A violência no futebol é um problema mundial e cada país adota medidas de acordo com as suas conveniências. Recebi e-mail do amigo, Marco Antônio Falcone, belorizontino, produtor de uma das melhores cervejas brasileiras que conheço, a Falke Bier (www.falkebier.com.br) . Ele foi visitar o filho Tiago, que estuda na Itália e quis assistir a um jogo do Campeonato Italiano sábado passado.
Veja que interessante e depois do e-mail do Marco leia o desfecho da história:
“Amigo Chico Maia,
Estou em Roma, para visitar o Tiago. A Alitalia extraviou minha mala de roupas e até agora não consegui reavê-la. Mas o absurdo a que me refiro não é este, mas relativo ao futebol. Quando montamos nossa agenda, vimos que havia uma brecha para assistirmos o jogo entre Roma e Catânia, no estádio Olimpico. Desde semana passada que o Tiago tem tentado comprar o ingresso, sem sucesso. As negativas se baseiam no preceito que apenas moradores de Roma podem adquirir ingressos para o jogo. Mesmo provando através de documentos sua frequência na Universidade de Sapienza, não admitiram vender os ingressos.
Hoje ele conseguiu uma declaração de residência (pois como sabe ele realmente reside na cidade) e foi até o ponto de venda credenciado. Conferiram e atestaram a veracidade, só que não pôde comprar, pois para o segundo ingresso (o meu), também havia a necessidade de comprovação de residência em Roma. Acredita nessa loucura? O país do Berlusconi está chegando às raias da xenofobia! Ou seja, não é só no Brasil que acontecem coisas estapafúrdias. Temos algumas mais ridículas, como a proibição da cervejas nos estádios.
No mais, em termos de cervejas especiais, a Itália vai muito bem. Acompanhe no culturacervejeira.com que aos poucos estou postando o passo a passo.
Um grande abraço e Pão e Cerveja!”
Marco Falcone
* No dia seguinte o Marco e o Tiago telefonaram para contar mais detalhes e esclarecer: as autoridades italianas acabaram vendendo o ingresso para o Marco, depois que constataram que ele era um turista e não um torcedor do Catânia disfarçado. É uma das formas deles evitarem brigas entre as gangs organizadas de lá.
E olhem que a cidade de Catânia fica na ilha da Sicília, a quase 600 km de Roma!
O Marco compreendeu que não foi xenofobia e sim medidas de segurança, inclusive com as devidas explicações das autoridades de Roma, e ficou de escrever novamente sobre a experiência no belíssimo estádio Olímpico.
* E o colaborador do blog, Benny The Dog, acrecentou: “Como sabem, algumas torcidas por causa de episódios de violência no passado, não podem acessar estádios como visitante. Há dois anos, torcedores do Catánia provocaram a morte de um policial.”