Previsão de grande jogo na final da Copa do Brasil Ingredientes não faltam para que tenhamos uma das melhores partidas de futebol deste ano em todo o mundo.
Por mais absurdo que pareça o São Paulo nunca foi campeão da Copa do Brasil e nunca chegou tão perto. Basta um empate nesta tarde, em casa, a partir das 17 horas. O Flamengo parece um barril de pólvora, prestes a explodir, com problemas dentro e fora de campo, porém, historicamente acostumado com este ambiente. E sempre dá voltas por cima quando se encontra em situação semelhante.
Time por time o rubro-negro carioca é melhor, mas o técnico Jorge Sampaoli não conseguiu ajustar o grupo e nem se ajustar lá dentro. Ao contrário de Dorival Junior, cuja maior virtude é criar ambiente de camaradagem e conquistar a simpatia dos seus comandados. Jogar com o Morumbi lotado, com a vantagem do empate, é pressão total no São Paulo, que ficará no dilema: atacar e segurar o adversário no campo dele ou tentar administrar a vantagem e suportar bombardeio intenso e permanente?
Ao Flamengo não resta outra opção: tática kamicaze. Partir com tudo e correr risco de tomar gols em contra-ataques, pois só a vitória interessa. Com nervos à flor da pele do princípio ao fim, os dois times têm jogadores que podem fazer diferença, mas o Flamengo tem mais. A saber quem estará mais inspirado e quem saberá controlar melhor a ansiedade, e os nervos.
Com 100% em sua casa, Galo mostra evolução na defesa, meio e ataque
O primeiro tempo do Atlético foi muito bom, sem deixar o Cuiabá respirar, apesar do gol ter saído somente aos 41 minutos. Outra vez a tabela Hulk/Paulinho em alta velocidade funcionou e Paulinho fez seu quarto gol nas três partidas oficiais da Arena MRV. Outras oportunidades bem claras foram desperdiçadas, mas é assim mesmo. Importante é que a criação de chances em grande quantidade voltou a acontecer, especialmente depois que Felipão passou a escalar o Pedrinho.
O sistema defensivo também melhorou muito, e passa confiança, com a formação que vem começando as partidas: Mariano, Bruno Fuchs, Maurício Lemos, Arana, Battaglia e Otávio. Em suma, Luiz Felipe Scolari está conseguindo “encaixar” o time, que chegou aos 37 pontos e se manteve na nona posição.
Na cola do Athletico/PR na busca por vaga na Libertadores. O paranaense tem três pontos a mais e é o sexto colocado. Paulinho também está na cola da artilharia do campeonato. Marcou seu 10º gol, três a menos que Tiquinho, do Botafogo. Próximo jogo do Galo será contra o Internacional, sábado (30), às 21 horas em Porto Alegre.
Em casa, com retorno de Hulk o Atlético pega o Cuiabá às 21 horas. Mesmo se vencer não sai da nona posição, já que o Fortaleza, o oitavo colocado, tem 38 pontos. O Galo tem 34, o Cuiabá, que faz campanha muito melhor que se esperava tem 29 e ocupa o 11º lugar. Adversário perigoso, que precisava ser enfrentado com a mesma disposição demonstrada contra o Santos e Botafogo, os jogos anteriores na Arena MRV.
Ontem o Atlético prestou homenagem à ex-craque do vôlei, Walewska, atleticana, que infelizmente nos deixou na noite de quinta-feira:
Foto; @Atletico “O Galo lamenta profundamente a morte da ex-atleta de vôlei Walewska Oliveira. Mineira de BH, Walewska era atleticana e foi homenageada pelo Galo com uma camisa do Clube, após a conquista do Ouro Olímpico, em 2008. O Galo se solidariza com os familiares e amigos da nossa eterna campeã.”
No alto da classificação o Botafogo perdeu a terceira partida seguida, agora para o Corinthians, no Itaquerão, por 1 a 0. Como o Palmeiras perdeu para o Grêmio na quinta-feira, a diferença continua de sete pontos. O Corinthians acabou com o jejum de quatro jogos, subiu para o 10º lugar, com 30 pontos e deu uma fugida da zona “perigosa”, como diz o Vanderlei Luxemburgo.
Foto: Vítor Silva/ BFR – O Corinthians lançou o novo uniforme três
Sem virgem em puteiro: da espera do Real Madri à mordida na virilha – Minha coluna no BHAZ
Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Isio Dufles, ex-presidente do Ginástico (grande clube do basquete de Belo Horizonte), costuma dizer que “não existe virgem em puteiro”, referindo-se à política e ao futebol.
Tenho me lembrado muito dessa frase dele nos últimos dias, com tantos acontecimentos absurdos no mundo da bola e da política do nosso país.
Na política, para ficar apenas na seara do esporte, a Ministra da pasta, Ana Moser, caiu sem ao menos ter chance de mostrar a que veio. Figura íntegra, conhecedora do assunto, foi trocada por André Fufuca, deputado federal do Maranhão, especialista em articulações politicas, em nome da “governabilidade”.
No futebol, fica a pergunta envolvendo o clube mais popular e mais endinheirado do Brasil: o que faz o presidente Rodolfo Landim a segurar no comando do futebol rubro-negro o vereador Marcos Braz? Aquele mesmo que puxou o refrão “Real Madri pode esperar, a sua hora vai chegar…”. O mesmo que respondeu ao atacante Gabigol do próprio time: “Quer gramado bom? Vá jogar na Premier League”.
O mesmo que mordeu a virilha de um torcedor com quem se engalfinhou num Shopping do Rio, terça-feira, num horário em que ele deveria estar em reunião na Câmara Municipal da “cidade maravilhosa”. Inclusive constava oficialmente que ele estava presente.
Rafael Cabral (esq.) e Lucas Silva, em foto de @ggaleixo/Cruzeiro
Minha coluna no BHAZ:
Fluminense 1 x 0 Cruzeiro. Rafael Cabral e os seus golpes de vista
Para explicar um gol como este que o Rafael Cabral tomou contra o Fluminense, o saudoso mestre Kafunga dizia que o goleiro fez “olhar de Rodolfo Valentino”, numa referência ao astro italiano dos anos 1920, considerado o primeiro “sex-symbol” do cinema.
A favor dele pode-se dizer que a bola chutada pelo uruguaio Leo Fernandez, fez uma curva impressionante, porém, foi no canto dele, além de muito longe.
Essa história de não ir na bola, acreditando e torcendo para que ela vá para fora compromete o goleiro que aposta nisso. Cabral repete no Cruzeiro a mesma fama que Fábio, hoje no Fluminense, tinha em determinada época: aceitar bolas de longe, principalmente em cobranças de faltas. Teve gente que chegou a levantar suspeitas na imprensa de que ele não enxergava direito, principalmente à noite. Mas Fábio conseguiu se afastar dessa fama.
O Cruzeiro fez um bom jogo esta noite no Maracanã, mas a diferença de elencos é grande demais e prevaleceu a superioridade do tricolor carioca no Maracanã.
Pênalti perdido aqui, frangos ali, marcas pessoais e o time no rebaixamento
Boa parte da imprensa e quase todos os departamentos de marketing dos clubes adoram destacar marcas pessoais dos jogadores. Ações “insipidas, inodoras e incolores”, ou seja: bobagens ao vento, que nada somam à instituição, mas incontáveis torcedores adoram e rendem clicks e audiência. Semanas atrás o uruguaio Mastriani era equiparado ao Messi na quantidade de gols marcados no primeiro semestre de 2023. O goleiro Cavichioli se ainda não recebeu, já já recebe uma placar por chegar à marca de “xis” jogos com a camisa do Coelho.
Mas o clube mesmo que é bom está na iminência de ser rebaixado, com a ajuda de um pênalti perdido pelo Mastriani que seria o empate com o Bragantino somado a dois frangos que o Cavichioli tomou no mesmo jogo, em casa. Fazer o quê, né? Assim funciona o marketing no futebol.
VAR e arbitragem no Brasil. Incompetência extrema que gera suspeição
Minha coluna no BHAZ
Notícia no @goleada_info: “A comissão de arbitragem da CBF decidiu afastar os árbitros envolvidos na não marcação do pênalti para o Grêmio no jogo contra o Corinthians, na última segunda-feira (18). A medida envolve também o VAR (Emerson de Almeida Ferreira) e o árbitro principal (Wilton Pereira Sampaio).”
Sobre o assunto, um dos comentaristas que mais respeito no país, o gaúcho Sérgio Xavier Filho (Sportv), escreveu: “
Pra quem acredita em complô, informação. Wilton e Emerson não recebem salário. Ganham por jogo. No período afastado, simplesmente não recebem. Essa é a maior desgraça do árbitro, sair da escala. Emerson errou feio e arrastou Wilton para o buraco”.
Também não acredito em “complôs”, “esquemas” e coisas tais, porém, há mistérios demais no futebol. Um erro como este, cometido pelo comandante do VAR, o mineiro Emerson de Almeida Ferreira, é inadmissível. No áudio disponibilizado pela CBF a postura dele é francamente favorável ao Corinthians desde o primeiro momento. Ele no conforto de uma cadeira, em sala apropriada, além de operadores de câmeras à disposição. Bem diferente do árbitro Wilton Pereira Sampaio que, como se pode observar no reprise do lance, está em posição difícil de enxergar com clareza, com jogadores à frente dele e apenas uns segundos para decidir se apita ou não.
Quem comete erros como este do Emerson merece um tratamento mais duro sim. Além da possibilidade de interferência no placar, jogou um colega de trabalho às feras, pois é dele que todos vamos nos lembrar durante muitos anos. Não se pode errar de forma tão absurda, contando com tantos recursos técnicos e humanos.
O goiano Wilton Pereira Sampaio tem boas polêmicas colecionadas na carreira, mas é bom apitador. Cometeu e comete erros que qualquer um pode cometer. Fez uma boa Copa do Mundo no Catar, apitando quatro jogos, inclusive uma das melhores partidas do Mundial, na eliminação da Inglaterra pela França, quartas de final, 2 a 1 para os franceses. Os outros jogos foram Holanda 2 x 0 Senegal; Polônia 2 x 0 Arábia Saudita, e Holanda 3 x 1 EUA, pelas oitavas de final.
Também já tomou gancho por descumprir determinação da FIFA de não dar entrevistas sobre jogo que acabara de apitar. E fez isso depois de um Atlético x Cruzeiro. As mancadas dele geraram efeitos até para a Globo Minas, que o elegeu melhor árbitro mineiro de 2015. O maior jornal do Sul do país, o Zero Hora, de Porto Alegre, fez um apanhado sobre as atuações dele. Em determinado trecho diz: “… Aos 45 anos, Emerson apita desde 2009. Em 2015, foi eleito pelo Grupo Globo como o melhor árbitro do Campeonato Mineiro. O prêmio foi dado um ano após forte reclamação do Ceará em jogo contra o Botafogo…”
América x Bragantino no Horto. Coelho não pode deixar escapar nem um ponto
Foto: Mourão Panda/América
Às 21h30 no Independência. O Coelho vem de três boas partidas, vencendo o São Paulo, Santos e empatando fora com o Cuiabá. Está com 17 pontos, penúltima colocação. À frente apenas do Coritiba, que tem 14. Precisa demais da vitória esta noite. Ontem o Santos ganhou do Bahia de virada, 2 x 1, chegou aos 24 pontos e mesmo assim não saiu da zona do rebaixamento. Terça-feira o Vasco goleou o Fluminense, 4 x 2, chegou aos 20, e também, mesmo assim, não saiu da zona. Disputa acirradíssima. Provável time do Fabián Bustos: Cavichioli, Potiguar, Maidana e Danilo Avelar; Mateus Henrique, Juninho, Breno, Martínez e Rodriguinho; Rodrigo Varanda e Felipe Azevedo.
Bragantino: Cleiton, Hutado, Lucão, Léo Ortiz e Juninho Capixaba; Jadsom, Matheus Fernandes, Lucas Evangelista e Ramires; Vitinho e Thiago Borbas. Técnico, o português Pedro Caixinha
A rede mais poderosa do país fala alguma e papagaios saem repetindo Brasil afora sem conferir. Quando saiu que a renda de Flamengo 0 x 1 São Paulo foi recorde nacional, a “papagaíce” espalhou. Um atleticano atento me alertou e ainda mandou aquele quadro comparativo, em dólares, que publiquei ontem cedo aqui.
À noite, recebi do Dr. André Pelli, Delegado de Polícia de Curvelo, coluna do Rodrigo Capelo, um dos grandes especialistas em números financeiros do nosso futebol, em que ele explica didaticamente o assunto. E mais, conta um golpe da Federação do Rio no Flamengo e demais clubes, em cobrança de taxa abusiva sobre números irreais da renda de todo jogo.
Obrigado ao André Pelli. Vale a pena ler o que escreveu o Capelo:
* “Flamengo x São Paulo quebra recorde de renda! — Não, não quebrou. O recorde pertence ao Atlético-MG.”
Foto: twitter.com/rodrigocapelo
Absurdo o preço do ingresso, quase R$ 400 em média! — Também não, o tíquete foi mais barato. Um espetáculo de desinformação, com participação especial da CBF.
Primeiro, precisamos voltar ao básico: comparações de valores históricos precisam ter a inflação corrigida! Se pegarmos a receita bruta de Atlético-MG x Olimpia, na final da Libertadores de 2013, e quisermos saber qual foi a maior arrecadação, temos que corrigir. É só abrir a Calculadora do Cidadão, do Banco Central, e colocar os números.
A receita de R$ 14,2 milhões registrada pelo Atlético-MG em julho de 2013, com a inflação, hoje equivale a R$ 25,5 milhões. Este é o valor que deve ser comparado com os demais.
Senão, repito, tá errado!
Aí você me diz: mas os R$ 26,3 milhões registrados pelo Flamengo são maiores do que R$ 25,5 milhões. E aí entramos no segundo ponto, que considero ainda mais importante.
A receita bruta mostrada no Maracanã, esses R$ 26.343.300 da foto que viralizou, não existe.O que a CBF fez? Obrigou os clubes, via regulamento, a inserirem no cálculo da receita os valores cheios — como se os ingressos tivessem sido comprados sem desconto de sócios! Então o Flamengo recebe 25% da entrada de um sócio diamante, mas apresenta 100% no borderô. Qual é a receita bruta real da partida no Maracanã? R$ 16.861.141. Nada mais, nada menos do que R$ 9.482.158 foram inseridos como um “complemento contábil”, segundo o próprio borderô.
Este dinheiro não existe, mas foi inserido naquela renda bruta que apareceu no telão do estádio. Curioso é ver para quem vai parte relevante da grana.
A Ferj mordeu R$ 1.262.735 da arrecadação do Flamengo — 7,5% da receita real. O INSS recebeu R$ 843.057 — ou 5%.
Por que a Previdência Social, do governo, tem direito menor do que a federação? Coisas do nosso Brasil. Entender os números muda quase tudo o que você ouviu nos últimos dias.
Qual foi o preço do ingresso? R$ 16,8 milhões divididos por 60.390 pagantes (excluindo gratuidades, tribuna e cadeiras cativas) dão um tíquete médio de R$ 279. Caro? Pode ser. Bem menos do que R$ 400.
E eu diria para não tirar o olho da bola. Enquanto a galera discute elitização do Maracanã, cartolas das federações se apropriam de parte relevante da arrecadação – ou melhor: tiram dinheiro do seu clube e, em última instância, do seu bolso.
Pois é você quem paga. PS.: A primeira versão deste xuíte foi apagada, pois continha um erro matemático. A Ferj recebe 7,5% da receita real, R$ 16.861.141, e não da receita com o suplemento contábil, no total de R$ 26.343.300. Peço desculpas pela confusão.
A criativa capa da edição de hoje do jornal carioca Meia Hora
Minha coluna no BHAZ:
Não basta só dinheiro para se montar um time campeão
A propósito, aviso aos navegantes: em dólares, a maior renda do futebol brasileiro continua sendo Atlético 2 x 0 Olímpia na final da Libertadores de 2013, no Mineirão, dia 24 de julho, quando o dólar valia 2,2548. Os 56.557 pagantes, proporcionaram, naquela noite, arrecadação de US$ 6.287.097,00.
Os 26.343.300,00 de ontem no Maracanã, representam “apenas” US$ 5.431.608,00, com o dólar a 4,85.
Voltando ao título deste texto, não basta só dinheiro para se montar um time campeão. Ainda bem que essa é uma realidade. Não fosse assim, ninguém seguraria no Brasil, Flamengo e Corinthians. O time carioca principalmente.
Além de tudo o que arrecada com direitos de transmissão, licenciamento de marca e publicidade, tem também a bilheteria e outros benefícios que a maioria absoluta dos demais clubes do país não tem.
Para que não haja um desequilíbrio total entre os concorrentes por aqui, como ocorre com Real Madri e Barcelona na Espanha, a salvação é que o Flamengo tem dirigentes como o Marcos Braz (chefão do futebol) e Rodolfo Landim (presidente), que por sua vez, contratam a peso de ouro Jorge Sampaoli, uma das figuras mais prepotentes que já passaram pelo futebol brasileiro.
Calleri sobe para fazer São Paulo 1 x 0 Flamengo – Foto: Rubens Chiri/São PauloFC
Claro que o título ainda não está decidido. O Flamengo tem elenco muito mais forte que o do São Paulo e condições de virar o jogo no Morumbi, domingo que vem. Porém, essa paulada no técnico e diretoria do Flamengo no primeiro jogo da final serve para reflexão.
Nem sempre o melhor grupo de jogadores faz o campeão de qualquer disputa. É preciso que as peças se encaixem dentro de campo e que haja espírito coletivo em que todos corram por todos, principal missão do treinador e dirigentes.
Depois da partida, a presença de Gabigol, um dos maiores ícones do Flamengo, na coletiva do técnico do São Paulo mandando um beijo para ele, mostra que Dorival Junior continua sendo muito querido pelo elenco flamenguista, o que não é o caso do argentino Sampaoli.
Chico Maia é jornalista formado pelo Uni-BH (antiga Fafi-BH) e advogado pelo Unifemm-SL. Trabalhou nas rádios Capital, Alvorada FM, América e Inconfidência. Na televisão, teve marcante passagem pela Band Minas e também RedeTV!. LEIA MAIS contato@chicomaia.com.br
