Blog do Chico Maia

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Cambista não tem vida fácil em Londres

* De sexta-feira a hoje a polícia de Londres prendeu 29 cambistas negociando ingressos dos Jogos. Assim como em todo grande evento do mundo eles estão em toda parte, mas a repressão aqui é forte. Ao mesmo tempo a polícia inglesa faz campanha pública pedindo que as pessoas nunca comprem na mão dos cambistas porque além de pagar mais caro estão incentivando uma prática criminosa. A campanha surte algum efeito junto à população local mas os estrangeiros não estão nem aí. Desesperados com a informação dos próprios cambistas que não há mais ingressos para determinados eventos, compram sem discutir preço.

Brasileiros então; abordam qualquer portador de crachá que não seja policial e pergunta logo: “sabe onde tem alguém vendendo tickets ‘por fora’ aí?”.

* Há ingressos de sobra nos postos oficiais de venda, dos mais variados valores, dependendo da fase da disputa e da modalidade.

* O belorizontino Bruno Gonçalves Ferreira dos Santos, estudante em Londres, conseguiu pagar uma mixaria para ver Brasil 3 x 1 Bielo Rússia, em Manchester: £20 (quase R$ 70,00). Entretanto, para a final do futebol masculino, no estádio Wembley, pagou £195 (pouco mais de R$ 600,00). Para um dos jogos dessa primeira fase do feminino, adquiriu ingresso por £65. Para o vôlei feminino contra a Rússia, pagou £45.

Comprou pela internet e foi buscar os ingressos no Parque Olímpico, onde enfrentou uma fila das 19h30 às 21h10.

Poderia ter poupado tempo, pagando um pouco mais caro na mão de cambistas, mas preferiu acatar a campanha da polícia.

* O Parque Olímpico é uma festa diária, tão logo os portões são abertos até a uma hora da manhã. Os patrocinadores oficiais têm seus estandes espalhados por toda a área, incluindo restaurantes e bares, exclusivos das marcas apoiadoras e atrações musicais para os mais variados gostos.

A área é enorme. Da estação de trem de Stratford, no portão principal do Parque, até o centro principal de imprensa, são 20 minutos de caminhada até o ônibus, que leva mais 10 para desembarcar os jornalistas na porta.

* Para atravessar o Parque de ponta a ponta são quase duas horas de caminhada. No meio, está o Estádio Olímpico, palco da abertura, que está ficando livre de toda a parafernália que recebeu sexta-feira. Cabos de aço, guindastes, chaminés estilizadas das fábricas da era industrial, enfim.

* Vendo tantos atores subindo, descendo e voando por aqueles cabos pensei comigo: este ano o musical Xanadu, dirigido pelo Miguel Falabela, não conseguiu sustentar no alto, dois atores, no teatro Oi Casa Grande, no Rio; imaginem uma cenas dessas na abertura da Rio’2016!?

* No dia quatro de agosto de 1987, no Old Trafford, o Atletico venceu o PSV Eindhoven, da Holanda, que naquele mesmo ano viria a ser o Campeão da Champions League. No dia seguinte, o Galo, perdeu de 3 x 1 para o Manchester United, na decisão do torneio de verão da cidade naquele ano, e não o contrario, conforme escrevi ontem na coluna. O técnico do Atlético era o Palhinha; do Manchester, o agora Sir Alex Fergunson, que iniciava o seu trabalho no clube inglês, levando-o às maiores conquistas da sua historia.

* Agradeço ao Marco Antônio Caetano de Andrade, que me fez o alerta sobre Atlético x Manchester. O Marco é um dos maiores batalhadores na divulgação do futebol amador de Minas Gerais e tem inclusive um site, muito bom, exclusivo para clubes, Ligas do interior e atletas divulgarem o seu trabalho, de graça: www.futebolamadordeminas.com

* Bons tempos quando os clubes brasileiros podiam disputar torneios no exterior contra os maiores do mundo. Isso durou até fins aos anos 1990 quando o calendário do nosso futebol foi mudado pela CBF.

SHOWNOHIDEPARK

Se dentro do Parque Olímpico o ambiente é de festa, no Hyde Park, no centro de Londres…

SHOWNOHIDEPARK2

… shows com ótimas bandas se sucedem a partir das 14 horas.

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Os patrocinadores oficiais dos Jogos também controlam os eventos paralelos e esta é a área VIP a BT telefonia

LINHAEXCLUSIVA

A linha da discórdia: taxistas e motoristas de ônibus não se conformam com essas faixas…

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… exclusivas para o trânsito da “família olímpica”


Papelão da Espanha e a boa rodada mineira no Brasileiro

Nos Jogos Olímpicos o domingo foi sem medalhas para o Brasil, mas tivemos destaque, como a volta do basquete masculino, depois de 16 anos ausente, e com vitória sobre a Austrália por 75 x 71.

O vôlei masculino também estreou com vitória, e fácil, 3 x 0 sobre a Tunísia.

A grande decepção ficou por conta da ginástica, onde as equipes masculina e feminina foram eliminadas de todas as finais, na pior participação brasileira desde os Jogos de Atlanta em 1996.

Daiane dos Santos, Diego e Daniele Hypólito, junto com os demais atletas da modalidade já estão arrumando as malas para voltar ao Brasil.

O vôlei feminino, atual campeão olímpico, enfrenta os Estados Unidos, depois de ter vencido a Turquia, na estreia, com dificuldades, por 3 x 2. 

No futebol o Brasil venceu de virada a Bielo Rússia por 3 x 1 e viu uma das principais concorrentes ao ouro, a Espanha, ser eliminada já na primeira fase por Honduras, que a venceu por 1 x 0.

Foi a segunda derrota consecutiva dos espanhóis, que farão jogo de despedida, para cumprir tabela, contra Marrocos.

O Uruguai também perdeu, 2 x 0 para Senegal, mas continua na disputa.

O Brasil já está classificado para as quartas de final e enfrenta agora a Nova Zelândia, quarta-feira, em Newscastle, lutando pela primeira colocação do grupo C. 

Em dois dias de competição, três casos de doping já registrados: sábado, o levantador de peso Hysen Pulaco, da Albânia; ontem, duas mulheres: a ginasta Luiza Galiulina, do Uzbeqstão, e a velocista de São Cristóvão, Tameka Willians; todos mandados de volta para suas casas. 

Mais uma rodada boa para os mineiros no Brasileiro, né? Borges vai conquistando o coração dos cruzeirenses e o Galo pode considerar o empate um bom resultado com o Fluminense no Engenhão.

Pelo que li e vi na charge do Duke, os árbitros deram uma mão para nós neste domingo, né?DUKEOu não? (como diria o Caetano!).

* CLASSIFICAÇÃO P J V E D GP GC SG %
1 Atlético-MG 32 13 10 2 1 25 8 17 82.1
2 Vasco 30 13 9 3 1 20 11 9 76.9
3 Fluminense 26 13 7 5 1 22 8 14 66.7
4 Grêmio 24 13 8 0 5 18 12 6 61.5
5 Cruzeiro 23 13 7 2 4 17 14 3 59
6 Internacional 23 13 6 5 2 18 11 7 59
7 São Paulo 22 13 7 1 5 21 16 5 56.4
8 Botafogo 20 13 6 2 5 22 17 5 51.3
9 Corinthians 16 13 4 4 5 13 13 0 41
10 Ponte Preta 16 13 4 4 5 16 17 -1 41
11 Flamengo 16 13 4 4 5 16 21 -5 41
12 Coritiba 15 13 4 3 6 23 27 -4 38.5
13 Sport 14 13 3 5 5 13 19 -6 35.9
14 Náutico 13 13 4 1 8 17 27 -10 33.3
15 Portuguesa 13 13 3 4 6 10 16 -6 33.3
16 Santos 13 13 2 7 4 9 12 -3 33.3
17 Bahia 12 13 2 6 5 11 18 -7 30.8
18 Palmeiras 10 13 2 4 7 13 16 -3 25.6
19 Atlético-GO 9 13 2 3 8 12 25 -13 23.1
20 Figueirense 8 13 1 5 7 13 21 -8 20.5

* Do Globoesporte.com


Justa homenagem a Domingos Costa!

O jornalista Luiz Carlos Alves escreveu um texto com justa homenagem ao Domingos Costa e faz uma sugestão com a qual concordo: o nome do agora saudoso empresário e desportista a uma das principais atrações do novo Mineirão.

Confira:

 

* Domingos Costa subiu. Cruzeiro tem outra estrela no céu.”

Hoje eu queria escrever sobre bola.

Pura bola, como aquela que o Atlético está jogando.

Queria mostrar a lucidez futebolística de Ronaldinho Gaúcho.

Desejava apresentar ao Brasil o estado de pleno êxtase da nação atleticana cpm o inédito desempenho de seu time.

E chamar a atenção do Cruzeiro. Ligar a luz amarela contra o rebaixamento, pois a vermelha chega muito rápida. Coração cruzeirense não aguenta o drama do ano passado, que por pouco se transformaria em uma tragédia.

Mas a emoção e a dor que sinto, hoje, pela perda de um amigo, gente fina que deixou Minas de luto, me impede de colocar minha emoção a serviço do futebol.

Quero falar de Domingos Costa, falecido naquele acidente aéreo perto de Juiz de Fora.

 

Qualquer homenagem que se preste a ele será pouca e pequena. Pois, então, sugiro que se dê o nome de “Industrial Domingos Costa” à Esplanada do Mineirão, ele grande desportista que foi (inclusive conselheiro do Cruzeiro Esporte Clube); antes que coloque lá o nome de um político qualquer ou de um “joão-ninguém”.

 

Domingos merece esta e tantas outras que poderão vir, pois contribuiu para a grandeza de Minas e seu desenvolvimento empregando milhares de pessoas, localizando unidades de sua empresa em outras cidades do nosso interior, pagando milhões e milhões de impostos e apoiando iniciativas de dezenas de entidades e empreendedores mineiros.

Peço aos companheiros do jornalismo que me ajudem nessa. Tudo por ele.

 

Quem o conheceu de perto ou teve a simples oportunidade de ouvi-lo sabe a dimensão de Domingos Costa.

Continuo sentindo a dor de sua perda, e sentirei até o fim dos meus dias.

 

Porém, quem não o conheceu pode saber um pouco dessa imensa figura lendo o texto de uma simples homenagem que pretendi fazer a ele, postado no face, mais cedo:

 

Domingos Costa subiu. Foi para um lugar muito mais alto que a sua incrível capacidade de empreender, prosperar, incentivar, empregar milhares de pessoas e conquistar uma imensa legião de admiradores, como eu, poderia alcançar. Certamente Deus reservou para ele um lugar melhor, ali, ao seu lado.

Claro que sim!

Que divindade não gostaria de conviver com aquela personalidade serena, aquela voz amena, aquele abraço fraterno, aquele sorriso encantador?

 

O chamado de Deus é irreversível, mas tinha que ser agora, para levar o Dominguinhos, meu amigo, meu ídolo, meu incentivador, meu ouvinte, meu leitor, meu fã…?

Logo agora, quando ele me dizia que aquele projeto de extensão familiar e apoio aos funcionários da Vilma iria alçar novos vôos?

 

O gaúcho Gaspar, outro irmão de sentimentos, me ligou hoje, bem cedo. Queria lembrar que, quando eu o levei para conhece-lo, registrou o brilho intenso dos olhos de Domingos ao discorrer sobre as ações sociais de sua indústria.

 

Percorremos juntos aquele terreno vizinho que pertencera à Indústria Mineira de Moagem. Fora comprado para expandir a antiga Moinhos Vilma e, no grande prédio que servira de escritório ao ex-dono, Felício Brandi, manter uma escola de multiplas disciplinas destinada à gente da família Vilma, desejosa de aprender mais e ter acesso à uma vida melhor, incentivada por seu patrão e com tudo pago por ele.

 

Vimos professores e alunos e alunas de todas as idades felizes com o despertar de um novo horizonte.

Gaspar, como todos que lhe foram apresentados, se tornou seu admirador.

 

Hoje, por sua proposição fizemos uma prece por Domingos Costa, pelo seu queridíssimo filho Gabriel e pelas demais vítimas da tragédia em que se transoformou a tentativa de pouso do King Air, perto de Juiz de Fora.

 

Entre eles estava o Cézar Tavares, outro amigo, outro exemplo de profissionalismo. O Cézar, que Domingos promoveu pelos seus méritos e o levou de agente comercial da Souza Cruz a vice-presidente comercial e de marketing da Vilma.

 

Assim, e muito mais, era Domingos Costa. Bernadete aceite minha solidariedade e nunca se esqueça das minhas palavras de sempre: Você teve o privilégio de se casar com Domingos Costa.

 

À família, meu abraço.

 

Com profunda e sincera dor, como seus funcionários, que ontem vi chorando e lamentando a perda do chefe e amigo, me detenho pela emoção. Choro e deploro a perda.

Luiz Carlos Alves


Bom dia com os Rolling Stones!

Vejam só que caras boas desses camaradas!

ROLLING

Esta é uma das fotos em exposição nas comemorações dos 50 anos da banda, na Somerset House, ao lado da Casa Brasil.

Como diz o filósofo diamantinense Valdívio Marcos de Almeida: “o tempo é praga, e arregaça com o sujeito”; e como diz a minha mãe: eles hoje estão todos “uns cacos”, mas continuam na prateleira de cima mundial.

Eu já tinha fotografado quase a exposição toda, quando chegou uma gentil senhora e me disse que não podia fotografar.

Usei a palavra que o José Luiz Gontijo gosta muito de usar: “sorry”!


Belo Horizonte será como Manchester nos Jogos de 2016

Na Olimpíada do Rio’2016, Belo Horizonte terá papel semelhante ao de Manchester em relação a Londres’2012, com os jogos de futebol. Às 9 horas peguei o metrô, há quatro quadras de onde estou hospedado na capital inglesa.

Depois de enfrentar rápida fila, paguei £ 74 (R$ 240,00) e às 10h20 embarcava num trem da Virgin, na estação de Euston, quase no centro da cidade. São 340 Km, num trem confortabilíssimo, que disponibiliza internet de ótima qualidade e energia elétrica aos passageiros. De graça, na primeira classe e ao preço mínimo de £ 4 por hora na classe “Standard”, que em termos de conforto é quase a mesma coisa.

Depois de oito; sim, oito; paradas, às 13 horas eu estava no centro da metrópole mais industrial da Inglaterra, com os seus 3,6 milhões de habitantes.

Nem precisei perguntar a ninguém sobre transporte para o Estádio do Manchester, o Old Traford, porque a sinalização pública é perfeita e facilita a vida de qualquer um, além das placas características dos Jogos Olímpicos. 

Lembrei-me de Juiz de Fora, a “Manchester mineira”, como diziam nossos avós, e pensei: será que algum dia algum estrangeiro terá no Brasil facilidades para se deslocar e trabalhar como em países que cobram impostos semelhantes ou até mais baixos que os nossos? 

Sem chance 

Imagine um inglês tentando ir de Belo Horizonte a Juiz de Fora!? São apenas 240 Km; mas trem, não há. O coitado teria de se aventurar pela Br-040, uma das piores e mais perigosas rodovias do Brasil, e sem perspectivas de duplicação.

O GPS prevê 3h40 de carro, obviamente se não houver nenhum problema na estrada, o que é quase impossível.

Facilitando a vida

Os ingleses têm formas peculiares para trabalhar a economia deles. O bilhete de Londres a Manchester custa £74 caso o comprador adquira ida e volta na hora, pois se comprar apenas a ida, paga £73, cada trecho. E tem até um mês para utilizar a passagem de retorno, menos nos horários de 7 às 9h30, quando o fluxo é muito grande e o preço é bem mais alto.

E um hábito com o qual não podemos nos dar ao luxo no Brasil: a maioria vai trabalhando em seus notebooks, com excelente conexão de internet.

Enganação

De forma enganosa, para justificar gastos absurdos ou obras superfaturadas, as autoridades brasileiras falam a toda hora em “legado” da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. Tudo que falam se justificaria caso a população pudesse usufruir de uma infraestrutura condizente que fosse deixada, como essa, na Inglaterra. Para 2014, não teremos nem a BR-040 duplicada do Rio a Belo Horizonte. Metrô? Nem sonhar! Um estrangeiro que quiser se deslocar do Rio a Beagá em 2016 terá de se virar, pagar caro e passar muita raiva, na BR ou nos aeroportos.

Deu Galo!

De “bonde” ou de ônibus são menos de 10 minutos, da estação de trem ao Old Traford, o legendário estádio do Manchester United, que por dentro, visualmente, é um Independência, sem pontos cegos. E assim como o nosso “Gigante do Horto” passou uma reconstrução, nos anos 1990, que o tornou um dos mais confortáveis do mundo; para o público e para a imprensa.

Estive aqui em 1987 quando o Atlético disputou o torneio de verão de Manchester, e acreditem, tacou 3 a 1 no United, com show de bola de Sérgio Araújo naquele dia.

Prateleiras de baixo

Importante lembrar que o Manchester United não estava na prateleira de cima como hoje, com o time cheio de estrelas.

Outra semelhança do Old Traford com o Independência: não tem estacionamento. Porém, com tanto transporte público de qualidade, deixando o torcedor a 200 metros dos portões de entrada, quem precisa vir de carro?

Sobre o jogo, deu o que era previsto. Vitória brasileira, puxada pelo Neymar. Ainda que com algum aperto provocado pela motivação da Bielo Rússia, adversário inexpressivo do futebol mundial. 

MANCHESTERSINALIZAÇÃO

Sinalização perfeita, da estação ao estádio, para vai ao Old Traford

MANCHESTERONIBUS 

De metrô de superfície ou de ônibus, público chega em menos de 10 minutos, sem atropelos

MANCHESTERINDEPEMELHORADO

Internamente, no visual, Old Traford faz lembrar o Estádio Independência, sem pontos cegos

MANCHESTERINDEPENPRENSA

Imprensa e torcedor têm conforto no estádio do Manchester United, como nos melhores do mundo


A morte, que sempre nos faz pensar!

Senhores,

a vida é assim mesmo, mas, felizmente não somos máquinas, de metais e parafusos.

Somos de carne e osso, raciocinamos e nos emocionamos, ainda!

Eram duas da tarde aqui, 10 da manhã, aí, quando o Cãndido Henrique, companheiro do jornal O Tempo, que também está em Londres, perguntando se eu estava sabendo da queda do avião da Massas Vilma, com o Domingos Costa, e mais seis pessoas.

Quando morre alguém de quem gostamos, um pouco da gente morre também, pelo fato de sabermos que não mais conviveremos com essa pessoa.

Dois dias de eu viajar para cá, perdi duas pessoas por quem eu tinha grande consideração: o Tonico Boa Fala, figura simpática e conhecida de Sete Lagoas, colaborador do nosso Jornal Sete Dias, que andava mal de saúde, mas com sinais de ótima recuperação. É pai do Rodrigo (Tieta) gente boa, da Rádio Liberdade. Muito ligado à minha família; vizinho da minha mãe no Bairro Boa Vista em Sete Lagoas. E o José Amorim, aposentado do Banco do Brasil, síndico do nosso Condomínio Quintas do Lago, na Fazenda Velha; uma figura humana sensacional, que estava feliz da vida com tudo de bom que a vida vinha lhe proporcionando, com a família e no dia a dia. E sem nenhum problema de saúde.

O Domingos Costa era um empresário poderosíssimo e de uma simplicidade impressionante. Convivi muito com ele, já que sempre foi um dos melhores e mais tradicionais patrocinadores do nosso também saudoso Minas Esporte, da Band. A ligação comercial do Domingos era com o Flávio Carvalho, mas nos tormamos amigos, mesmo c0m a minha saída da Bandeirantes.

dominghos-costa

Domingos Costa

CEZAR

O Cészar Tavares, à esquerda, era o braço direito dele, o homem do marketing, competente e alma boa! Na foto, ao lado do superintendente da Associação Mineira de Supermercados, Adilson Rodrigues. 

Que todos descansem em paz e certamente um dia vamos nos encontrar novamente!


Tristeza pela morte do Domingos Costa e o primeiro Ouro no primeiro dia

Começo essa coluna lamentando muito a morte do Domingos Costa, dono da Vilma Alimentos; seu vice-presidente na empresa, Cezar Tavares e demais funcionários e pilotos que estavam com eles, no acidente aéreo ontem em Juiz de Fora.

Grande figura humana, Domingos era Conselheiro do Cruzeiro e por pouco não sucedeu a Zezé Perrella na presidência do clube. Amigo do Dr. Gilvan de Pinheiro Tavares, aplaudiu e apoiou a sua postulação ao comando do clube.

Infelizmente, como dizia o ex-atacante Dirceu, também morto precocemente em acidente, porém, de carro, no Rio de Janeiro, “vida que segue!”.

A tragédia com o Domingos deixou todos os mineiros da imprensa aqui em Londres chateados, mas pelo menos tivemos uma notícia positiva, no esporte, com a surpreendente conquista da medalha de ouro no judô, pela Sarah Menezes, categoria 48 Kg. Essa vitória tem um valor maior ainda porque é fruto do trabalho pessoal dela, na cidade natal, Terezina; fora de todas as listas de favoritas da imprensa brasileira, que só vê chances de medalhas em atletas da região sudeste, especialmente de São Paulo.

 

Guerreira

 

Sarah Gabrielle Cabral de Menezes não tem nenhum patrocinador público e recebe uma mixaria do “bolsa atleta”, do Ministério dos Esportes. Os maiores recursos para a sua manutenção e treinos, na Associação de Judô Expedito Falcão, do Piauí, são dos apoios oriundos da Sadia, Samsung, Embratel e Newland (rede de concessionárias Toyota), com presença no Ceará, Piauí e Distrito Federal.

Fico imaginando quantas “Sarahs Menezes” poderíamos ter em muitas outras modalidades no Brasil, caso o investimento na formação e preparação de atletas, do governo e entidades do esporte, fosse significativo.

 

Inversão

 

E pensar que o Comitê Olímpico Brasileiro – COB -, gasta R$ 23 milhões entre aluguel, montagem e manutenção só com uma “Casa Brasil”, durante o período de realização dos Jogos Olímpicos. Instalada na antiga sede da marinha britânica, às margens do Rio Tâmisa, numa das regiões mais nobres e caras da capital britânica, sob o pretexto de divulgar as coisas do Brasil e servir de palco para as entrevistas de atletas e dirigentes.

Tudo bem, mas não poderia ter um custo bem menor?

Querer mostrar os que não somos, para quê?

 

Jogo do poder

 

Só mesmo a vaidade e ânsia de se manter no poder dos dirigentes para poder explicar custos tão altos em empreitadas que poderiam ser evitadas, ou custar muito menos. O ideal seria privilegiar a formação de atletas, que além de inclusão social, tira jovens da zona de risco social em países com tantos problemas como o nosso.

Mostrar opulência só atende aos interesses pessoais dos dirigentes. Esta semana, por exemplo, o presidente do COB, Carlos Nuzman, foi eleito membro honorário do Comitê Olímpico Internacional.

 

Ciclo vicioso

 

Vivemos uma inversão de valores perversa na sociedade brasileira e o esporte é um dos carros chefes disso. A maioria absoluta dos dirigentes que assumem o comando quer se perpetuar no cargo de qualquer forma. Tornam-se ditadores dos seus feudos e curtem as mordomias e outras benesses desses cargos, distribuindo “pentes e espelhos” a apoiadores. Muitos entram pobres ou quebrados e ficam ricos.

É assim nas ligas amadoras, nos clubes profissionais e principalmente das federações e confederações nacionais.

 

Primeira classe

 

No mesmo voo que me trouxe de Lisboa a Londres vieram exemplos clássicos desse tipo de gente e situação que estou relatando. Presidentes de federações de futebol que ajudaram José Maria Marin a se firmar no cargo que era ocupado por Ricardo Teixeira, vieram como convidados do novo dono da CBF. Com suas acompanhantes, em primeira classe, falando alto, contando vantagens, rindo dos colegas de federações que ficaram “chupando o dedo” no Brasil e que não foram convidados porque não “ajudaram o homem” a se sentar na cadeira do antecessor.

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Pátio interno da Casa Brasil, com a bandeira brasileira em destaque e R$ 23 milhões em 20 dias
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A entrada principal da casa Brasil, de frente para o Rio Tâmisa, área das mais caras de Londres

 

 

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No mesmo prédio da Casa Brasil está havendo exposição em homenagem aos 50 anos dos Rolling Stones

 

CERVEJAVONTADE

 

Cerveja é proibida nos estádios brasileiros, mas são muito consumidas nos estádios dos Jogos Olímpicos


Leituras de novos e velhos jornais

Sábado de muito sol em Londres e enquanto o metrô percorre as estações, até me deixar na “Temple”, ao lado da Casa Brasil, e do rio Tâmisa, vou lendo e-mail e passando pelos jornais de Minas e do Brasil, graças à internet móvel da Inglaterra, que funciona bem demais da conta e barata em relação ao Brasil.

Aqui, você compra um modem 4G e eles te prestam serviços 4G.

Vejam esse trecho da sempre ótima coluna do Fernando Rocha, no Diário do Aço, de Ipatinga.

Será publicada amanhã e ele acabou de enviar ao jornal, dando-me a honra da leitura em primeira mão:

* “Excesso de poder”

Me lembrei desses bons tempos, sem computador, internet e celular, pois acabo de me deparar com uma entrevista do ex-craque Tostão, ao jornal “Estado de Minas” no dia 04/12/06 e vejam o que ele disse à respeito da pífia campanha do Cruzeiro naquele ano, onde ganhou o estadual mas terminou em 10º lugar no Brasileiro, provocando indignação geral na sua torcida: “Eduardo Maluf,  que eu saiba, entende é de dinheiro, de fazer negócio. O Benecy trata de assuntos burocráticos. Quem é que faz o planejamento, que procura e que faz a seleção de jogadores? Quem contrata? O Perrella? O Perrella entende alguma coisa de futebol? O Perrella e o Maluf entendem alguma coisa de futebol? Não entendem nada, entende como qualquer torcedor entende. É por isso que estou falando que falta ao Cruzeiro alguém para selecionar atletas, ou seja, a deficiência hoje é não saber trazer o jogador certo”, disse.

Então, vejam que a situação de hoje no Cruzeiro, não é muito diferente  de seis anos atrás, agravada ainda pelo fato do clube sequer ter ganho  o Mineiro, pois o técnico Celso Roth declarou abertamente que as contratações feitas no início desta temporada foram ruins e que o clube estaria  “pagando caro por isso”.

Maluf foi embora para o rival Galo e os Perrelas também se mandaram, mas o Cruzeiro continua dando poderes  excessivos ao treinador, para definir contratações ou quem vai sair, quando o correto seria alguém do próprio clube dividir essa prerrogativa em partes iguais.

Um exemplo disso é o caso do zagueiro  Victorino, titular na seleção do Uruguai, mas por má vontade do treinador, sequer tem sido relacionado para o banco do reservas.

Concordo plenamente com o que escreveu o Tostão, pois é mesmo um absurdo dar carta branca e poderes discriminatórios aos treinadores, que não costumam esquentar direito o lugar, mas deixam prá trás heranças trágicas para os cofres do clube, verdadeiras barcas de jogadores que depois não são aproveitados pelo outro que chega para ocupar o cargo, formando um círculo vicioso sem fim.

Por falar em troca de treinador, até com uma justa indignação, Dorival Júnior na sua primeira entrevista como novo técnico do Flamengo, desmentiu que tivesse acertado com o rubro-negro  R$ 800 mil mensais, para ele e os auxiliares que leva a reboque, como fazem (quase) todos os colegas.  Com a expressão mais calma e serena que já se viu, Dorival disse que é “apenas” R$ 450 mil mensais.  Convenhamos: é ou não é uma irresponsabilidade, um escárnio, com o  dinheiro do clube, que aliás não pertence aos seus respectivos dirigentes. Talvez, por isso, façam isso sem nenhum escrúpulo.  Mas quem mandou botar os chamados “professores” em patamares de gênios da humanidade?

Aqui nestes grotões banhados pelo Rio Doce é comum a gente ouvir que “cachorro mordido de cobra tem medo até de lingüiça”. Mas não é preciso exagerar tanto, ao ponto de encarnar o “complexo de vira-latas” do grande Nelson Rodrigues, como li, vi e ouvi de colegas, que já estão prevendo um “complô” armado no eixo Rio-SP para derrubar o Galo. Ficamos assim: o árbitro Antônio Morais, que anulou dois gols legítimos do Galo na vitória de 2 a 0 sobre o Santos na quinta-feira é ruim, muito fraco. E, seu assistente Roberto Braatz, que é muito bom, estava numa noite ruim. Nada mais do que isso.

Hoje, o Galo vai ao Engenhão no Rio de Janeiro enfrentar o Fluminense, um jogo-chave para as pretensões de ambos visando a conquista do título. Seja quem for o árbitro irá sofrer fortes pressões, mas até prova em contrário, nem de longe penso em armação  para favorecer os cariocas. Galo e Flu têm times de sobra para vencer a partida e o apitador está sujeito a errar  e favorecer qualquer um dos dois lados. Isto só vai acabar de fato quando a dona  FIFA decidir  usar prá valer os recursos tecnológicos, a fim de resolver os lances duvidosos principalmente de impedimentos.”

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São opiniões do Fernando e do Tostão, com as quais concordo com a maioria, porém, discordo dessa de que o Perrella e o Maluf não entendem de futebol.

O problema do Perrella é que ele entende mais ainda de bons negócios para ele e resolveu deixar o Cruzeiro de lado, passando a cuidar da política e da sua vida pessoal, em seus últimos anos como presidente.


O Santos foi quem perdeu pro Galo, e a verdade verdadeira do Duke!

O gente boa Wagner A. Soares enviou o seguinte e-mail: 

“Chico,

lendo sua coluna hoje relembrei alguns fatos que vi nas duas últimas transmissões (quarta e quinta).

Após o jogo do Vasco os profissionais da vênus platinada repetiram (só contei até 10): o Vasco é líder, o Vasco é líder. Um verdadeiro mantra!

Ontem ao final do jogo do Galo os destaques na mídia da Globo foram ínfimos e o narrador Jota Júnior ao repassar aos resultados da rodada disse que o fulano ganhou de beltrano, etc, etc, e o Santos perdeu para o Atlético,  ou seja não foi o Atlético que ganhou do Santos.

Realmente ridículo.

Um abraço e tome umas Guinness aí por mim.”

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O Wagner tem toda razão, mas o Duke, em sua charge de hoje, também tem:

DUKE

No Super Notícia


Lições de Londres

Tão impressionante quanto ao espetáculo mostrado para o mundo inteiro pela TV, é o funcionamento perfeito da estrutura de bastidores dos Jogos Olímpicos. Nessa abertura oficial, os pronunciamentos; desfiles das delegações, até o show principal, a sintonia entre as milhares de pessoas e até os animais participantes do espetáculo é inacreditável.

O exemplo de organização começa na chegada do público, a partir do meio dia, através de todos os meios disponíveis de transporte.

Cinco barreiras de fiscais e seguranças separam o público até os portões do Parque Olímpico. A partir do desembarque do metrô, ônibus ou trem, só passa quem tem o ingresso ou a credencial do Comitê Organizador. Dessa forma não há tumulto, principalmente porque o público já tinha sido avisado de antemão dessa exigência.

Um bom exemplo para ser copiado por nossas autoridades, nos clássicos do nosso futebol.

Vem aí um Cruzeiro x Atlético pelo Brasileiro e já se discute se haverá as duas torcidas no Estádio Independência ou se vamos continuar sendo submetidos a esse absurdo da não convivência civilizada entre as pessoas, por causa da preferência clubística de cada um. Estamos vivendo nos últimos anos um retrocesso inaceitável, e calados, São imposições descabidas.

Nessa organização olímpica os ingleses estão mostrando mais uma vez, que competência e determinação são fundamentais para o exercício da autoridade e é isso que tem faltado em Minas, no que se refere ao futebol e aos baderneiros que estão se impondo sobre o poder do estado.

Cada coisa no seu devido lugar; horários cumpridos com rigor; limites de espaços para cada um e direitos sendo respeitados, como devem ser. Ou então que o braço da autoridade, através da lei faça que se cumpra. Assim, Londres realiza a sua terceira Olimpíada; fez uma festa espetacular ontem na abertura, com a participação efetiva de todos os seus ícones, políticos, esportivos e culturais.

Para o mundo copiar, aumentando a responsabilidade do Brasil que tem a incumbência de realizar os próximos Jogos, no Rio em 2016.

O avanço da tecnologia proporciona que cada abertura de Olimpíada ou evento do gênero supere a anterior. Em 2008 Pequim encantou o mundo com a festa no Ninho dos Pássaros. Quatro depois Londres deixou a impressão que os chineses estavam brincando de teatro amador. A diferença fundamental foi a interatividade dos cenários, atores e figurantes com as quase 80 mil pessoas presentes ao Estádio em Londres.

Todas as cadeiras tinham dispositivos para a participação da plateia, que era monitorada a cada ato.

De uma forma ou de outra, todos que estavam no estádio fizeram parte do espetáculo. Acendendo e apagando lâmpadas, ajudando a subir e descer bandeiras e cantando os tradicionais sucessos britânicos populares e clássicos, estrategicamente preparados para essa festa. As imagens exibidas nos telões gigantes se confundiam com a realidade, inclusive na chegada da Rainha Elizabeth, que foi buscada no Palácio por ninguém menos que “James Bond”.

E assim foi também com as outras personalidades escaladas para essa abertura.

Com uma boa experiência que tenho, de sete Copas do Mundo e essa quinta cobertura de Olimpíada, nunca presenciei nada igual, antes e durante o espetáculo. Quanto ao “depois”, só na próxima coluna, pois o horário me obrigou a enviar essa antes do encerramento, que ainda previa muitas surpresas, depois do desfile das delegações participantes dos Jogos.

A partir de hoje é com os atletas e as incontáveis perspectivas de quebra de recordes e conquistas de medalhas que entrarão para a história.

ENFERMEIRAS

Atrizes momentos antes da entrada em cena na abertura oficial

SOLDADOS2

Os soldados do exército britânico só sorriem quando fotografados ao lado de belas mulheres

SOLDADOS1

 

Essas são atrizes e figurantes que participaram da abertura

VOLUNTARIA

Esta é a imagem que melhor expressa Londres’2012 até agora: sorrisos e gentileza