Blog do Chico Maia

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Parabéns Toninho Cerezo, o “Monstro da bola”, 68 anos, hoje!

Foto: @Atletico

Com aquele vozeirão e narração inigualáveis, o saudosíssimo Vilibaldo Alves berrava: “… Toninho Cerezo, o monstro da bola… Toninho Cerezo o monstro da bola…”

Paulo Roberto Pinto Coelho, o “repórter que sabe de tudo”, o chamava de “Patrão da bola”.

Cerezo à direita, ao lado de João Leite, Reinaldo, Marcelo, Nelinho e Paulo Isidoro. Foto postada ano passado por João Leite, de encontro na casa do Marcelo, de jogadores que marcaram na história do Galo e do futebol brasileiro e mundial.

Bem cedo, o Procópio Cardoso, que foi treinador dele no Atlético, twitou: @procopiocardozo “Toninho Cerezo um dos maiores que vi jogar está fazendo 68 anos. Se empenhava nos treinos com a mesma intensidade dos jogos. Tínhamos que contê-lo nos treinamentos. Em 80 coloquei pra jogar na meia e posteriormente o indiquei pra Roma onde foi bicampeão. Monstro da bola. Sem mais.”

E eu comentei lá @chicomaiablo Que jogador, e ser humano fantástico! Que prazer e honra ter sido repórter setorista do Galo com ele no auge e gente como você @procopiocardozo! Parabéns e felicidades sempre, Cerezo!”

As circunstâncias o levaram a cometer o maior erro da vida dele, de jogar no Cruzeiro, e pior: salvar a Raposa do rebaixamento do Brasileiro em 1994.

A relação de paixão entre ele e a massa do Galo era grande demais e, como diz o pontenovense Tunai, na música As aparências enganam, “o amor e o ódio se irmanam nas fogueiras da paixões…”.

Depois voltou a jogar e comandar o Galo como técnico, mas as relações nunca mais foram as mesmas. Entendo que paga mais caro do que deveria, mas paixão é paixão e quando se rompe, sai de baixo.

Um grande ser humano e como jogador, fora de série. Era o cérebro, motor e pulmão do melhor time do Galo que vi jogar, um dos melhores do mundo. Este, vice-campeão (roubado) de 1980: João Leite, Orlando, Osmar, Luizinho e Jorge Valença; Chicão, Cerezo e Palhinha; Pedrinho, Reinaldo e Eder.

O técnico era o Procópio, que  twitou sobre a formação desta máquina:

“O time da campanha do hexa nós começamos a montar em 1978 com o presidente Walmir Pereira. E no decorrer dos anos tanto ele como Dr Elias Kalil me deram o tempo que precisei e os reforços que pedi como Orlando, Luizinho, Valença, Chicão, Palhinha e Éder. Indiquei todos eles.”

Essa foto, ninguém nunca tinha visto antes, pois é minha e nunca a havia publicado. Achei nos meus “alfarrábios”, como diria o Mestre Kafunga. Foi numa das mais marcantes excursões do Galo à Europa, quando ganhou o Torneio de Paris, em 1982, um mês depois da Copa da Espanha.

O time estava hospedado em Rimini/Itália para disputar o torneio de Cesena, que fica a 35 Km de distância. Parte da delegação aproveitou um dia de folga e deu uma esticada para conhecer Veneza. Fui junto.

Será que você sabe o nome de todos aí? Tem treinador, preparador físico, roupeiro, massagista, diretor, jornalista e jogadores. Vale chutar, e amanhã escrevo o nome de todos, da esquerda para a direita, hehehe…


Finalmente Cuca fala abertamente sobre o caso na Suíça, e a condenação. Se arrepende de não ter falado mais, antes

Foto: @Corinthians/Rodrigo Coca

A vítima não o reconheceu como um dos estupradores, em três depoimentos. Ele foi condenado por fora julgado à revelia, pois o Grêmio, seu clube da época, não se mexeu e ele não tinha cabeça nem dinheiro para tomar as providências que deveria tomar.

Isso há 36 anos atrás. Como o assunto parecia ter morrido ele não se pronunciava sobre isso. Nem mais recentemente, quando começou ser questionado. Foi o seu grande erro, pois a desinformação geral o transformou num monstro. Afinal, foi condenado. Parece que, injustamente, mas enfrenta as consequências de não ter esclarecido e nem se defendido juridicamente, já que a condenação existiu.

Grande parte da coletiva de apresentação dele pelo Corinthians, hoje à tarde, foi sobre isso:

“Eu não sou do mal; eu não sou bandido; não sou culpado de nada. Sou inocente. Tenho minha consciência tranquila, durmo tranquilo. Eu sou uma pessoa decente, acima de tudo. Minha bandeira sempre foi a correção”

 

“Subiu uma menina para o quarto em que eu estava com mais três jogadores. Eram duas camas de casal. Essa foi minha participação. Sou totalmente inocente; tenho uma lembrança muito vaga, porque faz muito tempo. O quarto era em formato de L; você não sabe, você não vê”.

 

“O mais importante não é a palavra da vítima? Ela falou: ‘Eu não o conheço, não vi, não estava’. Foram três vezes. A palavra da mulher era que o Cuca não estava lá. Como posso ser condenado? Pelo quê?”

 

Segundo a Folha de S. Paulo, Cucaa foi “… liberado ao fim da fase de instrução no processo… voltou ao Brasil. No julgamento, teve sentença de 15 meses de prisão e pagamento de US$ 8.000, mesma pena aplicada a Henrique e Eduardo. Fernando foi considerado cúmplice e condenado a três meses de prisão, com multa de US$ 4.000… não foi à Suíça para se defender nem para cumprir a pena estipulada…”

 

“Eu era um quebrado, tinha 23 anos, não tinha dinheiro para pegar o voo. Fiquei sabendo que fui condenado, coisa de um ano depois. Se eu pudesse voltar ao passado, iria lá. Pronto. Já estou absolvido”

 

“Por que devo desculpa para a sociedade se eu não fiz nada? A vida passou quase 37 anos. Joguei aqui do lado, treinei vários times, nunca fui questionado. Nos últimos dois anos, a coisa mudou. O mundo mudou, de um jeito melhor, a mulher tem uma defesa muito maior, e sou parte disso, quero isso. Sou pai, sou marido, sou filho. Quero que as mulheres estejam cada vez mais protegidas.”

 

Ele reconhece que cometeu dois erros: não ter se defendido no processo e não ter falado mais sobre o assunto antes. Sobre o Corinthians, que vai dirigir pela primeira vez, disse:

“Estou energizado. Vou fazer um bom trabalho aqui. Tenho certeza e convicção de que vou fazer um bom trabalho aqui. Hoje, pode ter protesto, e eu vou passar por cima de tudo. Se tiver protesto, vou saber como passar por cima, mas de consciência tranquila. Isso é a maior coisa que um homem pode ter: saúde e paz. Você tendo isso, você dorme tranquilo. Eu durmo tranquilo, graças a Deus.”


Impunidade de Cuca, Robinho e tantos outros por crimes e condenações de décadas atrás vai atormentá-los até o fim da vida de cada um

Foto: @Atletico/Pedro Souza

O bate-papo na Rádio CBN na tarde desta quinta-feira era sobre a rodada internacional da quarta e a do Brasileiro do fim de semana. Mas, bastou um dos comentaristas informar que o Corinthians tinha acabado de contratar o técnico Cuca, que a conversa mudou radicalmente. Parecia que tinha começado o noticiário policial. Começando pela âncora do programa, que desceu o cacete, chamando de hipócrita a diretoria do clube, que tem abraçado campanhas em defesa dos direitos da mulher e agora contrata um condenado por estupro na Suíça, crime cometido em 1987, durante uma excursão do Grêmio à Europa.

Ao mínimo esboço de tentativa de defesa do hoje avô, por qualquer participante do programa, a âncora e outros partiam pra cima, com argumentos firmes e palavras fortes; verdadeiros, para a infelicidade de Cuca.

Mais tarde, e hoje, em todos os meios de comunicação onde sai a notícia sobre o “novo técnico do Corinthians”, o foco principal é o “estupro coletivo” de uma menina de 13 anos em Berna, na Suíça, e o caso relembrado. Fazer o quê?

Quem comete qualquer crime, de maior ou menor relevância, tem que pagar. Na maioria dos países evoluídos, paga.

Daniel Alves está comendo o pão que o diabo amassou na Espanha, preso desde o fim do passado, acusado de estupro numa boate em Barcelona. Famoso, rico, poderoso, protegido, blindado e privilegiado no Brasil, está lá, atrás  das grades, tratado como qualquer cidadão que tem contas a prestar à justiça espanhola. No Brasil é diferente; aqui ele estaria curtindo uma praia e as baladas, como se nada tivesse acontecido.

O mundo mudou, e mesmo em passos de tartaruga, o nosso país também está mudando. Se a justiça por aqui enxerga quando quer; os olhos e a voz das ruas têm sido implacáveis. A imprensa e as redes sociais não dão trégua e quem fica em débito, por alguma violação grave, está pagando, e caro. A vida do sujeito ou da sujeita vira um inferno, sem direito a sair de casa, pois será xingado, execrado e em muitos casos até agredido fisicamente. Se algum veículo de imprensa tenta proteger um “queridinho” ou “queridinha”, por algum intere$$e, as redes sociais denunciam e a situação dos envolvidos piora. Outros veículos, concorrentes ou não, entram na parada e esmiúçam a vida das figuras e de todo mundo à sua volta. Antes da existência das redes sociais havia uma espécie de pacto de silêncio entre os grandes jornais, rádios e revistas. Poderosos raramente se tornavam manchetes pelos delitos que cometiam.

Neste aspecto, a chegada da internet foi uma bênção. Pena que é incontrolável e todo tipo de absurdo é postado, impunemente. Essa é a grande diferença entre as redes e a imprensa formal. Enquanto na internet é muito difícil alguém ser condenado pelo que posta, os veículos formais, que têm CNPJ, têm de se virar para enfrentar as consequências pelo que publicam. Pagar advogados, gastar tempo e muito dinheiro, comparecer diante de um juiz, enfrentar audiências intermináveis, enfim…

No caso do Cuca, a condenação na Suíca foi para ele e mais três colegas de time, mas só ele está purgando publicamente, pois é o único que ficou mais famoso e ganhou mais dinheiro depois que parou de jogar bola. Ele tinha 24 anos na época. O tempo passou, se tornou pai, avô e um dos futebolistas de maior sucesso do Brasil. Se imaginasse que, 36 anos depois, estaria pagando tão caro, teria topado enfrentar os 15 meses a que foi condenado pelos tribunais suíços em 1989.

Em 2021, quando foi campeão brasileiro pelo Atlético, o nome dele surgiu como sucessor natural do Tite na seleção brasileira, para depois da Copa do Catar. A imprensa do Brasil e de boa parte do mundo passou a desenvolver pautas sobre essa possibilidade com viés delicados para ele, tipo: ele comandará a seleção em um eventual amistoso na Suíça ou país que poderia extraditá-lo para lá? A CBF aguentaria a pressão por contratar um condenado por estupro? O “Fair Play” pregado pela FIFA, cuja sede é na Suíça, admitiria isso?

Pois então! Morreu quase que no nascedouro a possibilidade de Cuca se tornar comandante da seleção, sonho de todo treinador brasileiro.

O exemplo vale para Robinho. Deveria acatar a condenação que lhe foi imposta pelos tribunais italianos e cumprir a pena. Do contrário, terá de conviver com a execração pública e todo tipo de limitações de ir e vir, sem falar no fim de suas atividades profissionais no futebol.

E vida que segue!

Mais detalhes sobre a triste história do estupro e a pressão que a diretoria do Corinthians está sofrendo, no portal da ESPN:

*  “Cuca condenado na Suíça: o que se sabe sobre o caso envolvendo o novo técnico do Corinthians”

Foto: @Atletico/Pedro Souza

Cuca, na época jogador do Grêmio, foi detido ao lado de Eduardo HamesterHenrique Etges e Fernando Castoldi, também atletas. Todos foram acusados de terem estuprado Sandra Pfäffli, que tinha apenas 13 anos, durante uma excursão do Tricolor Gaúcho na Europa.

Segundo a investigação da polícia local, a menina se dirigiu ao quarto de hotel dos jogadores gremistas com alguns amigos para pedir uma camisa do clube brasileiro. Os atletas, então, expulsaram os acompanhantes de Sandra e a abusaram sexualmente. (mais…)


Resultados ruins do América em discussão: idade avançada, insistência com alguns jogadores, ausência do Benítez

Foto: @America/Mourão Panda

Os últimos resultados mostram uma queda surpreendente de rendimento, plenamente reversível. Porém, o momento é agora para o Coelho discutir os seus rumos, apurar o que realmente está havendo e retomar o caminho certo.

Para mim, as contusões que sempre atormentaram a do Benitez voltaram a atrapalhá-lo, e por consequência, o time. Assim como Hulk no Galo, este argentino de 28 anos é meio time do América. Um “faz tudo”, com a bola rolando, nas cobranças de faltas e escanteios, o cérebro, que cadencia o jogo, que chama a responsabilidade para si quando as coisas vão mal, enfim. Sem ele, o América patina, empata e perde.

Foto: @America/Mourão Panda

Também concordo com opiniões de alguns comentaristas  americanos aqui do blog, cujas opiniões destaco a seguir, sobre o momento ruim do Coelho, que espero, tenha passado e que volte ao normal nos próximos jogos pelo Brasileiro e Sul-americana.

Obrigado ao Marcelo Amorim, que escreveu depois da derrota para o Fluminense, ao Ed Diogo e Roberto Fonseca, depois da derrota para o Defensa y Justicia, pela Sul-americana:

 

Marcelo Amorim

“Chico, acredito que o cansaço também pesou nessa derrota do América. Mancini joga pressionando. A média de idade do time do América que começou jogando é de incríveis 31 anos e meio. Isso deu certo por duas temporadas, mas o time envelheceu. Nino Paraíba, Felipe Azevedo, Henrique Almeida e Alê precisam encerrar o ciclo e ir para o banco.”

 

Roberto Fonseca

“Bom dia Chico,

está provado que campeonato mineiro não serve de base para avaliar o plantel. Últimos 3 jogos, 2 derrotas. A insistência com o tal de Felipe Azevedo é irritante. Acho que o Mancini perdeu o respeito do grupo, o time parece desmotivado. Deus salve o América que mais uma vez começa a frustrar a nossa pequena e sofrida torcida.”

 

Ed Diogo

“Todos nós americanos sabíamos que o time do ano passado precisava de reforços, menos o nosso mandatário maior o Salum que não sabia, e gosta de viver perigosamente. Só não entendo o Mancini um técnico experiente deixar isto acontecer. Nós somos o único time de Minas QUE não está quebrado, ao contrário temos dinheiro e vai chegar mais vindo de um jogador que nos foi tirado por um timinho qualquer. Mas sem desespero o ano está começando.”


Com apagão no início do segundo tempo, América perde para o Defensa y Justicia em Buenos Aires

Foi o  próprio técnico Wagner Mancini usou a definição “apagão”, para explicar a derrota  de 2 a 1 para o time argentino. O primeiro tempo foi equilibrado, mas no segundo, Julian López, de voleio, fez 1 a 0. Menos de dois minutos depois, Soto, que fez 2 a 0. Aos 18, Lucas Kal, diminuiu para o Coelho.

Na coletiva após a partida, Wagner Mancini disse: “Nós tínhamos o domínio das ações bem arquitetadas em campo. Aí vem o segundo tempo e sofremos o gol, num lance de beleza e muita plástica. Aquilo que nós tínhamos visto diante do Fluminense, que foi nosso último jogo, aconteceu hoje novamente. Após o gol, a equipe deu aquele apagão e na sequência tomamos o segundo.

Aumentamos o volume de jogo e fomos mais participativos. Mas não conseguimos chegar nem ao empate. O adversário também tem seu mérito. Temos que aprender com os erros e tentar detectar o mais rápido possível porque após tomar o gol a gente tem caído um pouco de produção. Isso é uma estatística do futebol, até cinco minutos após o gol, as equipes ficam um pouco abaladas emocionalmente e acabam tomando o segundo”.


No mundo milionário das apostas, manipulação de resultados começa ser denunciada na Série A

Capa do jornal Extra/RJ de hoje 

À medida que as casas de apostas online aumentam sua atuação no Brasil, notícias sobre manipulação de resultados no futebol pipocam cada vez mais, em função do trabalho das polícias e do Ministério Público.

Por enquanto, “piabas” e “lambaris” estão caindo na rede, mas as investigações se aprofundam nas divisões principais, como as desta semana. Breve aparecerão escândalos envolvendo peixes grandes, como ocorreu no início dos anos 1980 com a Máfia da Loteria Esportiva, denunciada pela revista Placar.

No mundo inteiro tem, mas diferentemente da Europa, Estados Unidos e outros lugares, aqui, a operação “abafa” funciona bem. O assunto morre em pouco tempo e ninguém é punido.

Para quem duvida ou não tem tanta informação sobre o funcionamento do esquema, sugiro uma série curtinha da Netflix, lançada em 2021, cujo resumo está aqui, no site “Adoro Cinema”:

“Jogo Comprado, série documental original da Netflix, acompanha os crimes cometidos no mundo dos esportes. Com seis episódios, a produção explora em detalhes os bastidores de seis grandes escândalos esportivos, expondo uma rede de crimes, corrupção e manipulação.”

* O Globoesporte.com de ontem, trouxe essa:

“Manipulação na Série A: quem são os jogadores investigados

Nove atletas foram alvos de busca e apreensão, nesta terça, em operação do Ministério Público; quatro deles já tiveram as identidades confirmadas”

Nove jogadores foram alvos de mandados de busca e apreensão. Quatro deles já foram identificados pelo ge: os zagueiros Victor Ramos, da Chapecoense, e Kevin Lomónaco, do Bragantino, o lateral-esquerdo Igor Cariús, do Sport, e o meia Gabriel Tota, ex-Juventude e atualmente no Ypiranga-RS, são alguns dos investigados. Há outros nomes, mas que ainda não foram revelados pelo MP.

Também estão na lista do Ministério Público jogos dos campeonatos estaduais de Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e São Paulo – todos de 2022. (mais…)


Marcinho, do América, condenado a três anos e seis meses por homicídio culposo, mas não cumprirá na cadeia

O jogador foi contratado pelo Coelho no início do mês e ainda não entrou em campo – (Mourão Panda/América-MG) – www.lance.com.br/america-mineiro

Em situações como essa, assim como nos casos de estupro, como do Robinho, Daniel Alves e tantos outros, penso nas vítimas e suas famílias. O sofrimento e transtorno eternos delas e pessoas diretamente ligadas.

Imagine você, eu, algum parente ou pessoa muito querida, sendo atropelado e morto ou sequelado em consequência de uma irresponsabilidade ou insanidade de alguém! E pior: o autor, autora, impune ou pegando uma pena tão leve que pouco vai interferir na vida dele, dela. E a dor da vítima e familiares, eterna!

A notícia está na imprensa nacional. Aqui, no portal Lance!:

* “Marcinho, do América-MG, é condenado por homicídio culposo”

O jogador do Coelho estava sendo processado pelo crime desde 2020, quando atropelou duas pessoas no Rio de Janeiro

O lateral do América-MG, Marcinho, foi condenado a três anos e seis meses de prisão em regime aberto, pelo homicídio culposo de um casal de professores. O jogador terá de prestar serviços sociais como pena. O caso do jogador, que respondia o processo,  ocorreu em dezembro de 2020, quando ele jogava pelo Botafogo. Ele atingiu as duas pessoas com o carro.

O juiz Rudi Baldi Loewenkron, da 34ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. assinou a condenação. Outra ordem do tribunal foi a suspensão da habilitação do atleta para dirigir pelo mesmo período. O América-MG foi não quis falar sobre a condenação do atleta. O crime  cometido por Marcinho foi considerado inferior a pena de quatro anos, como requisito do artigo 44 do Código Penal. Por isso, o magistrado substituiu a pena de prisão por prestação de serviços a entidades a serem especificadas pela Vara de Execuções Penais.

O TJRJ emitiu nota e disse que o jogador consumiu bebidas alcoólicas no dia do crime. Segundo a  perícia, a alta velocidade e o local de travessia  dos pedestres, que estava errado,  foram causas do acidente. A denúncia da acusação indicou que Marcinho conduzia o carro em zigue-zague, em velocidade entre 86km/h e 110km/h, em uma via de velocidade máxima permitida de 70 km/h.

Marcinho foi apontado pela polícia como suspeito de ter atropelado um casal de professores no Rio de Janeiro, em dezembro de 2020, em seus tempos de Botafogo. Maria Cristina José Soares e Alexandre Silva de Lima atravessavam a Avenida Sernambetiba, no bairro Recreio, no Rio de Janeiro, quando foram atingidos pelo carro modelo mini cooper. O motorista, que foi apontando pela polícia sendo Marcinho, fugiu sem prestar socorros às vítimas. O carro foi abandonado a 600 metros do local.

https://www.lance.com.br/america-mineiro/marcinho-do-america-mg-e-condenado-por-homicidio-culposo.html?utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter


Nova derrota e situação complicada do Atlético na Libertadores. Mas ainda dá!

Foto: twitter.com/AthleticoPR

A bola pegou primeiro no peito do Paulinho e depois no braço, mas o árbitro deu pênalti e fim. Consultou o VAR, viu e reviu tudo, mas confirmou o pênalti. Fazer o quê?

Mas este não foi o fator determinante para a vitória do paranaense, que mostrou melhor futebol. O Galo foi até melhor do que eu esperava, mas inferior aos donos da casa, perdeu e ficou em situação muito ruim no seu grupo da Libertadores. Lanterna, zero ponto. Difícil, mas não impossível de ainda conseguir uma das duas vagas para a próxima fase.

twitter.com/Atletico


O Atlético na hora do ”vamos ver”: sair da última posição do grupo; 21 horas, na Arena da Baixada

Imagem: twitter.com/Atletico

Perdeu em casa na estreia para o Libertad e agora precisa buscar pontos fora para se manter vivo na disputa por uma das duas vagas no Grupo G da Libertadores.

O adversário também não venceu na primeira rodada, porém buscou um ponto em Lima, contra o Alianza, 0 a 0. Poupou sete jogadores na estreia no Brasileiro, domingo e mesmo assim venceu o Goiás, 2 a 0, na Baixada. O técnico Paulo Turra volta com Zé Ivaldo, Khellven, Erick, Fernandinho, David Terans, Cuello e Canobbio. E não terá o zagueiro Thiago Heleno, suspenso.

O Galo tem muito bom retrospecto em Curitiba, neste estádio, mas isso só  serve para engordar o noticiário. Importante é que o time se acerte, pois até agora isso não aconteceu sob comando do argentino Eduardo Coudet.

Pressionado, mas sem aparentar maiores preocupações, o técnico é “franco atirador” nessa história. Se as coisas derem certo, maravilha, sem não derem, paciência: seis milhões de dólares de multa no bolso e tchau.

Sem Saravia, suspenso, vai de Mariano na  direita. Na esquerda, Rubens não vem bem e o fraco Dodô pode ocupar a vaga. O possível time pra começar: Everson, Mariano, Mauricio Lemos, Jemerson e Dodô (Rubens); Otávio, Zaracho, Edenilson (Pedrinho ou Vargas) e Patrick; Paulinho e Hulk.

O Athletico-PR: Bento, Khellven, Pedro Henrique, Zé Ivaldo e Pedrinho; Erick, Fernandinho e Vitor Bueno; Terans, Canobbio e Vitor Roque.

Trio de arbitragem e VAR da Argentina: Pablo Echavarria, auxiliado por Juan Belatti e Diego Bonfa, com Hector Paletta no VAR.


E lá se foi o grande jornalista, Miguel Ângelo Santiago, um dos maiores defensores do América na história

Grande figura humana, o Miguel marcou época como colunista do Diário da Tarde, nos anos 1970/80, onde defendia ardorosamente o América, fazendo contraponto ao atleticano Márcio Renato e ao cruzeirense J Á Ferrari. Criou expressões irônicas em relação aos rivais, como “Galinho sem esporas” e “Macarronada sem tempero”. Era irmão do Promotor de Justiça e ex-vice presidente do América, Dr. Francisco Santiago.

O velório será no Memorial Zelo (Avenida do Contorno, 8657 – Gutierrez – Belo Horizonte), nesta segunda-feira, dia 17/4, de 9 às 12 horas.

Marca do blog que ele manteve de 2007 a 2019, que era republicado no americano Decantes: Blog Miguel de Letra: http://migueldeletra.blogspot.com.br

Por meio do seu sobrinho Ronaldo Rajão Santiago (filho do irmão dele (Dr. Domingos Santiago), tomei conhecimento da sua morte, ontem. Mexendo em minha “memória eletrônica”, encontrei uma coluna minha do dia 24 de dezembro de 2006, no jornal O Tempo, em que publiquei uma homenagem a ele, do poeta e músico Cadinho Faria, que transcrevo aqui, na sequência. O América soltou nota de pesar, assim como a Associação dos Magistrados Mineiros  e Tribunal de Justiça de Minas Gerais, onde ele era funcionário.

Antes, um relato sobre ele, escrito pelo Ronaldo Rajão, a nosso pedido, para resumir quem era o grande ser humano Miguel Ângelo Santiago:

* “De minha parte, como sobrinho, posso testemunhar que ele era uma pessoa muito afetiva e que sempre incentivou o hábito da leitura entre seus sobrinhos. Aos domingos ele levava todos os sobrinhos que estivessem na casa de minha avó para acompanhá-lo na compra do Estado de Minas e concedia que cada um escolhesse um gibi de presente (Pato Donald, Tio Patinhas, Turma da Mônica, etc,). Como testemunho de seu amor pelo América tenho uma anedota: embora ele tivesse credencial de jornalista para entrar nos jogos do Coelho, ele sempre comprava o ingresso ( às vezes mais de um) pra ajudar o clube. Também foi ele o grande responsável por incentivar que eu fizesse teste pra entrar no juvenil do Coelho. Fiz, defendi um pênalti no teste ( no campo do Santa Cruz) e passei. Tendo treinado por duas temporadas no Vale Verde.
Como ele mesmo dizia: “o América é eternamente grato a todos aqueles que engrandecem seu pavilhão”. E ele o fez como poucos.

* Ronaldo Rajão Santiago

***

Texto do Cadinho Faria, em minha coluna no O Tempo, de 24 de dezembro de 2006:

* “Histórias das grandes descobertas”

“Cristóvão Colombo descobriu a América. Miguel Santiago descobriu o América. Essa pequena mudança de artigo mudou o gênero da história de cada um. A de Colombo está nos livros de história Universal. A de Miguel já andou em colunas do jornal “Diário da Tarde” e hoje mora em conversas à mesa de um boteco…

Com a descoberta da América por Colombo, os nativos perderam a sua independência. Já Miguel Santiago, conheceu o Independência ao descobrir o América.

Foi no estádio Independência que Miguel assistiu a clássicos inesquecíveis entre o recém descoberto América e o Atlético, que representavam as duas maiores forças do futebol mineiro. Eu disse, representavam, porque o Galo já caiu pra segunda divisão e o América está na terceira

Colombo em suas viagens marítimas se guiava pelas estrelas. Entre elas as constelação do Cruzeiro do Sul. Já há alguns anos o Cruzeiro vem guiando o futebol mineiro no caminho dos títulos. Coisa que o América de Miguel não vê faz tempo.

Tirando dois títulos regionais, em 30 anos o América está longe de ser o grande time que Miguel Santiago descobriu. Perdeu o rumo feito muitas naus espanholas, portuguesas e inglesas, vítimas de grandes tempestades e maus timoneiros

Descobrir o América, portanto, não fez de Miguel um homem rico e feliz. A única descoberta que amenizou a vida de Miguel foi ele ter descoberto a Antártica, que para alguns desinformados leitores de sua ex-coluna, é a marca do seu guaraná costumeiro.

Desde quando Miguel deixou de trabalhar diariamente a sua coluna, que ele vem sentindo dores nela. Evidentemente trata-se de um caso de sedentarismo postural e literário. Só o “halterocopismo” não vai melhorar essas dores na coluna

Como grande descobridor que é, aconselho ao Miguel que descubra a Internet e crie seu blogger. Quem sabe ele possa, navegando por esses novos mares, descobrir novos amigos, novos horizontes.

Vai Miguel, ser o Colombo do novo mundo, dos internautas. Barco ancorado só estraga. Como diz o meu ditado predileto: “É de cadinho em cadinho que se erguem os grandes monumentos. Do seu grande admirador, Cadinho Faria.” (mais…)