O Rio de Janeiro está um canteiro de obras visando a Copa do Mundo e principalmente a Olimpíada de 2016. E em ritmo acelerado já que a cada mês que se vem aqui, nota-se o andamento de grandes obras de infraestrutura como metrô, BRT e praças esportivas.
As pistas de rolamento das avenidas, principais e secundárias estão um tapete, sem buraco, fazendo lembrar as melhores cidades do mundo.
Aqui sim, pode-se dizer que ficará um “legado” nas áreas onde a população realmente precisa.
Nas comunicações é que o “bicho pega”, como em qualquer cidade do Brasil. A telefonia celular é da pior qualidade; as ligações demoram a completar, caem repetidamente, independente de operadora.
A internet é pior ainda com a conexão por modem em ritmo de tartaruga, dessas que travam e demoram a aceitar nova conexão.
Diferente de qualquer país do mundo, até no Rio de Janeiro, a capital cultural do Brasil; nossa única cidade conhecida em qualquer lugar do planeta, é dificílimo usar os serviços de comunicação móvel.
Sem perdão
A imprensa internacional tolera quase tudo em países sedes de megaeventos: transportes e meios de hospedagem deficientes, insegurança, estádios mal acabados e por aí vai. Mas não perdoa a falta de condições mínimas de trabalho; como telefonia e transmissão de dados, por exemplo.
O governo finge que não vê, as operadoras fingem que estão trabalhando para melhorar essa prestação de serviços e a Copa das Confederações está batendo às portas de 2013.
Testando
Do jeito que estamos, será a primeira saraivada de pesadas críticas aos preparativos para os megaeventos de 2014 e 2016. E como problemas como este são inimagináveis no primeiro mundo; e até em regiões mais atrasadas, muita gente deixará de vir ao Brasil por causa disso. Cada dia menos gente vive sem telefone e internet, independentemente da profissão.
Luz do dia
Há também um outro problema no Rio, mais grave que a telefonia, porque trata-se do ser humano.
Uma verdadeira tragédia a olhos vistos: as drogas; mais precisamente o crack, que não perdoa idade, sexo, raça nem credo.
De crianças, pré-adolescentes, adultos e gente mais velha!
As autoridades acabaram com a cracolândia do Jacarezinho, mas o problema apenas mudou de lugar. Agora os usuários ocupam a Avenida Brasil, na chegada à Ilha do Governador.
Incontáveis
Dezenas, centenas, milhares, feito zumbis, dos dois lados da Avenida, encostados nos muros ou nos canteiros centrais e praças. Na volta ao aeroporto do Galeão, por volta de 13 horas, sol a pino, temperatura acima de 30 graus, lá estavam eles, fumando, negociando, se matando lentamente.
Problema difícil de se resolver, que envolve várias instâncias do poder público e entidades privadas.
E crescente. Sabemos que Belo Horizonte vive drama da mesma natureza, mas ainda não vi em volume parecido com o que vi no Rio.