora, e colocam pereba do Brock que jogou a série B!!! Nesta a @itatiaia forçou demais.”

 

Respeito demais as opiniões alheias, mas os votos da nossa equipe do Sete Dias não foram muito diferentes do resultado final.

Confira e também opine:

Seleção Troféu Guará 2022

Goleiro: Rafael Cabral (Cruzeiro)

Lateral-direito: Mariano (Atlético)

Zagueiros: Lucas Oliveira (Cruzeiro) e Eduardo Brock (Cruzeiro)

Lateral-esquerdo: Guilherme Arana (Atlético)

Meio-campistas: Juninho (América), Neto Moura (Cruzeiro), Zaracho (Atlético) e Nacho (Atlético)

Atacantes: Edu (Cruzeiro) e Hulk (Atlético)

Técnico: Paulo Pezzolano (Cruzeiro)

 

Outros premiados:

Artilheiro: Hulk (Atlético)

Revelação: Rubens (Atlético)

Craque do ano: Hulk (Atlético)

Dirigente do ano: Ronaldo Fenômeno (Cruzeiro)

Árbitro do ano: Felipe Fernandes de Lima

Em outubro, o árbitro eleito, Felipe Fernandes de Lima (esquerda), apitou o jogo entre veteranos do Cruzeiro e seleção de Conceição do Mato Dentro, na reinauguração do estádio Juvenção, em Conceição. Auxiliado pelo Emerson de Almeida Ferreira e Antônio Willian Gomes. Na foto, entre o capitão, Jordane (Conceição) e o ex-Secretário Municipal de Esportes, Cristiano Simões. À direita, o Emerson, o prefeito Zé Fernando, o Antônio William e o João Carlos, capitão master do Cruzeiro. A seleção venceu, de virada, por 5 x 4, e falei desse evento aqui no  blog:

https://blog.chicomaia.com.br/?s=Cruzeiro+em+concei%C3%A7%C3%A3o